Vivemos tempos de complexas confusões, quando os paradoxos se fazem presentes em nossas mais constantes ideias. Para gastarmos, precisamos ter; para termos, precisamos gastar. Para termos uma família, precisamos de uma casa, para nos sentirmos em casa, precisamos de uma família. Planejamo-nos para para realizar, mas, muitas vezes, realizamos o não planejado.
Queremos expor nossas vidas em vitrines públicas, mas nos sentimos agredidos quando alguém invade nossa despensa particular. Nossos pais nos ensinam valores para lidarmos com uma sociedade a qual nos exige bens.
Idealizamos uma medicina perfeita, mas não conseguimos nos manter saudáveis por muito tempo. Protegemos por leis rígidas micos-leões da extinção, mas não tiramos nossas crianças da miséria.
Queremos ocupar nosso tempo, mas nos encontramos em situação na qual não temos tempo para nada. Reclamamos de sermos tão sozinhos como a lua, mas não damos um simples bom-dia a nossos vizinhos.
O paradoxo não vive em nós, porque nós é que somos o paradoxo.
(Fonte: Camille Martins - CARO Objetivo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário