sábado, 4 de agosto de 2012

Sugestão de Leitura 2: Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Morta


Alberto Villas reúne em Pequeno dicionário brasileiro da língua morta palavras hilárias e curiosas que caíram em desuso
Pequeno Dicionário Brasileiro da Língua Morta
Se você acha que café com leite é só a bebida mais comum do mundo no café da manhã, ou que babado serve apenas para enfeitar a saia, é porque ainda não leu o Pequeno dicionário brasileiro da língua morta, o novo livro do jornalista Alberto Villas que a Globo Livros está lançando. Nele, é possível descobrir que café com leite tinha três significados: uma pessoa meio boba, que não fazia parte de nenhuma rodinha de amigos; o sujeito fácil, assim como o arroz de festa; uma referência à política dos Estados de Minas e São Paulo - Minas entrava com o leite, São Paulo, com o café, e os dois estados dividiam o poder político nacional. Babado seria o equivalente da expressão que se fala hoje "qual é a boa?" Babado tanto podia designar fofoca como novidade. "O babado corria de boca em boca, cada um dando sua opinião, se espantando ou criticando. Não tinha babado que passasse em branco", diz Villas no livro. 

E por que o jornalista garimpou tantas palavras que caíram em desuso? Para mostrar como a língua portuguesa tem um rico vocabulário e sofre mutações ininterruptamente? Talvez. Essa é uma possibilidade. Mas, para Max Gehringer, que assina uma das orelhas do livro, "o que o Villas fez foi garimpar palavras por puro deleite, como quem encontra um empoeirado disco de vinil da Jovem Guarda  e aí embarca numa nostálgica viagem no tempo". 

Durante essa viagem, Villas foi escarafunchando seu baú de memórias e desencavou palavras divertidas, como xumbrega. "Diz a lenda que essa palavra tem origem lá por volta de 1600, quando o aventureiro alemão Friedrich Hermann Schönberg, que comandava as tropas de Portugal contra a Espanha, se deu mal. Schönberg acabou virando xumbrega. E xumbrega quer dizer uma coisa ruim, feia, mal-acabada." 

O abecedário formulado por Villas traz algumas milongas (mexericos), mas nada que faça corar sirigaitas (mulheres ousadas, atrevidas) ou mancebos (rapaz novo, que hoje seria o correspondente a "gato"). 
Exemplos de palavras hilárias pululam no livro e a diversão do leitor é garantida!

* Ótima sugestão de leitura para você que gosta de língua portuguesa e de curiosidades sobre as palavras que compõem nosso idioma!

(Fonte: Livraria da Folha)

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