Baudelaire, em
seu período mais poético, já dizia que, para não se tornar mártir do tempo e
desta vida, era necessário embriagar-se. Levando essa citação direta ou
indiretamente, os boêmios da nova geração preferem se embriagar com álcool em
vez de poesia ou virtude. Para jovens
inexperientes que acabaram de penetrar o mundo da bebida, é uma oferta
tentadora; porém as consequências de se embriagar dia após dia podem por até a
própria vida em risco.
A relação
entre álcool e festividade existe há milênios. Na Grécia, por exemplo, até foi
criada uma divindade para o vinho: Dionísio, futuramente adotado pelos romanos com
o nome de Baco. Era um deus da
celebração e da embriaguez. Beber antes e após as guerras era, também, costume
de vikings, bárbaro povo nórdico. A própria Bíblia, livro supremo do
Cristianismo, descreve o consumo de vinho em festivais, comemorações e inclusive
em momentos sagrados, como a Santa Ceia.
Acostumada a
esse costume milenar, a sociedade contempla, a todo o momento, o agir da
publicidade e suas propagandas de cerveja envolvendo festas e amigos. Poucos
jovens resistem à novidade tão apelativa, ainda mais se houver influência de
colegas mais experientes. A família é outra instituição que pode modelar um
caráter propenso ao álcool, ainda mais se apoiar o consumo exacerbado e
precoce, ou oferecer aos filhos um
estado de depressão que só se dissiparia na embriaguez.
Uma vez
influenciado e ébrio, o jovem perde o controle de si e se altera mental e
fisicamente: torna-se ora mais violento, ora mais alegre, ora mais triste.
Assim, abre-se uma vasta cadeia de consequências: acidentes no trânsito,
violência terminada em morte, abusos sexuais. Em longo prazo, ficam evidentes
doenças e problemas de saúde e uma dependência do álcool que, sem o tratamento
adequado, manterá o ciclo até a morte do indivíduo.
Para combater
os problemas com a bebida, os jovens devem, antes de tudo, amadurecer, buscar
reconhecer os riscos e eliminar por completo o sentimento de onipotência que os
faz crer que não há limites na satisfação própria. Se se cuidar dos jovens e de
sua mentalidade, impedir-se-á que os futuros pais repitam, com seus filhos,
todo o processo que lhes fora equivocadamente ensinado.
(Fonte: Pedro Mohallem - Caro Objetivo)
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