Os textos abaixo destacam o papel da sociedade não apenas no que se refere à produção de lixo, mas também no que diz respeito à sua destinação. Leia-os e a seguir elabore seu texto dissertativo.
A natureza trabalha em ciclos — “nada se perde, tudo se transforma”. Todo tipo de material orgânico se decompõe com a ação de milhões de micro-organismos decompositores, como bactérias, fungos, vermes, disponibilizando assim os nutrientes que vão alimentar outras formas de vida.
Até o início do século passado, o lixo gerado reintegrava-se aos ciclos naturais e servia como adubo para a agricultura. Porém, com a industrialização e a concentração da população nas grandes cidades, o lixo foi-se tornando um problema.
A sociedade moderna rompeu os ciclos da natureza: por um lado, extraímos mais e mais matérias-primas; por outro, fazemos crescer montanhas de lixo. Como todo esse rejeito não retorna ao ciclo natural, transformando-se em novas matérias-primas, pode tornar-se uma perigosa fonte de contaminação para o meio ambiente, além de provocar doenças.Recentemente, começamos a perceber que, assim como não podemos deixar o lixo acumular-se dentro de nossas casas, precisamos conter a geração de resíduos e dar um tratamento adequado ao lixo no nosso planeta.
Lixo, um grave problema no mundo moderno.
www.idec.org.br/biblioteca/mcs_lixo.pdf (com adaptações)
Vivemos numa sociedade de consumo. Tudo, desde os alimentos que ingerimos até as notícias a que assistimos, é desenhado no formato “use e jogue fora”. É de se esperar, portanto, que sobretudo as grandes cidades tenham sérios problemas com relação ao destino que seu lixo deve tomar. Para resolvermos a questão do lixo, não podemos tomar sua produção como um fato consumado, mas sim como consequência de um hábito da nossa sociedade, que vem produzindo lixo freneticamente.
www.midiaindependente.org/pt (com adaptações)
quarta-feira, 7 de dezembro de 2011
Resiliência
Sabemos muito bem pingar doçuras em nossas amarguras, em especial nas amarguras da alma; temos recursos em nossa bravura e sublimidade assim como nos mais nobres delírios da submissão e resignação. Uma perda dificilmente continua sendo uma perda por uma hora: de algum modo, com ela, também um presente nos caiu do céu – uma nova força, por exemplo: e mesmo que seja apenas uma nova ocasião para a força! E, por fim, é permitido perguntar: é esta nossa vida efetivamente dolorosa e pesada o bastante, para trocá-la com vantagem por um modo de
viver e uma petrificação estoicos?
Nietzsche, A Gaia Ciência (adaptado)
Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio ‘apesar de’ que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida.
Clarice Lispector, Todas as pequenas coisas (adaptado)
O termo “resiliência” é utilizado não só no sentido denotativo, mas também no sentido figurado. Assim, existe tanto a resiliência na física, na ecologia, na ciência quanto na psicologia... Com base nas ideias sugeridas acima, escolha uma
ou até duas formas de resiliência como tema e redija uma dissertação, utilizando informações e argumentos que deem consistência a seu ponto de vista.
viver e uma petrificação estoicos?
Nietzsche, A Gaia Ciência (adaptado)
Uma das coisas que aprendi é que se deve viver apesar de. Apesar de, se deve comer. Apesar de, se deve amar. Apesar de, se deve morrer. Inclusive muitas vezes é o próprio ‘apesar de’ que nos empurra para a frente. Foi o apesar de que me deu uma angústia que insatisfeita foi a criadora de minha própria vida.
Clarice Lispector, Todas as pequenas coisas (adaptado)
O termo “resiliência” é utilizado não só no sentido denotativo, mas também no sentido figurado. Assim, existe tanto a resiliência na física, na ecologia, na ciência quanto na psicologia... Com base nas ideias sugeridas acima, escolha uma
ou até duas formas de resiliência como tema e redija uma dissertação, utilizando informações e argumentos que deem consistência a seu ponto de vista.
5º Simulado 2011 - ENEM
1) (2001) O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.
(ANDRADE, Carlos Drumond de. Poesia e prosa)
Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de:
a)oposição d)alternância
b)comparação e)finalidade
c)conclusão
2) (2001) Os provérbios constituem um produto de sabedoria popular e, em geral, pretendem transmitir um ensinamento. A alternativa em que os dois provérbios remetem a ensinamentos semelhantes é:
a) "Quem diz o que quer ouve o que não quer" e "Quem ama o feio, bonito lhe parece.
b) "Devagar se vai longe" e "De grão em grão , a galinha enche o papo." c)"Mais vale um pássaro na mão do que dois voando" e "Não se deve atirar pérolas aos porcos."
d) "Quem casa quer casa" e "Santo de casa não faz milagre."
e) "Quem com o ferro fere, com o ferro será ferido" e "Casa de ferreiro, espeto de pau."
3)(2001)Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:
"A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço.,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encarnareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui."
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:
a)A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais
b) Salvo o devido respeito /Reforçai, Senhor, a arca
c)A gente vai passear / Ficarei muito saudoso
d)De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro
e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade
4) (2002) Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center , delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber:
• Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer "Tu vai" em espaços públicos do território nacional;
• Nenhum cidadão paulista poderá dizer "Eu lhe amo" e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como "Me vê um chopps e dois pastel";
• Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra "borraxaria" e nenhum dono de banca de jornal anunciará "Vende-se cigarros";
• Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como "casar-me-ei" ou "ver-se-ão".
(PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001)
No texto acima, o autor
a) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida contra deturpações de uso.
b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da língua.
c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro.
d)revela-se preconceituoso em relação a certos registros lingüísticos ao propor medidas que os controlem.
e) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes.
5) (2009) Serafim da Silva Neto defendia a tese da unidade da língua portuguesa no Brasil, entrevendo que o Brasil as delimitações dialetais espaciais não eram tão marcadas como as isoglossas* da România Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua História da Língua Portuguesa, reconhece que na diversidade socioletal essa pretensa unidade se desfaz. Diz Teyssier: “A realidade, porém, é que as divisões ‘dialetais’ no Brasil são menos geográficas que socioculturais. As diferenças na maneira de falar são maiores, num determinado lugar, entre um homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do mesmo nível cultural originários de duas regiões distantes uma da outra.
*isoglossa — linha imaginária que, em um mapa, une os pontos de ocorrência de traços e fenômenos linguísticos idênticos.
(SILVA, R. V. M. O português brasileiro e o português europeu contemporâneo: alguns aspectos da diferença)
De acordo com as informações presentes no texto, os pontos de vista de Serafim da Silva Neto e de Paul Teyssier convergem em relação
a)à influência dos aspectos socioculturais nas diferenças dos fatores entre indivíduos, pois ambos consideram
que pessoas de mesmo nível sociocultural falam de forma semelhante.
b) à delimitação dialetal no Brasil assemelhar-se ao que ocorria na România Antiga, pois ambos consideram a
variação linguística no Brasil como decorrente de aspectos geográficos.
c) à variação sociocultural entre brasileiros de diferentes regiões, pois ambos consideram o fator sociocultural
de bastante peso na constituição das variedades linguísticas no Brasil.
d)à diversidade da língua portuguesa na România Antiga, que até hoje continua a existir, manifestando-se
nas variantes linguísticas do português atual no Brasil.
e)à existência de delimitações dialetais geográficas pouco marcadas no Brasil, embora cada um enfatize
aspectos diferentes da questão.
6) (2006) No romance Vidas Secas , de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena:
“Não se conformou: devia haver engano. (...) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.”
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo
no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho:
a) “Não se conformou: devia haver engano”
b) “e Fabiano perdeu os estribos”
c) “Passar a vida inteira assim no toco”
d) “entregando o que era dele de mão beijada!”
e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou”
7) (2008)
Com Niciga, parar de fumar fica muito mais fácil.
1. Fumar aumenta o número de receptores do seu cérebro que se ativam com nicotina.
2. Se você interrompe o fornecimento de uma vez, eles enlouquecem e você sente os desagradáveis sintomas da falta do cigarro.
3. Com seus adesivos transdérmicos, Niciga libera nicotina terapêutica de forma controlada no seu organismo, facilitando o processo de parar de fumar e ajudando a sua força de vontade. Com
Niciga, você tem o dobro de chances de parar de fumar.
Para convencer o leitor, o anúncio emprega como recurso expressivo, principalmente:
a) As rimas entre Niciga e nicotina.
b) O uso de metáforas como “força de vontade”.
c) A repetição enfática de termos semelhantes como “fácil” e “facilidade”.
d) A utilização dos pronomes de segunda pessoa, que fazem um apelo direto ao leitor.
e) A informação sobre as consequências do consumo do cigarro para amedrontar o leitor.
8) (2008) São Paulo vai se recensear. O governo quer saber quantas pessoas governa. A indagação atingirá a fauna e a flora domesticadas. Bois, mulheres e algodoeiros serão reduzidos a números e invertidos em estatísticas. O homem do censo entrará pelos bangalôs, pelas pensões, pelas casas de barro e de cimento armado, pelo sobradinho e pelo apartamento, pelo cortiço e pelo hotel, perguntando:
— Quantos são aqui?
Pergunta triste, de resto. Um homem dirá:
— Aqui havia mulheres e criancinhas. Agora, felizmente, só há pulgas e ratos.
E outro:
— Amigo, tenho aqui esta mulher, este papagaio, esta sogra e algumas baratas. Tome nota dos seus nomes, se quiser. Querendo levar todos, é favor... (...)
E outro:
— Dois, cidadão, somos dois. Naturalmente o sr. não a vê. Mas ela está aqui, está, está! A sua saudade jamais sairá de meu quarto e de meu peito!
