domingo, 28 de abril de 2013

Álcool: uma falsa propaganda (redação de meu aluno Pedro Mohallem)


Baudelaire, em seu período mais poético, já dizia que, para não se tornar mártir do tempo e desta vida, era necessário embriagar-se. Levando essa citação direta ou indiretamente, os boêmios da nova geração preferem se embriagar com álcool em vez de  poesia ou virtude. Para jovens inexperientes que acabaram de penetrar o mundo da bebida, é uma oferta tentadora; porém as consequências de se embriagar dia após dia podem por até a própria vida em risco.
A relação entre álcool e festividade existe há milênios. Na Grécia, por exemplo, até foi criada uma divindade para o vinho: Dionísio, futuramente adotado pelos romanos com o  nome de Baco. Era um deus da celebração e da embriaguez. Beber antes e após as guerras era, também, costume de vikings, bárbaro povo nórdico. A própria Bíblia, livro supremo do Cristianismo, descreve o consumo de vinho em festivais, comemorações e inclusive em momentos sagrados, como a Santa Ceia.
Acostumada a esse costume milenar, a sociedade contempla, a todo o momento, o agir da publicidade e suas propagandas de cerveja envolvendo festas e amigos. Poucos jovens resistem à novidade tão apelativa, ainda mais se houver influência de colegas mais experientes. A família é outra instituição que pode modelar um caráter propenso ao álcool, ainda mais se apoiar o consumo exacerbado e precoce, ou oferecer aos filhos  um estado de depressão que só se dissiparia na embriaguez.
Uma vez influenciado e ébrio, o jovem perde o controle de si e se altera mental e fisicamente: torna-se ora mais violento, ora mais alegre, ora mais triste. Assim, abre-se uma vasta cadeia de consequências: acidentes no trânsito, violência terminada em morte, abusos sexuais. Em longo prazo, ficam evidentes doenças e problemas de saúde e uma dependência do álcool que, sem o tratamento adequado, manterá o ciclo até a morte do indivíduo.
Para combater os problemas com a bebida, os jovens devem, antes de tudo, amadurecer, buscar reconhecer os riscos e eliminar por completo o sentimento de onipotência que os faz crer que não há limites na satisfação própria. Se se cuidar dos jovens e de sua mentalidade, impedir-se-á que os futuros pais repitam, com seus filhos, todo o processo que lhes fora equivocadamente ensinado.

(Fonte: Pedro Mohallem - Caro Objetivo)

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