Phan Thi Kim Phuc, a garota de
9 anos imortalizada em uma imagem ganhadora do Prêmio Pulitzer de 1973 e
símbolo da Guerra do Vietnã, esteve no Brasil neste mês de outubro.
Embaixadora da Boa Vontade da
Unesco pela Paz, a vietnamita, hoje com 49 anos, esteve na Capital catarinense
para participar do VIII Congresso Brasileiro de Queimaduras. Em entrevista, Kim
citou Deus diversas vezes e contou como superou o ódio que sentiu após ter seu
corpo queimado após a explosão da bomba napalm e perder entes queridos.
A vida de Kim mudou no dia 8 de
junho de 1972, quando o vilarejo em que vivia, Trang Bang, ao Norte de Saigon,
capital do Vietnã, foi atacada pelo exército
americano. Kim e sua família estavam escondidas em um templo e ela correu para
fugir da explosão da bomba napalm, feita de gasolina e chumbo, que libera muito
calor e causa queimaduras de terceiro grau. A garota foi fotografada por Nick
Ut, da Associated Press, enquanto corria nua em uma rua, gritando por causa das
queimaduras. O fotógrafo a levou para o hospital Barsky. Depois do episódio,
Kim passou por diversos procedimentos cirúrgicos, já que teve
65% de seu corpo queimado.
Phan tentou viver
no anonimato, mas foi descoberta nos anos 90. "Um dia, estava andando na
rua em Toronto e alguém me disse que sabia quem eu era. Foi aí que eu entendi
que não poderia mudar o passado, mas que poderia alterar o significado do que
ocorreu."
A
vietnamita passou a atuar como ativista de direitos humanos, tornou-se
embaixadora da Unesco e criou uma fundação, a 'Kim Foundation',
organização não governamental cuja missão é ajudar crianças vítimas de queimaduras,
por meio de assistência médica e psicológica.
"Apesar
de ter tudo, eu nunca esqueço das crianças como eu. Por isso quero ajudá-las
por meio da 'Kim Foundation'. No início, foi muito difícil ver que eu poderia
passar minha mensagem para as pessoas, ver que essa era a minha missão. Hoje,
quero contar a minha história para que as pessoas que também sofrem tirem uma
lição disso. As pessoas têm de aprender a viver com a paz, a felicidade, a
compaixão, o perdão", afirmou.
(Fonte: G1 e estado.com.br)
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