(Rubem Braga. Para gostar de ler - volume 3)
O fragmento acima, em que há referência a um fato sócio-histórico — o recenseamento —, apresenta característica marcante do gênero crônica ao:
a) expressar o tema de forma abstrata, evocando imagens e buscando apresentar a idéia de uma coisa por meio de outra.
b) manter-se fiel aos acontecimentos, retratando os personagens em um só tempo e um só espaço.
c) contar história centrada na solução de um enigma, construindo os personagens psicologicamente e revelando-os pouco a pouco.
d) evocar, de maneira satírica, a vida na cidade, visando transmitir ensinamentos práticos do cotidiano, para manter as pessoas informadas.
e) valer-se de tema do cotidiano como ponto de partida para a construção de texto que recebe tratamento estético.
9) (2009) Em Touro Indomável, que a cinemateca lança nesta semana nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a dor maior e a violência verdadeira vêm dos demônios de La Motta – que fizeram dele tanto um astro no ringue como um homem fadado à destruição. Dirigida como um senso vertiginoso do destino de seu personagem, essa obra-prima de Martin Scorcese é daqueles filmes que falam à perfeição de seu tema (o boxe) para então transcendê-lo e tratar do que importa: aquilo que faz dos seres humanos apenas isso mesmo, humanos e tremendamente imperfeitos.
(Revista Veja, 18 fev. 2009 –adaptado)
Ao escolher este gênero textual, o produtor do texto objetivou:
a) construir uma apreciação irônica do filme.
b) evidenciar argumentos contrários ao filme de Scorcese.
c) elaborar uma narrativa com descrição de tipos literários.
d) apresentar ao leitor um painel da obra e se posicionar
criticamente.
e) afirmar que o filme transcende o seu objetivo inicial e, por isso, perde sua qualidade.
10) (1998)
Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís de Camões)
Tal poema pode ser considerado como um texto:
a) argumentativo d) de propaganda
b) narrativo e) teatral
c) épico
11) (1998) O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou idéias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente.
a) "Amor é fogo que arde sem se ver."
b) "É um contentamento descontente."
c) "É servir a quem vence, o vencedor."
d) "Mas como causar pode seu favor."
e) "Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"
12) (1999) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos:
"Falo somente como o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; Falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; Falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua; Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste."
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,
a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores.
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido.
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores.
e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.
13) (2010) Sob o olhar do Twitter
Vivemos a era da exposição e do compartilhamento. Público e privado começam a se confundir. A ideia de privacidade vai mudar ou desaparecer.
O trecho acima tem 140 caracteres exatos. É uma mensagem curta que tenta encapsular uma ideia complexa. Não é fácil esse tipo de síntese, mas dezenas de milhões de pessoas o praticam diariamente. No mundo todo, são disparados 2,4 trilhões de SMS por mês, e neles cabem 140 toques, ou pouco mais. Também é comum enviar e-mails, deixar recados no Orkut, falar com as pessoas pelo MSN, tagarelar no celular, receber chamados em qualquer parte, a qualquer hora. Estamos conectados. Superconectados, na verdade, de várias formas. [...]
O mais recente exemplo de demanda por total conexão e de uma nova sintaxe social é o Twitter, o novo serviço de troca de mensagens pela internet. O Twitter pode ser entendido como uma mistura de blog e celular. As mensagens são de 140 toques, como os torpedos de blogs. Em vez de seguir para apenas uma pessoa, como no celular ou no MSN, a mensagem do Twitter vai para todos os “seguidores” – gente que acompanha o emissor. Podem ser 30, 300 ou 409 mil seguidores. (MARTINS, I.; LEAL, R. Época. 16 mar.2009)
Pode-se afirmar que o texto acima:
a) adverte os leitores de que a internet pode transformar-se em um problema porque expõe a vida dos usuários.
b) ensina aos leitores os procedimentos necessários para que as pessoas conheçam esse novo meio de comunicação
c) exemplifica e explica o novo serviço global de mensagens rápidas que desafia os hábitos de comunicação e reinventa o conceito de privacidade.
d) procura esclarecer os leitores a respeito dos perigos que o uso do Twitter pode causar no trabalho e na vida pessoal.
e) apresenta uma enquete sobre as redes sociais da atualidade e mostra que o Twitter é preferido dos internautas.
14) (2007) O açúcar (Ferreira Gullar)
O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.
Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e
Tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina. (...)
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.
A antítese (ideias opostas) que apresenta uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e
a) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.
b) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.
c) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar.
d) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
e) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.
15) (2009) Texto I: É praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem o plástico. Ele está presente em embalagens de alimentos, bebidas e remédios, além de eletrodomésticos, automóveis etc. Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é: quando em contato com outras substâncias, o plástico não as contamina; ao contrário, protege o produto embalado. Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos plásticos em larga escala: são leves, quase não alteram o peso do material embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente, não é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem de plástico reciclado, quando comparado ao total produzido, ainda é irrelevante. (Revista Mãe Terra).
Texto II: Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos por sufocamento. Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas têm um custo incalculável para o meio ambiente. (Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente)
Em contraste com o texto I, no texto II são empregadas, predominantemente, estratégias argumentativas que
a) atraem o leitor por meio de previsões para o futuro.
b) apelam à emoção do leitor, mencionando a morte de animais.
c) orientam o leitor a respeito dos modos de usar conscientemente as sacolas plásticas.
d) intimidam o leitor com as nocivas consequências do uso indiscriminado de sacolas plásticas.
e) recorrem à informação, por meio de constatações, para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plásticas.
O mundo é grande e cabe
Nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
Na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
No breve espaço de beijar.
(ANDRADE, Carlos Drumond de. Poesia e prosa)
Neste poema, o poeta realizou uma opção estilística: a reiteração de determinadas construções e expressões linguísticas, como o uso da mesma conjunção para estabelecer a relação entre as frases. Essa conjunção estabelece, entre as ideias relacionadas, um sentido de:
a)oposição d)alternância
b)comparação e)finalidade
c)conclusão
2) (2001) Os provérbios constituem um produto de sabedoria popular e, em geral, pretendem transmitir um ensinamento. A alternativa em que os dois provérbios remetem a ensinamentos semelhantes é:
a) "Quem diz o que quer ouve o que não quer" e "Quem ama o feio, bonito lhe parece.
b) "Devagar se vai longe" e "De grão em grão , a galinha enche o papo." c)"Mais vale um pássaro na mão do que dois voando" e "Não se deve atirar pérolas aos porcos."
d) "Quem casa quer casa" e "Santo de casa não faz milagre."
e) "Quem com o ferro fere, com o ferro será ferido" e "Casa de ferreiro, espeto de pau."
3)(2001)Murilo Mendes, em um de seus poemas, dialoga com a carta de Pero Vaz de Caminha:
"A terra é mui graciosa,
Tão fértil eu nunca vi.
A gente vai passear,
No chão espeta um caniço.,
No dia seguinte nasce
Bengala de castão de oiro.
Tem goiabas, melancias,
Banana que nem chuchu.
Quanto aos bichos, tem-nos muito,
De plumagens mui vistosas.
Tem macaco até demais
Diamantes tem à vontade
Esmeralda é para os trouxas.
Reforçai, Senhor, a arca,
Cruzados não faltarão,
Vossa perna encarnareis,
Salvo o devido respeito.
Ficarei muito saudoso
Se for embora daqui."
Arcaísmos e termos coloquiais misturam-se nesse poema, criando um efeito de contraste, como ocorre em:
a)A terra é mui graciosa / Tem macaco até demais
b) Salvo o devido respeito /Reforçai, Senhor, a arca
c)A gente vai passear / Ficarei muito saudoso
d)De plumagens mui vistosas / Bengala de castão de oiro
e) No chão espeta um caniço / Diamantes tem à vontade
4) (2002) Só falta o Senado aprovar o projeto de lei [sobre o uso de termos estrangeiros no Brasil] para que palavras como shopping center , delivery e drive-through sejam proibidas em nomes de estabelecimentos e marcas. Engajado nessa valorosa luta contra o inimigo ianque, que quer fazer área de livre comércio com nosso inculto e belo idioma, venho sugerir algumas outras medidas que serão de extrema importância para a preservação da soberania nacional, a saber:
• Nenhum cidadão carioca ou gaúcho poderá dizer "Tu vai" em espaços públicos do território nacional;
• Nenhum cidadão paulista poderá dizer "Eu lhe amo" e retirar ou acrescentar o plural em sentenças como "Me vê um chopps e dois pastel";
• Nenhum dono de borracharia poderá escrever cartaz com a palavra "borraxaria" e nenhum dono de banca de jornal anunciará "Vende-se cigarros";
• Nenhum livro de gramática obrigará os alunos a utilizar colocações pronominais como "casar-me-ei" ou "ver-se-ão".
(PIZA, Daniel. Uma proposta imodesta. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 8/04/2001)
No texto acima, o autor
a) mostra-se favorável ao teor da proposta por entender que a língua portuguesa deve ser protegida contra deturpações de uso.
b) ironiza o projeto de lei ao sugerir medidas que inibam determinados usos regionais e socioculturais da língua.
c) denuncia o desconhecimento de regras elementares de concordância verbal e nominal pelo falante brasileiro.
d)revela-se preconceituoso em relação a certos registros lingüísticos ao propor medidas que os controlem.
e) defende o ensino rigoroso da gramática para que todos aprendam a empregar corretamente os pronomes.
5) (2009) Serafim da Silva Neto defendia a tese da unidade da língua portuguesa no Brasil, entrevendo que o Brasil as delimitações dialetais espaciais não eram tão marcadas como as isoglossas* da România Antiga. Mas Paul Teyssier, na sua História da Língua Portuguesa, reconhece que na diversidade socioletal essa pretensa unidade se desfaz. Diz Teyssier: “A realidade, porém, é que as divisões ‘dialetais’ no Brasil são menos geográficas que socioculturais. As diferenças na maneira de falar são maiores, num determinado lugar, entre um homem culto e o vizinho analfabeto que entre dois brasileiros do mesmo nível cultural originários de duas regiões distantes uma da outra.
