Redija uma dissertação, expondo seu ponto de vista sobre as causas e consequências do consumo de álcool entre adolescentes.
Jovem começa a beber cada vez mais cedo, mostram pesquisas
Se a adolescência é uma fase preocupante, a constatação atual de muitos estudos sobre o consumo de álcool a transformou em grave problema de saúde pública.
A idade de início do consumo cai a cada levantamento. Dados do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) apontam que 42% das crianças entre 10 e 12 anos já experimentaram álcool.
Pesquisa recente do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) sobre consumo de drogas em populações de risco revelou que o uso começou aos sete, oito ou nove anos.
O consumo, muitas vezes, começa em casa. Aos pais que pensam ser melhor para as crianças beberem sob supervisão, o correto é criança não beber. Quanto mais precoce o contato com álcool, maior a possibilidade de o relacionamento com a bebida evoluir a um padrão nocivo, e maior o risco de dependência e desenvolvimento de doença crônica. Aumenta ainda o risco de tabagismo, que reduz em média dez anos na expectativa de vida, e a chance de consumo de outras drogas.
Apesar das leis que proíbem venda a menores, adolescentes conseguem comprar bebidas com facilidade. Estudos em duas cidades paulistas de características diferentes, Diadema e Paulínia, tiveram resultados semelhantes em relação à probabilidade de um adolescente de 15 anos (aparentando a idade real) conseguir comprar bebida alcoólica em estabelecimentos comerciais. Cerca de 90% dos jovens conseguiram fazê-lo. Na maioria das vezes, não se solicitou nenhum documento.
Uma lei só será respeitada se bem fiscalizada e se a sociedade cobrar o cumprimento, como ocorreu com a política contra o tabagismo, que em 15 anos foi reduzido à metade no Brasil.
Há esperanças? Sim, as estatísticas sugerem que a maioria dos jovens não evoluirá para padrões problemáticos de consumo de álcool. Mas grande parcela poderia estar mais bem protegida se houvesse medidas de prevenção seletiva (como a detecção precoce) e universal (bloqueio de propaganda).
HAMER PALHARES, médico psiquiatra
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