Nas manchetes dos jornais, os escândalos de corrupção se repetem com uma regularidade preocupante. Diante de uma ampla crise dos valores éticos e de impunidade institucionalizada, quais os riscos que a sociedade corre no Brasil de hoje? Acabaremos por banalizar a corrupção, tornando-a aceitável - e, em alguns casos, até louvável?
Tomando por base os trechos abaixo e levando em conta seu conhecimento sobre as causas e consequências da corrupção, redija uma dissertação sobre o tema proposto acima.
* Para complementar suas ideias, sugiro a leitura dos textos "Até onde, até quando" e "Beco sem saída", já publicados neste blog.
* "De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto." (Rui Barbosa)
* " Não há solução fácil. Mas não estamos condenados à corrupção e à transgressão. Elas são fenômenos históricos que, como todos os outros, estão em perpétua mutação. Medidas tópicas podem reduzi-las. O processo de votação já foi uma grande fraude, hoje é confiável. A impunidade tem que ser combatida em todas as camadas sociais, sobretudo entre as mais altas. Isso exige reformas na legislação penal e nas instituições, sobretudo nas polícias e no funcionamento do Judiciário. Imagine-se o efeito que teria entre os criminosos de colarinho branco o fim do foro privilegiado e da prisão especial para portadores de diplomas universitários. Sobretudo, a democracia política tem que ser usada para produzir a democracia civil da igualdade perante a lei. Inclusive porque sem a última a primeira não terá futuro promissor." (José Murilo de Carvalho - professor da UFRJ )
* "No Brasil, uma longa história de convivência com a corrupção naturalizou atitudes moralmente condenáveis. O brasileiro não vê a corrupção com a gravidade que ela merece. Está acostumado a ver os processos eleitorais manipulados seja com o voto de bico de pena, de cabresto ou comprado; a comissão paga ao funcionário para levar vantagem na concorrência por uma obra pública e a pagar a cervejinha do guarda para não ser multado. A corrupção faz parte, assim, da agenda de temas tipicamente brasileiros. E, se rindo castiga-se os costumes, no Brasil, rindo, confraternizamos e naturalizamos maus costumes." (Isabel Lustosa - historiadora )
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