*isoglossa — linha imaginária que, em um mapa, une os pontos de ocorrência de traços e fenômenos linguísticos idênticos.
(SILVA, R. V. M. O português brasileiro e o português europeu contemporâneo: alguns aspectos da diferença)
De acordo com as informações presentes no texto, os pontos de vista de Serafim da Silva Neto e de Paul Teyssier convergem em relação
a)à influência dos aspectos socioculturais nas diferenças dos fatores entre indivíduos, pois ambos consideram
que pessoas de mesmo nível sociocultural falam de forma semelhante.
b) à delimitação dialetal no Brasil assemelhar-se ao que ocorria na România Antiga, pois ambos consideram a
variação linguística no Brasil como decorrente de aspectos geográficos.
c) à variação sociocultural entre brasileiros de diferentes regiões, pois ambos consideram o fator sociocultural
de bastante peso na constituição das variedades linguísticas no Brasil.
d)à diversidade da língua portuguesa na România Antiga, que até hoje continua a existir, manifestando-se
nas variantes linguísticas do português atual no Brasil.
e)à existência de delimitações dialetais geográficas pouco marcadas no Brasil, embora cada um enfatize
aspectos diferentes da questão.
6) (2006) No romance Vidas Secas , de Graciliano Ramos, o vaqueiro Fabiano encontra-se com o patrão para receber o salário. Eis parte da cena:
“Não se conformou: devia haver engano. (...) Com certeza havia um erro no papel do branco. Não se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mão beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria? O patrão zangou-se, repeliu a insolência, achou bom que o vaqueiro fosse procurar serviço noutra fazenda. Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Não era preciso barulho não.”
No fragmento transcrito, o padrão formal da linguagem convive com marcas de regionalismo e de coloquialismo
no vocabulário. Pertence à variedade do padrão formal da linguagem o seguinte trecho:
a) “Não se conformou: devia haver engano”
b) “e Fabiano perdeu os estribos”
c) “Passar a vida inteira assim no toco”
d) “entregando o que era dele de mão beijada!”
e) “Aí Fabiano baixou a pancada e amunhecou”
7) (2008)
Com Niciga, parar de fumar fica muito mais fácil.
1. Fumar aumenta o número de receptores do seu cérebro que se ativam com nicotina.
2. Se você interrompe o fornecimento de uma vez, eles enlouquecem e você sente os desagradáveis sintomas da falta do cigarro.
3. Com seus adesivos transdérmicos, Niciga libera nicotina terapêutica de forma controlada no seu organismo, facilitando o processo de parar de fumar e ajudando a sua força de vontade. Com
Niciga, você tem o dobro de chances de parar de fumar.
Para convencer o leitor, o anúncio emprega como recurso expressivo, principalmente:
a) As rimas entre Niciga e nicotina.
b) O uso de metáforas como “força de vontade”.
c) A repetição enfática de termos semelhantes como “fácil” e “facilidade”.
d) A utilização dos pronomes de segunda pessoa, que fazem um apelo direto ao leitor.
e) A informação sobre as consequências do consumo do cigarro para amedrontar o leitor.
8) (2008) São Paulo vai se recensear. O governo quer saber quantas pessoas governa. A indagação atingirá a fauna e a flora domesticadas. Bois, mulheres e algodoeiros serão reduzidos a números e invertidos em estatísticas. O homem do censo entrará pelos bangalôs, pelas pensões, pelas casas de barro e de cimento armado, pelo sobradinho e pelo apartamento, pelo cortiço e pelo hotel, perguntando:
— Quantos são aqui?
Pergunta triste, de resto. Um homem dirá:
— Aqui havia mulheres e criancinhas. Agora, felizmente, só há pulgas e ratos.
E outro:
— Amigo, tenho aqui esta mulher, este papagaio, esta sogra e algumas baratas. Tome nota dos seus nomes, se quiser. Querendo levar todos, é favor... (...)
E outro:
— Dois, cidadão, somos dois. Naturalmente o sr. não a vê. Mas ela está aqui, está, está! A sua saudade jamais sairá de meu quarto e de meu peito!
(Rubem Braga. Para gostar de ler - volume 3)
O fragmento acima, em que há referência a um fato sócio-histórico — o recenseamento —, apresenta característica marcante do gênero crônica ao:
a) expressar o tema de forma abstrata, evocando imagens e buscando apresentar a idéia de uma coisa por meio de outra.
b) manter-se fiel aos acontecimentos, retratando os personagens em um só tempo e um só espaço.
c) contar história centrada na solução de um enigma, construindo os personagens psicologicamente e revelando-os pouco a pouco.
d) evocar, de maneira satírica, a vida na cidade, visando transmitir ensinamentos práticos do cotidiano, para manter as pessoas informadas.
e) valer-se de tema do cotidiano como ponto de partida para a construção de texto que recebe tratamento estético.
9) (2009) Em Touro Indomável, que a cinemateca lança nesta semana nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, a dor maior e a violência verdadeira vêm dos demônios de La Motta – que fizeram dele tanto um astro no ringue como um homem fadado à destruição. Dirigida como um senso vertiginoso do destino de seu personagem, essa obra-prima de Martin Scorcese é daqueles filmes que falam à perfeição de seu tema (o boxe) para então transcendê-lo e tratar do que importa: aquilo que faz dos seres humanos apenas isso mesmo, humanos e tremendamente imperfeitos.
(Revista Veja, 18 fev. 2009 –adaptado)
Ao escolher este gênero textual, o produtor do texto objetivou:
a) construir uma apreciação irônica do filme.
b) evidenciar argumentos contrários ao filme de Scorcese.
c) elaborar uma narrativa com descrição de tipos literários.
d) apresentar ao leitor um painel da obra e se posicionar
criticamente.
e) afirmar que o filme transcende o seu objetivo inicial e, por isso, perde sua qualidade.
10) (1998)
Amor é fogo que arde sem se ver;
é ferida que dói e não se sente;
é um contentamento descontente;
é dor que desatina sem doer;
É um não querer mais que bem querer;
é solitário andar por entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é cuidar que se ganha em se perder;
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
(Luís de Camões)
Tal poema pode ser considerado como um texto:
a) argumentativo d) de propaganda
b) narrativo e) teatral
c) épico
11) (1998) O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposição de palavras ou idéias. Assinale a opção em que essa oposição se faz claramente presente.
a) "Amor é fogo que arde sem se ver."
b) "É um contentamento descontente."
c) "É servir a quem vence, o vencedor."
d) "Mas como causar pode seu favor."
e) "Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"
12) (1999) Leia o que disse João Cabral de Melo Neto, poeta pernambucano, sobre a função de seus textos:
"Falo somente como o que falo: a linguagem enxuta, contato denso; Falo somente do que falo: a vida seca, áspera e clara do sertão; Falo somente por quem falo: o homem sertanejo sobrevivendo na adversidade e na míngua; Falo somente para quem falo: para os que precisam ser alertados para a situação da miséria no Nordeste."
Para João Cabral de Melo Neto, no texto literário,
a) a linguagem do texto deve refletir o tema, e a fala do autor deve denunciar o fato social para determinados leitores.
b) a linguagem do texto não deve ter relação com o tema, e o autor deve ser imparcial para que seu texto seja lido.
c) o escritor deve saber separar a linguagem do tema e a perspectiva pessoal da perspectiva do leitor.
d) a linguagem pode ser separada do tema, e o escritor deve ser o delator do fato social para todos os leitores.
e) a linguagem está além do tema, e o fato social deve ser a proposta do escritor para convencer o leitor.
13) (2010) Sob o olhar do Twitter
Vivemos a era da exposição e do compartilhamento. Público e privado começam a se confundir. A ideia de privacidade vai mudar ou desaparecer.
O trecho acima tem 140 caracteres exatos. É uma mensagem curta que tenta encapsular uma ideia complexa. Não é fácil esse tipo de síntese, mas dezenas de milhões de pessoas o praticam diariamente. No mundo todo, são disparados 2,4 trilhões de SMS por mês, e neles cabem 140 toques, ou pouco mais. Também é comum enviar e-mails, deixar recados no Orkut, falar com as pessoas pelo MSN, tagarelar no celular, receber chamados em qualquer parte, a qualquer hora. Estamos conectados. Superconectados, na verdade, de várias formas. [...]
O mais recente exemplo de demanda por total conexão e de uma nova sintaxe social é o Twitter, o novo serviço de troca de mensagens pela internet. O Twitter pode ser entendido como uma mistura de blog e celular. As mensagens são de 140 toques, como os torpedos de blogs. Em vez de seguir para apenas uma pessoa, como no celular ou no MSN, a mensagem do Twitter vai para todos os “seguidores” – gente que acompanha o emissor. Podem ser 30, 300 ou 409 mil seguidores. (MARTINS, I.; LEAL, R. Época. 16 mar.2009)
Pode-se afirmar que o texto acima:
a) adverte os leitores de que a internet pode transformar-se em um problema porque expõe a vida dos usuários.
b) ensina aos leitores os procedimentos necessários para que as pessoas conheçam esse novo meio de comunicação
c) exemplifica e explica o novo serviço global de mensagens rápidas que desafia os hábitos de comunicação e reinventa o conceito de privacidade.
d) procura esclarecer os leitores a respeito dos perigos que o uso do Twitter pode causar no trabalho e na vida pessoal.
e) apresenta uma enquete sobre as redes sociais da atualidade e mostra que o Twitter é preferido dos internautas.
14) (2007) O açúcar (Ferreira Gullar)
O branco açúcar que adoçará meu café
Nesta manhã de Ipanema
Não foi produzido por mim
Nem surgiu dentro do açucareiro por milagre.
