segunda-feira, 21 de maio de 2012

Quatro das melhores redações da FUVEST 2012

A FUVEST divulgou, na semana passada, 29 exemplos de textos considerados os melhores do ano no vestibular de 2012. A partir dos textos de apoio abaixo, que falam de política, seja para enfatizar sua necessidade, seja para  indicar suas limitações e impasses no mundo atual, o aluno  deveria escrever uma dissertação sobre o seguinte tema: "Participação política: indispensável ou superada?".

Veja a proposta completa e, a seguir, quatro textos de destaque:

Texto 1 : A ciência mais imperativa e predominante sobre tudo é a ciência política, pois esta determina  quais são as demais ciências que devem ser estudadas na pólis. Nessa medida, a ciência política  inclui a finalidade das demais, e, então, essa finalidade deve ser o bem do homem.
(Aristóteles. Adaptado)

Texto 2 : O termo “idiota” aparece em comentários  indignados, cada vez mais frequentes no  Brasil, como “política é coisa de idiota”. O que  podemos constatar é que acabou se  invertendo o conceito original de idiota, pois a  palavra idiótes, em grego, significa aquele que  só vive a vida privada, que recusa a política,  que diz não à política.   Talvez devêssemos retomar esse conceito  de idiota como aquele que vive fechado  dentro de si e só se interessa pela vida no  âmbito pessoal. Sua expressão generalizada  é: “Não me meto em política”.  (M. S. Cortella e R. J. Ribeiro,  - Política – para não ser idiota)

Texto 3 : FILHOS DA ÉPOCA
Somos filhos da época
e a época é política.
Todas as tuas, nossas, vossas coisas
diurnas e noturnas,
são coisas políticas.
Querendo ou não querendo,
teus genes têm um passado político,
tua pele, um matiz político,
teus olhos, um aspecto político.
O que você diz tem ressonância,
o que silencia tem um eco
de um jeito ou de outro,  político.
                             (...)
(Wislawa Szymborska, Poemas.)

Texto 4 : As instituições políticas vigentes (por exemplo, partidos políticos, parlamentos, governos) vivem  hoje um processo de abandono ou diminuição do seu papel de criadoras de agenda de questões e  opções relevantes e, também, do seu papel de propositoras de doutrinas. O que não significa que  se amplia a liberdade de opção individual. Significa apenas que essas funções estão sendo  decididamente transferidas das instituições políticas (isto é, eleitas e, em princípio, controladas)  para forças essencialmente não políticas primordialmente as do mercado financeiro e do  consumo. A agenda de opções mais importantes dificilmente pode ser construída politicamente nas  atuais condições. Assim esvaziada, a política perde interesse.  (Zygmunt Bauman. Em busca da política. Adaptado.)







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