O crescimento da economia brasileira e a maior presença de multinacionais no país aumentaram o interesse de estrangeiros em aprender a língua portuguesa.
Enquanto europeus e americanos enfrentam altas taxas de desemprego e risco de recessão, o Brasil se tornou o país da moda no exterior -e a língua portuguesa está cada vez mais pop.
Na última década, o número de inscritos no Celpe-Bras, exame de proficiência em português reconhecido pelo Ministério da Educação, saltou de 1.155 para 6.139.
Para entender as regras do português e os complexos tempos verbais, estudantes e executivos estrangeiros têm procurado cada vez mais as escolas de idiomas.
"A importância [do português] está crescendo, uma vez que o Brasil tem se destacado internacionalmente por sua economia considerada estável e suas relações internacionais. O valor de uma língua está extremamente associado ao mercado", afirma Matilde Scaramucci, diretora do Instituto de Estudos da Linguagem da Unicamp.
O "boom" de estrangeiros fazendo cursos de português também é perceptível no exterior. O número de inscritos em centros culturais brasileiros custeados pelo Itamaraty e espalhados por diversos países subiu de 17,5 mil em 2004 para 31,7 mil no ano passado. Apesar disto, o próprio governo brasileiro reconhece que ainda são tímidas as iniciativas oficiais para difundir o idioma no cenário internacional.
"A política [de divulgação da língua] é levada a sério na França e na Inglaterra. No Brasil, engatinhamos", diz o embaixador Pedro Motta, representante brasileiro na CPLP (Comissão de Países de Língua Portuguesa). Ele lembra que países como Alemanha, Espanha e até mesmo Portugal mantêm institutos oficiais de ensino no exterior (Goethe, Cervantes e Camões, respectivamente).
Para o diplomata, a rede de ensino da língua portuguesa "ainda é muito limitada" -o Brasil mantém 22 centros culturais no exterior, o mais recente inaugurado na semana retrasada, no Líbano. "Mesmo dentro do Brasil é preciso valorizar o ensino da língua, o que nem sempre é o caso", diz Motta.
E você, é fluente no seu próprio idioma?
(Fonte: Folha de S. Paulo)
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