Vejo-o puro
E afável ao paladar
Como beijo de moça, água
Na pele, flor
Que se dissolve na boca. Mas este açúcar
Não foi feito por mim.
Este açúcar veio
Da mercearia da esquina e
Tampouco o fez o Oliveira,
Dono da mercearia.
Este açúcar veio
De uma usina de açúcar em Pernambuco
Ou no Estado do Rio
E tampouco o fez o dono da usina. (...)
Em usinas escuras, homens de vida amarga
E dura
Produziram este açúcar
Branco e puro
Com que adoço meu café esta manhã
Em Ipanema.
A antítese (ideias opostas) que apresenta uma imagem da divisão social do trabalho na sociedade brasileira é expressa poeticamente na oposição entre a doçura do branco açúcar e
a) o trabalho do dono da mercearia de onde veio o açúcar.
b) o beijo de moça, a água na pele e a flor que se dissolve na boca.
c) o trabalho do dono do engenho em Pernambuco, onde se produz o açúcar.
d) a beleza dos extensos canaviais que nascem no regaço do vale.
e) o trabalho dos homens de vida amarga em usinas escuras.
15) (2009) Texto I: É praticamente impossível imaginarmos nossas vidas sem o plástico. Ele está presente em embalagens de alimentos, bebidas e remédios, além de eletrodomésticos, automóveis etc. Esse uso ocorre devido à sua atoxicidade e à inércia, isto é: quando em contato com outras substâncias, o plástico não as contamina; ao contrário, protege o produto embalado. Outras duas grandes vantagens garantem o uso dos plásticos em larga escala: são leves, quase não alteram o peso do material embalado, e são 100% recicláveis, fato que, infelizmente, não é aproveitado, visto que, em todo o mundo, a percentagem de plástico reciclado, quando comparado ao total produzido, ainda é irrelevante. (Revista Mãe Terra).
Texto II: Sacolas plásticas são leves e voam ao vento. Por isso, elas entopem esgotos e bueiros, causando enchentes. São encontradas até no estômago de tartarugas marinhas, baleias, focas e golfinhos, mortos por sufocamento. Sacolas plásticas descartáveis são gratuitas para os consumidores, mas têm um custo incalculável para o meio ambiente. (Veja, 8 jul. 2009. Fragmentos de texto publicitário do Instituto Akatu pelo Consumo Consciente)
Em contraste com o texto I, no texto II são empregadas, predominantemente, estratégias argumentativas que
a) atraem o leitor por meio de previsões para o futuro.
b) apelam à emoção do leitor, mencionando a morte de animais.
c) orientam o leitor a respeito dos modos de usar conscientemente as sacolas plásticas.
d) intimidam o leitor com as nocivas consequências do uso indiscriminado de sacolas plásticas.
e) recorrem à informação, por meio de constatações, para convencer o leitor a evitar o uso de sacolas plásticas.
4º Simulado 2011
UNPLUGGED
Você entra em qualquer restaurante a quilo e, para não perder tempo comendo, encontra tomadas por toda parte para, se quiser, ligar o notebook e continuar trabalhando. Não será por falta delas que você deixará de participar de uma conferência, na hora do almoço, com 20 outros executivos, cada qual numa cidade ou, cuíca, país.
Mas, supondo que considere a hora do almoço sagrada e recuse a trabalhar e mastigar ao mesmo tempo, há sempre o recurso de ligar o iPod e se isolar. Assim, alheio ao mundo exterior, você poderá engolir uma suave salada de faufilhas com breufas e relaxar, ouvindo as 948 melhores faixas do Metallica estocadas no aparelhinho plugado à sua orelha.
Bem, não é preciso ser tão radical e cortar as pontes com o mundo. Afinal, existe o celular. Com ele você pode gerar, reproduzir, manipular, receber, transportar, corrigir, salvar, desenvolver, deletar, definir, ampliar, imprimir, personalizar e enviar uma quantidade ilimitada de informações ou imagens inúteis. Pode também fotografar sem querer o próprio tímpano. Pode ainda telefonar para o escritório e se inteirar das últimas que aconteceram, desde que você saiu de lá, há cinco minutos.
Some a isso os aparelhos de TV ligados neste e em outros restaurantes, botequins, hospitais, academias, bancos, shoppings, elevadores, vans, táxis, aeroportos e aviões. É um bombardeio de informação, pior do que qualquer blitzkrieg da Segunda Guerra. Nesta, ao menos, podia-se correr para os abrigos.
Há uma nova meta pela qual lutar. Todo ser humano deveria ter direito a xis minutos diários de exclusividade dos próprios sentidos, sem precisar plugá-los a nenhuma geringonça do demônio ou deixá-los ser invadidos e envenenados por imagens e sons que ninguém pediu para existir.
(Rui Castro, Folha de S.Paulo)
1) (ESPM) Pela leitura do texto, depreende-se que:
a) o homem moderno não deve ficar desconectado do mundo que o cerca.
b) há um exagero na quantidade de tecnologia que faz o homem se tornar escravo das informações.
c) o tempo deve ser aproveitado o máximo possível, por exemplo, trabalhando inclusive enquanto almoça num restaurante a quilo.
d) a alienação em relação aos fatos do mundo é um dos aspectos mais criticáveis da vida moderna.
e) há uma quantidade ilimitada de informações no
mundo, que não podem ser descartadas.
Texto para as questões 2, 3 e 4
Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei por quê.
(Camões)
2) Considere as seguintes proposições:
I. Na segunda estrofe, os perigos do mar funcionam como metáfora para os tormentos do Amor.
II. O motivo da insegurança do eu lírico é o fato de ele estar amando, não ser correspondido e não alimentar esperanças.
III.O eu lírico não desafia o Amor, pois como desafiante teria ainda muito a perder.
IV.Há paradoxo, ou aparente contradição, em "perigosas seguranças", pois “perigoso” se opõe a “seguro”.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, III e IV, apenas.
3) Assinale a alternativa incorreta:
a) O poema pode ser dividido em duas partes: 1a – os dois quartetos: o sujeito lírico diz que, em seu estado desesperado, nenhum mal pode piorar sua situação; 2a – os dois tercetos: apesar de tudo, Amor ainda lhe reserva um mal indefinível.
b) O poema se encerra com uma engenhosa definição do Amor: "Um não sei quê, que nasce não sei onde, / Vem não sei como e dói não sei por quê".
c) Os versos "Olhai de que esperanças me mantenho!" e "Vede que perigosas seguranças!" contêm ironia carregada de amargura.
d) O sentido dos versos 7-8 é que quem está no meio do mar bravo, sem nenhum barco ou navio ("lenho"), não pode temer nenhuma virada da sorte que piore sua situação.
e) Os dois versos finais do poema são uma explicação do "mal que mata e não se vê".
4) Assinale a alternativa falsa.
a) Os “Quês” que iniciam os versos 3 e 4 têm o
mesmo sentido.
b) “Mal”, no verso 4, significa "dificilmente".
c) No verso 7, há antítese entre “contrastes” e “mudanças”.
d) “Lenho” (verso 8) é metonímia para “barco”.
e) No primeiro terceto, “Amor” é sujeito de “esconde” e “um mal” é seu objeto.
Texto para as questões 5 e 6
É SÓ UMA QUESTÃO DE PELE
Olhar a paisagem humana brasileira é uma experiência única porque a primeira descoberta é a cor das pessoas. Há loiras que parecem nórdicas, morenas tropicais, brancos caucasianos, negros retintos, mulatos de várias tonalidades, gente de pele acobreada e outros ainda de pele cor-de-oliva.
Após 508 anos de miscigenação, os brasileiros, de modo geral, não têm uma cor, mas muitas cores. Praias e ruas de qualquer lugar da Europa, América do Norte, Ásia ou África sempre mostram ao menos uma cor dominante. No Brasil não é assim. Segundo o censo de 2007, a escala de cores da pele dos brasileiros é de 144 tonalidades diferentes.
Recentemente, a biologia descobriu que a cor da pele nas diversas etnias se deve às condições de exposição ao sol e como proteção da pele aos efeitos dos raios UV solares. Quanto mais melanina, mais escura a pele, porque a cor escura protege o organismo dos raios UV do sol, como acontece nas regiões equatoriais. Inversamente, quanto menos melanina, mais clara a pele, como nas regiões onde a insolação é menor. Eis a explicação para os habitantes do norte do planeta serem majoritariamente brancos.
Em resumo, a cor da pele humana se deve a um ajuste natural cujo objetivo é assegurar a perpetuação da espécie, e tem a ver mais com as condições de insolação do que com sua raça. Essa descoberta justifica a tese de que os mais prováveis ancestrais humanos, africanos, eram escuros, pois tinham que se proteger das condições climáticas para sobreviver. Conforme migraram para outras regiões, para caçar, por exemplo, a pele teve de se adaptar às condições encontradas nas diferentes partes do planeta e com a constância da situação, nos milhares de anos, perpetuou-se no DNA.
O gene que descolore a pele oferece uma lição: a mutação foi determinada pela variação de uma única letra do código genético humano que contém cerca de três milhões de letras, e permite a estarrecedora conclusão: uma diferença tão insignificante tem sido capaz de produzir páginas tão cruéis, como as de segregação racial, na história da humanidade.
(Planeta, novembro de 2008. Adaptado)
5) (UFTM) A afirmação do início do 4º parágrafo – "a cor da pele humana se deve a um ajuste natural, cujo objetivo é assegurar a perpetuação da espécie" – deve ser compreendida como:
a) entre outros tantos fatores, a cor da pele é responsável pela reprodução humana.
b) o homem ajustou a cor da pele para conviver, harmoniosamente, com as diferenças raciais.
c) a autorregulação da cor da pele se deve à luta travada pelo homem para seu extermínio.
d) o objetivo do homem, através dos séculos, foi o de organizar os clãs sociais pelo critério natural da cor da pele.
e) historicamente, para sobreviver a novas condições de vida, o ser humano sofreu mutações, inclusive a da cor da pele.
6) (UFTM) Em "uma diferença tão insignificante tem sido capaz de produzir páginas tão cruéis", a palavra “páginas” apresenta o mesmo significado na alternativa:
a) A jovem guardou pétalas de uma flor seca nas
páginas de seu livro preferido.
b) As muitas páginas da obra transformaram a leitura significativa para mim.
c) Os atentados terroristas ainda são páginas a serem vencidas pelos governantes.
d) Ao pular páginas do capítulo, o texto não fez mais o menor sentido.
e) As referências bibliográficas são colocadas ao pé das páginas.
7) Leia os fragmentos seguintes, extraídos dos contos de “Sagarana”, de Guimarães Rosa:
I. De seis anos atrás, lembrava-me do tio, e péssima figura fazia ele na minha recordação: mole para tudo, desajeitado, como um corujão caído de oco do pau em dia claro, ou um tatupeba passeando em terreiro de cimento. ("Minha Gente")
II. Ninguém se importou; falaram até de ser manha, porque o Didico era gordinho e corado, parecendo um anjo de estampa, de olhinhos gaiteiros e azuis. ("Conversa de Bois")
III. [...] o Major Saulo, de botas e esporas, corpulento, quase um obeso, de olhos verdes, misterioso, que só com o olhar mandava um boi bravo se ir de castigo, e que ria, sempre ria – riso grosso, quando irado; riso fino, quando alegre; e riso mudo, de normal. ("O Burrinho Pedrês")
A seguir, assinale a alternativa incorreta.
a) Os três fragmentos caracterizam, as personagens, por meio de adjetivos; são, portanto, descritivos.
b) Nos fragmentos I e II, utiliza-se o recurso da comparação, na composição da aparência das personagens.
c) No fragmento III, além da descrição física do Major, delineia-se também o perfil psicológico da personagem.
d) No fragmento II, indica-se a impressão que a aparência da personagem causa nos outros.
e) No fragmento III, o Major Saulo é descrito por meio de um conjunto de características, que indicam tratar-se de pessoa alegre e frágil.
Texto para a questão 8
Saiu da sala [D. Severina], atravessou rasgadamente o corredor e foi até o quarto do mocinho, cuja porta achou escancarada. D. Severina sentiu bater-lhe o coração com veemência e recuou. Sonhara de noite com ele; pode ser que ele estivesse sonhando com ela.
(Machado de Assis, "Uns Braços")
8) Considerando-se os aspectos estruturais, o trecho é:
a) descritivo, pois são caracterizados os elementos que compõem o cenário.
b) narrativo, pois há uma personagem numa sucessão de ações que evoluem no tempo.
c) dissertativo, pois há uma exposição crítica de argumentos.
d) descritivo-narrativo, porque são caracterizadas as personagens e as ações praticadas.
e) narrativo-dissertativo, porque há argumentos utilizados na construção das ações da personagem.
Texto para as questões 9 e 10
As palavras africanas hoje do nosso uso diário, palavras em que não sentimos o menor sabor arrevesado do exótico, são inúmeras. Que brasileiro – pelo menos do Norte – sente exotismo nenhum em palavras como caçamba, canga, dengo, cafuné, mulambo, caçula, quitute, mandinga, moleque, camundongo, batuque, banzo, mucambo, mocotó, bunda, zumbi, vatapá, caruru, banzé, jiló, mucama, quindim, catinga, birimbau, tanga, cachimbo, candomblé? Ou acha mais jeito em dizer "mau cheiro" do que "catinga"? (Gilberto Freire. Casa-Grande & Senzala)
9) O texto serve como argumento, para o autor, de que
a) a linguagem das classes baixas sempre foi marcada por vícios e erros.
b) os termos usados pelos negros são inadequados para um falar correto.
c) a influência do africano em nossa cultura está presente na linguagem corrente.
d) o vocabulário dos escravos restringiu-se ao português de baixo calão.
e) a mistura de etnias, ocorrida no Brasil, é uma das causas de nosso subdesenvolvimento.
10) Em “Casa-Grande & Senzala” (1933), Gilberto Freire apresentou um estudo, inovador para a sua época, da formação da civilização brasileira. Mas ele também surpreendeu por sua linguagem, que não se restringiu ao caráter denotativo comum a textos científicos. Há, nesse livro, uma constante elaboração literária, principalmente no que se refere ao emprego da conotação, ou seja, ao uso da linguagem em sentido figurado. Entre os trechos a seguir, todos extraídos da referida obra, assinale aquele em que não há linguagem figurada.
a) "O ambiente em que começou a vida brasileira foi de grande intoxicação sexual. (...) O europeu saltava em terra escorregando em índia nua; os próprios padres da Companhia [de Jesus] precisavam descer com cuidado, se não atolavam o pé em carne."
b) "Nem merece contradita séria a superstição de ser o negro, pelos seus característicos somáticos, o tipo de raça mais próximo da incerta forma ancestral do homem, cuja anatomia se supõe semelhante à do chimpanzé. Superstição em que se baseia muito do julgamento desfavorável que se faz da capacidade mental do negro. Mas os lábios dos macacos são finos como na raça branca e não como na preta (...). Entre as raças humanas, são os europeus e os australianos os mais peludos de corpo e não os negros."
c) "De modo que não é o encontro de uma cultura exuberante de maturidade com outra já adolescente, que aqui se verifica; a colonização européia vem surpreender, nesta parte da América, quase que bandos de crianças grandes; uma cultura verde e incipiente; ainda na primeira dentição; sem os ossos nem o desenvolvimento nem a resistência das grandes semicivilizações americanas."
d) "O Brasil não se limitou a recolher da África a lama de gente preta que lhe fecundou os canaviais e os cafezais; que lhe amaciou a terra seca; que lhe completou a riqueza das manchas de massapé. Vieram-lhe da África 'donas de casa' para seus colonos sem mulher branca; técnicos para as minas; artífices em ferro; negros entendidos na criação de gado e na indústria pastoril; comerciantes de panos e sabão; mestres, sacerdotes e tiradores de reza maometanos."
e) "As confissões e denúncias reunidas pela visitação do Santo Ofício às partes do Brasil (...) deixam-nos surpreender (...) desbocados jurando pelo 'pentelho da Virgem'; sogras planejando envenenar genros; cristãos-novos metendo crucifixos por baixo do corpo das mulheres, no momento da cópula, ou deitando-os nos urinóis; senhores mandando queimar vivas, em fornalhas de engenho, escravas prenhes, as crianças estourando ao calor das chamas."
Texto para as questões de 11 a 14.
A ROSA DE HIROSHIMA
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinícius de Moraes, Antologia poética)
11) Neste poema,
a) a referência a um acontecimento histórico, ao privilegiar a objetividade, suprime o teor lírico do texto.
b) parte da força poética do texto provém da associação da imagem tradicionalmente positiva da rosa a atributos negativos, ligados à ideia de destruição.
c) o caráter politicamente engajado do texto é responsável pela sua despreocupação com a elaboração formal.
d) o paralelismo da construção sintática revela que o texto foi escrito originalmente como letra de canção popular.
e) o predomínio das metonímias sobre as metáforas responde, em boa medida, pelo caráter concreto do texto e pelo vigor de sua mensagem.
12) Dentre os recursos expressivos presentes no poema, podem-se apontar a sinestesia e a aliteração, respectivamente, nos versos:
a) 2 e 17. d) 9 e 18
b) 1 e 5. e) 14 e 3.
c) 8 e 15.
13) A função de linguagem presente em "Pensem" e "não se esqueçam" é a conativa ou de apelo, pela qual, no contexto em que é empregada, o poeta
a) reproduz a linguagem militar, para lembrar as consequências da guerra.
b) utiliza a linguagem poética para referir-se à bomba atômica.
c) dirige-se aos leitores, alertando-os sobre os efeitos catastróficos da bomba.
d) expressa seu sentimento de indignidade diante da indiferença que os fatos suscitam.
e) usa o imperativo na tentativa de manter contato com os leitores.
14) O poeta refere-se à bomba atômica jogada pelos EUA sobre Hiroshima como "a rosa". Essa substituição de um termo por outro postula uma relação de semelhança (objetiva ou subjetivamente concebida) entre eles. Quando tal processo ocorre, tem-se uma figura de linguagem chamada ‘metáfora’. Essa figura encontra-se também no seguinte verso de Vinícius de Moraes:
a) As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso.
b) Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
c) Me acordam numa carícia...
O que foi que aconteceu?
Rodrigo telefonou:
MÁRIO DE ANDRADE MORREU.
d) Nas tardes de fazenda há muito azul demais.
Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora
Mastigando um capim, o peito nu de fora
No pijama irreal de há três anos atrás.
e) De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
15) (FUVEST) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das frases a seguir:
I. Estava com .................... aspecto, parecia doente.
II. Durante o debate, tiveram comportamentos ............ .
III. Os policiais avançavam .................... manifestantes.
IV.Haverá uma palestra ....................... violência nas
grandes cidades.
a) mau / afins / ao encontro dos / há cerca de
b) mau / a fins / de encontro aos / a cerca de
c) mau / afins / de encontro aos / acerca de
d) mal / a fins / ao encontro de / acerca de
e) mal / afins / de encontro aos / há cerca de
16) Assinale a frase gramaticalmente correta.
a) Não sei por que discutimos.
b) Ele não veio por que estava doente.
c) Mas porque não veio ontem?
d) Não respondi porquê não sabia.
e) Eis o porque da minha viagem.
Texto para as questões 17 e 18
POÉTICA
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
expediente protocolo e manifestações de apreço
ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no
dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político / Raquítico / Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
[fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do
[amante exemplar com cem modelos de cartas e as
[diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
– Não quero mais saber do lirismo que não é
libertação.
(Manuel Bandeira)
17) Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta
a) critica o lirismo louco do movimento modernista.
b) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) propõe a criação de um novo lirismo.
d) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
e) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
18) Assinale a alternativa que não se aplica ao poema proposto.
a) Versos livres. b) Preciosismo vocabular.
c) Versos brancos. d) Aproximação com o registro oral.
e) Estrofação irregular.
Eles também têm cultura
Há quase 50 anos, na pequena ilha de Koshima, no Japão, Imo, um jovem macaco que gostava de batatadoce, teve um insight que mudaria para sempre o hábito alimentar da sua espécie. Num dia de setembro de 1953, ele não levou a batata diretamente à boca, como faziam todos os outros animais. Ninguém sabe ao certo se ele percebeu que a terra suja desgastava seus dentes. Ou se ele achou mais saboroso comer ela limpa. O fato é que Imo começou a lavar a batata antes de comer, como faria qualquer dona-de-casa. Três meses depois, dois amigos dele começaram a fazer o mesmo e o hábito se espalhou pelos irmãos mais velhos e foi repetido pelas mães, numa espécie de reação em cadeia. Em cinco anos, mais de três quartos dos jovens da espécie lavavam a batata exatamente como Imo. Hoje, comer batata limpa é uma característica das novas gerações de macacos da ilha de Koshima.
(Rodrigo Cavalcante)
19) Depreende-se do texto que
a) os macacos têm hábitos de higiene muito próximos daqueles desenvolvidos pelos seres humanos.
b) os macacos da ilha de Koshima foram capazes de difundir entre si comportamento adquirido.
c) as batatas, depois de limpas, deixaram de desgastar os dentes de Imo e tornaram-se mais saborosas.
d) a técnica desenvolvida por Imo foi incorporada ao código genético da espécie.
e) a técnica desenvolvida por Imo converteu-se na principal diferença entre as novas e as antigas gerações de macacos da ilha.
20) (Fuvest) Ao ligar dois termos de uma oração, a preposição pode expressar, entre outros aspectos, uma relação temporal, espacial ou nocional. Nos versos "Amor total e falho... Puro e impuro... / Amor de velho adolescente..." a preposição de estabelece uma relação nocional. Essa mesma relação ocorre em
a)"Este fundo de hotel é um fim de mundo."
b) "A quem sonha de dia e sonha de noite, sabendo todo sonho vão."
c) "Depois fui pirata mouro, flagelo da Tripolitânia."
d) "Chegarei de madrugada, quando cantar a siriema."
e) "Só os roçados da morte compensam aqui cultivar."
Você entra em qualquer restaurante a quilo e, para não perder tempo comendo, encontra tomadas por toda parte para, se quiser, ligar o notebook e continuar trabalhando. Não será por falta delas que você deixará de participar de uma conferência, na hora do almoço, com 20 outros executivos, cada qual numa cidade ou, cuíca, país.
Mas, supondo que considere a hora do almoço sagrada e recuse a trabalhar e mastigar ao mesmo tempo, há sempre o recurso de ligar o iPod e se isolar. Assim, alheio ao mundo exterior, você poderá engolir uma suave salada de faufilhas com breufas e relaxar, ouvindo as 948 melhores faixas do Metallica estocadas no aparelhinho plugado à sua orelha.
Bem, não é preciso ser tão radical e cortar as pontes com o mundo. Afinal, existe o celular. Com ele você pode gerar, reproduzir, manipular, receber, transportar, corrigir, salvar, desenvolver, deletar, definir, ampliar, imprimir, personalizar e enviar uma quantidade ilimitada de informações ou imagens inúteis. Pode também fotografar sem querer o próprio tímpano. Pode ainda telefonar para o escritório e se inteirar das últimas que aconteceram, desde que você saiu de lá, há cinco minutos.
Some a isso os aparelhos de TV ligados neste e em outros restaurantes, botequins, hospitais, academias, bancos, shoppings, elevadores, vans, táxis, aeroportos e aviões. É um bombardeio de informação, pior do que qualquer blitzkrieg da Segunda Guerra. Nesta, ao menos, podia-se correr para os abrigos.
Há uma nova meta pela qual lutar. Todo ser humano deveria ter direito a xis minutos diários de exclusividade dos próprios sentidos, sem precisar plugá-los a nenhuma geringonça do demônio ou deixá-los ser invadidos e envenenados por imagens e sons que ninguém pediu para existir.
(Rui Castro, Folha de S.Paulo)
1) (ESPM) Pela leitura do texto, depreende-se que:
a) o homem moderno não deve ficar desconectado do mundo que o cerca.
b) há um exagero na quantidade de tecnologia que faz o homem se tornar escravo das informações.
c) o tempo deve ser aproveitado o máximo possível, por exemplo, trabalhando inclusive enquanto almoça num restaurante a quilo.
d) a alienação em relação aos fatos do mundo é um dos aspectos mais criticáveis da vida moderna.
e) há uma quantidade ilimitada de informações no
mundo, que não podem ser descartadas.
Texto para as questões 2, 3 e 4
Busque Amor novas artes, novo engenho,
Para matar-me, e novas esquivanças,
Que não pode tirar-me as esperanças,
Que mal me tirará o que eu não tenho.
Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
Andando em bravo mar, perdido o lenho.
Mas, conquanto não pode haver desgosto
Onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;
Que dias há que na alma me tem posto
Um não sei quê, que nasce não sei onde,
Vem não sei como e dói não sei por quê.
(Camões)
2) Considere as seguintes proposições:
I. Na segunda estrofe, os perigos do mar funcionam como metáfora para os tormentos do Amor.
II. O motivo da insegurança do eu lírico é o fato de ele estar amando, não ser correspondido e não alimentar esperanças.
III.O eu lírico não desafia o Amor, pois como desafiante teria ainda muito a perder.
IV.Há paradoxo, ou aparente contradição, em "perigosas seguranças", pois “perigoso” se opõe a “seguro”.
Está correto o que se afirma em:
a) I e II, apenas.
b) II e IV, apenas.
c) I, II e III, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, III e IV, apenas.
3) Assinale a alternativa incorreta:
a) O poema pode ser dividido em duas partes: 1a – os dois quartetos: o sujeito lírico diz que, em seu estado desesperado, nenhum mal pode piorar sua situação; 2a – os dois tercetos: apesar de tudo, Amor ainda lhe reserva um mal indefinível.
b) O poema se encerra com uma engenhosa definição do Amor: "Um não sei quê, que nasce não sei onde, / Vem não sei como e dói não sei por quê".
c) Os versos "Olhai de que esperanças me mantenho!" e "Vede que perigosas seguranças!" contêm ironia carregada de amargura.
d) O sentido dos versos 7-8 é que quem está no meio do mar bravo, sem nenhum barco ou navio ("lenho"), não pode temer nenhuma virada da sorte que piore sua situação.
e) Os dois versos finais do poema são uma explicação do "mal que mata e não se vê".
4) Assinale a alternativa falsa.
a) Os “Quês” que iniciam os versos 3 e 4 têm o
mesmo sentido.
b) “Mal”, no verso 4, significa "dificilmente".
c) No verso 7, há antítese entre “contrastes” e “mudanças”.
d) “Lenho” (verso 8) é metonímia para “barco”.
e) No primeiro terceto, “Amor” é sujeito de “esconde” e “um mal” é seu objeto.
Texto para as questões 5 e 6
É SÓ UMA QUESTÃO DE PELE
Olhar a paisagem humana brasileira é uma experiência única porque a primeira descoberta é a cor das pessoas. Há loiras que parecem nórdicas, morenas tropicais, brancos caucasianos, negros retintos, mulatos de várias tonalidades, gente de pele acobreada e outros ainda de pele cor-de-oliva.
Após 508 anos de miscigenação, os brasileiros, de modo geral, não têm uma cor, mas muitas cores. Praias e ruas de qualquer lugar da Europa, América do Norte, Ásia ou África sempre mostram ao menos uma cor dominante. No Brasil não é assim. Segundo o censo de 2007, a escala de cores da pele dos brasileiros é de 144 tonalidades diferentes.
Recentemente, a biologia descobriu que a cor da pele nas diversas etnias se deve às condições de exposição ao sol e como proteção da pele aos efeitos dos raios UV solares. Quanto mais melanina, mais escura a pele, porque a cor escura protege o organismo dos raios UV do sol, como acontece nas regiões equatoriais. Inversamente, quanto menos melanina, mais clara a pele, como nas regiões onde a insolação é menor. Eis a explicação para os habitantes do norte do planeta serem majoritariamente brancos.
Em resumo, a cor da pele humana se deve a um ajuste natural cujo objetivo é assegurar a perpetuação da espécie, e tem a ver mais com as condições de insolação do que com sua raça. Essa descoberta justifica a tese de que os mais prováveis ancestrais humanos, africanos, eram escuros, pois tinham que se proteger das condições climáticas para sobreviver. Conforme migraram para outras regiões, para caçar, por exemplo, a pele teve de se adaptar às condições encontradas nas diferentes partes do planeta e com a constância da situação, nos milhares de anos, perpetuou-se no DNA.
O gene que descolore a pele oferece uma lição: a mutação foi determinada pela variação de uma única letra do código genético humano que contém cerca de três milhões de letras, e permite a estarrecedora conclusão: uma diferença tão insignificante tem sido capaz de produzir páginas tão cruéis, como as de segregação racial, na história da humanidade.
(Planeta, novembro de 2008. Adaptado)
5) (UFTM) A afirmação do início do 4º parágrafo – "a cor da pele humana se deve a um ajuste natural, cujo objetivo é assegurar a perpetuação da espécie" – deve ser compreendida como:
a) entre outros tantos fatores, a cor da pele é responsável pela reprodução humana.
b) o homem ajustou a cor da pele para conviver, harmoniosamente, com as diferenças raciais.
c) a autorregulação da cor da pele se deve à luta travada pelo homem para seu extermínio.
d) o objetivo do homem, através dos séculos, foi o de organizar os clãs sociais pelo critério natural da cor da pele.
e) historicamente, para sobreviver a novas condições de vida, o ser humano sofreu mutações, inclusive a da cor da pele.
6) (UFTM) Em "uma diferença tão insignificante tem sido capaz de produzir páginas tão cruéis", a palavra “páginas” apresenta o mesmo significado na alternativa:
a) A jovem guardou pétalas de uma flor seca nas
páginas de seu livro preferido.
b) As muitas páginas da obra transformaram a leitura significativa para mim.
c) Os atentados terroristas ainda são páginas a serem vencidas pelos governantes.
d) Ao pular páginas do capítulo, o texto não fez mais o menor sentido.
e) As referências bibliográficas são colocadas ao pé das páginas.
7) Leia os fragmentos seguintes, extraídos dos contos de “Sagarana”, de Guimarães Rosa:
I. De seis anos atrás, lembrava-me do tio, e péssima figura fazia ele na minha recordação: mole para tudo, desajeitado, como um corujão caído de oco do pau em dia claro, ou um tatupeba passeando em terreiro de cimento. ("Minha Gente")
II. Ninguém se importou; falaram até de ser manha, porque o Didico era gordinho e corado, parecendo um anjo de estampa, de olhinhos gaiteiros e azuis. ("Conversa de Bois")
III. [...] o Major Saulo, de botas e esporas, corpulento, quase um obeso, de olhos verdes, misterioso, que só com o olhar mandava um boi bravo se ir de castigo, e que ria, sempre ria – riso grosso, quando irado; riso fino, quando alegre; e riso mudo, de normal. ("O Burrinho Pedrês")
A seguir, assinale a alternativa incorreta.
a) Os três fragmentos caracterizam, as personagens, por meio de adjetivos; são, portanto, descritivos.
b) Nos fragmentos I e II, utiliza-se o recurso da comparação, na composição da aparência das personagens.
c) No fragmento III, além da descrição física do Major, delineia-se também o perfil psicológico da personagem.
d) No fragmento II, indica-se a impressão que a aparência da personagem causa nos outros.
e) No fragmento III, o Major Saulo é descrito por meio de um conjunto de características, que indicam tratar-se de pessoa alegre e frágil.
Texto para a questão 8
Saiu da sala [D. Severina], atravessou rasgadamente o corredor e foi até o quarto do mocinho, cuja porta achou escancarada. D. Severina sentiu bater-lhe o coração com veemência e recuou. Sonhara de noite com ele; pode ser que ele estivesse sonhando com ela.
(Machado de Assis, "Uns Braços")
8) Considerando-se os aspectos estruturais, o trecho é:
a) descritivo, pois são caracterizados os elementos que compõem o cenário.
b) narrativo, pois há uma personagem numa sucessão de ações que evoluem no tempo.
c) dissertativo, pois há uma exposição crítica de argumentos.
d) descritivo-narrativo, porque são caracterizadas as personagens e as ações praticadas.
e) narrativo-dissertativo, porque há argumentos utilizados na construção das ações da personagem.
Texto para as questões 9 e 10
As palavras africanas hoje do nosso uso diário, palavras em que não sentimos o menor sabor arrevesado do exótico, são inúmeras. Que brasileiro – pelo menos do Norte – sente exotismo nenhum em palavras como caçamba, canga, dengo, cafuné, mulambo, caçula, quitute, mandinga, moleque, camundongo, batuque, banzo, mucambo, mocotó, bunda, zumbi, vatapá, caruru, banzé, jiló, mucama, quindim, catinga, birimbau, tanga, cachimbo, candomblé? Ou acha mais jeito em dizer "mau cheiro" do que "catinga"? (Gilberto Freire. Casa-Grande & Senzala)
9) O texto serve como argumento, para o autor, de que
a) a linguagem das classes baixas sempre foi marcada por vícios e erros.
b) os termos usados pelos negros são inadequados para um falar correto.
c) a influência do africano em nossa cultura está presente na linguagem corrente.
d) o vocabulário dos escravos restringiu-se ao português de baixo calão.
e) a mistura de etnias, ocorrida no Brasil, é uma das causas de nosso subdesenvolvimento.
10) Em “Casa-Grande & Senzala” (1933), Gilberto Freire apresentou um estudo, inovador para a sua época, da formação da civilização brasileira. Mas ele também surpreendeu por sua linguagem, que não se restringiu ao caráter denotativo comum a textos científicos. Há, nesse livro, uma constante elaboração literária, principalmente no que se refere ao emprego da conotação, ou seja, ao uso da linguagem em sentido figurado. Entre os trechos a seguir, todos extraídos da referida obra, assinale aquele em que não há linguagem figurada.
a) "O ambiente em que começou a vida brasileira foi de grande intoxicação sexual. (...) O europeu saltava em terra escorregando em índia nua; os próprios padres da Companhia [de Jesus] precisavam descer com cuidado, se não atolavam o pé em carne."
b) "Nem merece contradita séria a superstição de ser o negro, pelos seus característicos somáticos, o tipo de raça mais próximo da incerta forma ancestral do homem, cuja anatomia se supõe semelhante à do chimpanzé. Superstição em que se baseia muito do julgamento desfavorável que se faz da capacidade mental do negro. Mas os lábios dos macacos são finos como na raça branca e não como na preta (...). Entre as raças humanas, são os europeus e os australianos os mais peludos de corpo e não os negros."
c) "De modo que não é o encontro de uma cultura exuberante de maturidade com outra já adolescente, que aqui se verifica; a colonização européia vem surpreender, nesta parte da América, quase que bandos de crianças grandes; uma cultura verde e incipiente; ainda na primeira dentição; sem os ossos nem o desenvolvimento nem a resistência das grandes semicivilizações americanas."
d) "O Brasil não se limitou a recolher da África a lama de gente preta que lhe fecundou os canaviais e os cafezais; que lhe amaciou a terra seca; que lhe completou a riqueza das manchas de massapé. Vieram-lhe da África 'donas de casa' para seus colonos sem mulher branca; técnicos para as minas; artífices em ferro; negros entendidos na criação de gado e na indústria pastoril; comerciantes de panos e sabão; mestres, sacerdotes e tiradores de reza maometanos."
e) "As confissões e denúncias reunidas pela visitação do Santo Ofício às partes do Brasil (...) deixam-nos surpreender (...) desbocados jurando pelo 'pentelho da Virgem'; sogras planejando envenenar genros; cristãos-novos metendo crucifixos por baixo do corpo das mulheres, no momento da cópula, ou deitando-os nos urinóis; senhores mandando queimar vivas, em fornalhas de engenho, escravas prenhes, as crianças estourando ao calor das chamas."
Texto para as questões de 11 a 14.
A ROSA DE HIROSHIMA
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A antirrosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinícius de Moraes, Antologia poética)
11) Neste poema,
a) a referência a um acontecimento histórico, ao privilegiar a objetividade, suprime o teor lírico do texto.
b) parte da força poética do texto provém da associação da imagem tradicionalmente positiva da rosa a atributos negativos, ligados à ideia de destruição.
c) o caráter politicamente engajado do texto é responsável pela sua despreocupação com a elaboração formal.
d) o paralelismo da construção sintática revela que o texto foi escrito originalmente como letra de canção popular.
e) o predomínio das metonímias sobre as metáforas responde, em boa medida, pelo caráter concreto do texto e pelo vigor de sua mensagem.
12) Dentre os recursos expressivos presentes no poema, podem-se apontar a sinestesia e a aliteração, respectivamente, nos versos:
a) 2 e 17. d) 9 e 18
b) 1 e 5. e) 14 e 3.
c) 8 e 15.
13) A função de linguagem presente em "Pensem" e "não se esqueçam" é a conativa ou de apelo, pela qual, no contexto em que é empregada, o poeta
a) reproduz a linguagem militar, para lembrar as consequências da guerra.
b) utiliza a linguagem poética para referir-se à bomba atômica.
c) dirige-se aos leitores, alertando-os sobre os efeitos catastróficos da bomba.
d) expressa seu sentimento de indignidade diante da indiferença que os fatos suscitam.
e) usa o imperativo na tentativa de manter contato com os leitores.
14) O poeta refere-se à bomba atômica jogada pelos EUA sobre Hiroshima como "a rosa". Essa substituição de um termo por outro postula uma relação de semelhança (objetiva ou subjetivamente concebida) entre eles. Quando tal processo ocorre, tem-se uma figura de linguagem chamada ‘metáfora’. Essa figura encontra-se também no seguinte verso de Vinícius de Moraes:
a) As muito feias que me perdoem
Mas beleza é fundamental. É preciso
Que haja qualquer coisa de flor em tudo isso.
b) Amo-te como um bicho, simplesmente,
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
c) Me acordam numa carícia...
O que foi que aconteceu?
Rodrigo telefonou:
MÁRIO DE ANDRADE MORREU.
d) Nas tardes de fazenda há muito azul demais.
Eu saio às vezes, sigo pelo pasto, agora
Mastigando um capim, o peito nu de fora
No pijama irreal de há três anos atrás.
e) De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.
15) (FUVEST) Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas das frases a seguir:
I. Estava com .................... aspecto, parecia doente.
II. Durante o debate, tiveram comportamentos ............ .
III. Os policiais avançavam .................... manifestantes.
IV.Haverá uma palestra ....................... violência nas
grandes cidades.
a) mau / afins / ao encontro dos / há cerca de
b) mau / a fins / de encontro aos / a cerca de
c) mau / afins / de encontro aos / acerca de
d) mal / a fins / ao encontro de / acerca de
e) mal / afins / de encontro aos / há cerca de
16) Assinale a frase gramaticalmente correta.
a) Não sei por que discutimos.
b) Ele não veio por que estava doente.
c) Mas porque não veio ontem?
d) Não respondi porquê não sabia.
e) Eis o porque da minha viagem.
Texto para as questões 17 e 18
POÉTICA
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto
expediente protocolo e manifestações de apreço
ao sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no
dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político / Raquítico / Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja
[fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do
[amante exemplar com cem modelos de cartas e as
[diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
– Não quero mais saber do lirismo que não é
libertação.
(Manuel Bandeira)
17) Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta
a) critica o lirismo louco do movimento modernista.
b) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
c) propõe a criação de um novo lirismo.
d) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
e) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
18) Assinale a alternativa que não se aplica ao poema proposto.
a) Versos livres. b) Preciosismo vocabular.
c) Versos brancos. d) Aproximação com o registro oral.
e) Estrofação irregular.
Eles também têm cultura
Há quase 50 anos, na pequena ilha de Koshima, no Japão, Imo, um jovem macaco que gostava de batatadoce, teve um insight que mudaria para sempre o hábito alimentar da sua espécie. Num dia de setembro de 1953, ele não levou a batata diretamente à boca, como faziam todos os outros animais. Ninguém sabe ao certo se ele percebeu que a terra suja desgastava seus dentes. Ou se ele achou mais saboroso comer ela limpa. O fato é que Imo começou a lavar a batata antes de comer, como faria qualquer dona-de-casa. Três meses depois, dois amigos dele começaram a fazer o mesmo e o hábito se espalhou pelos irmãos mais velhos e foi repetido pelas mães, numa espécie de reação em cadeia. Em cinco anos, mais de três quartos dos jovens da espécie lavavam a batata exatamente como Imo. Hoje, comer batata limpa é uma característica das novas gerações de macacos da ilha de Koshima.
(Rodrigo Cavalcante)
19) Depreende-se do texto que
a) os macacos têm hábitos de higiene muito próximos daqueles desenvolvidos pelos seres humanos.
b) os macacos da ilha de Koshima foram capazes de difundir entre si comportamento adquirido.
c) as batatas, depois de limpas, deixaram de desgastar os dentes de Imo e tornaram-se mais saborosas.
d) a técnica desenvolvida por Imo foi incorporada ao código genético da espécie.
e) a técnica desenvolvida por Imo converteu-se na principal diferença entre as novas e as antigas gerações de macacos da ilha.
20) (Fuvest) Ao ligar dois termos de uma oração, a preposição pode expressar, entre outros aspectos, uma relação temporal, espacial ou nocional. Nos versos "Amor total e falho... Puro e impuro... / Amor de velho adolescente..." a preposição de estabelece uma relação nocional. Essa mesma relação ocorre em
a)"Este fundo de hotel é um fim de mundo."
b) "A quem sonha de dia e sonha de noite, sabendo todo sonho vão."
c) "Depois fui pirata mouro, flagelo da Tripolitânia."
d) "Chegarei de madrugada, quando cantar a siriema."
e) "Só os roçados da morte compensam aqui cultivar."
3º Simulado 2011
Texto para a questão 1
SAUDITAS APRENDEM A NAMORAR PELA NET
A forma mais difundida de paquera entre os sauditas são os cafés que oferecem acesso à internet. São poucos, mas estão se tornando uma ferramenta de aproximação entre os jovens. E estão se mostrando eficientes.
Com base em sua interpretação do Corão, o governo da Arábia Saudita restringiu alguns hábitos considerados "ocidentalizados" da população, principalmente dos mais jovens. Teatros, cinemas e boates foram proibidos de funcionar tanto na capital Riad quanto nas cidades pequenas do país. Na esteira do fechamento dessas casas, perde-se uma forma centenária de encontrar um namorado ou mesmo de conhecer outras pessoas.
A alternativa para quem não costuma usar os sites de namoro é escrever nome e telefone em pedaços de papel e deixá-los nos vidros dos carros para achar, com a ajuda do destino, um candidato a
cara-metade e marcar um encontro.
(Galileu, nº 131)
1) Assinale a alternativa que apresenta interpretação
pertinente ao texto.
a) Os jovens deixaram de se casar pelas novas exigências do comportamento ocidental no país.
b) A forma de paquera entre os jovens sauditas teve de se adaptar ao novo panorama sociopolítico.
c) A comunicação entre os jovens sauditas diminuiu de forma drástica com a chegada dos costumes ocidentais.
d) O governo da Arábia Saudita impôs novas leis do Corão aos jovens de seu país.
e) Graças ao acesso à internet, os jovens deixaram de visitar boates, cinemas e teatros.
Texto para as questões 2 e 3
E todo aquele retintim de ferramentas, e o marchar da forja, e o coro dos que lá em cima brocavam a rocha para lançar-lhe fogo, e a surda zoada ao longe, que vinha do cortiço, como de uma aldeia alarmada; tudo dava a ideia de uma atividade feroz, de uma luta de vingança e de ódio. Aqueles homens gotejantes de suor, bêbedos de calor, desvairados de insolação a quebrarem, a espicaçarem, a torturarem a pedra, pareciam um punhado de demônios revoltados na sua impotência contra o impassível gigante que os contemplava com desprezo, imperturbável a todos os golpes e a todos os tiros que lhe desfechavam no dorso, deixando sem um gemido que lhe abrissem as entranhas de granito. (Aluísio Azevedo, O Cortiço)
2) No trecho transcrito, predominam a modalidade
.................... e a linguagem ..................... .
a) descritiva / objetiva
b) descritiva / subjetiva
c) narrativo-descritiva / objetiva
d) descritiva / denotativa
e) narrativa / conotativa
3) Assinale a alternativa em que o trecho, extraído do texto, não apresenta linguagem conotativa.
a) "... bêbedos de calor..."
b) "... a torturarem a pedra..."
c) "... pareciam um punhado de demônios..."
d) "Aqueles homens gotejantes de suor..."
e) "... abrissem as entranhas de granito."
Texto para a questão 4
TERESINHA
O primeiro me chegou
Como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia
Trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio
Me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada
Que tocou meu coração
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse não
O segundo me chegou
Como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta
Me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada
Que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse não
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele se chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração
(Chico Buarque)
4) Assinale a alternativa incorreta:
a) O termo “posseiro”, no texto, está empregado em sentido literal, denotativo, pois designa aquele que detém a posse legal (por casamento, subentende-se) do coração de Teresinha.
b) O poeta escolhe as palavras não só pelo significado, mas pelo som ou imagem que elas suscitam. A palavra “desamada” é sugerida quando "desarmada" é pronunciada rapidamente, no meio da canção.
c) Apesar de o autor ser homem, o texto assume perspectiva feminina, em primeira pessoa: Teresinha, uma entidade fictícia, que possui a função de enunciar o discurso.
d) Na primeira e na segunda estrofe – em que há solução desfavorável para o caso amoroso – os versos iniciais não encontram par (rima), o que sugere certo desacordo.
e) No desfecho de cada estrofe, todos os versos são rimados, coincidindo com a resolução do caso, mas, na terceira estrofe, quando ocorre, de fato, um acerto amoroso, os versos são todos rimados desde o início.
Texto para as questões de 5 a 7
OS JOVENS E OS DILEMAS DA SEXUALIDADE
Atualmente, os jovens estão iniciando a vidacsexual mais cedo. A sexualidade tem sido discutida de forma mais "aberta", nos discursos pessoais, nos meios de comunicação, na literatura e artes. Entretanto, essa aparente "liberdade sexual" não
torna as pessoas mais "livres", pois ainda há bastante repressão e preconceito sobre o assunto. Além disso, as regras de como devemos nos comportar sexualmente prevalecem em todos os discursos, o que se torna uma questão velada de repressão.
O jovem do século XXI é visto como livre, bem informado, "antenado" com os acontecimentos, mas as pesquisas mostram que, quando o assunto é sexo, há muitas dúvidas e conflitos. Desde dúvidas específicas sobre questões biológicas, como as doenças sexualmente transmissíveis, até conflitos sobre os valores e as atitudes que devem tomar em determinadas situações. Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes.
A mídia, salvo exceções, contribui para a desinformação sobre sexo e a deturpação de valores. A superbanalização de assuntos relacionados à sexualidade e das relações afetivas gera dúvidas e atitudes precipitadas. Isso pode levar muitos jovens a se relacionarem de forma conflituosa com os outros e também com a própria sexualidade.
Enfim, hoje existe uma aparente liberdade sexual. Ao mesmo tempo em que as pessoas são, em comparação a anos anteriores, mais livres para fazer escolhas no campo afetivo e sexual, ainda há muita cobrança por parte da sociedade, e essa cobrança acaba sendo internalizada; assim, as pessoas acabam assumindo comportamentos e valores adotados pela maioria.
(www.faac.unesp.br/ baseado nos estudos de Ana Cláudia Bertolozzi Maia)
5) No texto, fala-se em "aparente liberdade sexual", que deve ser entendida como:
a) a maneira incisiva e proibitiva como a sociedade hoje, muito mais que em anos passados, tem agido no que diz respeito à sexualidade dos jovens.
b) a banalização da sexualidade, que faz com que os grupos sociais, nos dias de hoje, deixem de se importar com questões dessa natureza.
c) o total descaso da sociedade em relação à vida sexual dos jovens, apesar dos perigos a que eles estão expostos, como as doenças sexualmente transmissíveis.
d) a liberação sexual que incomoda a sociedade e faz com que se cobre muito mais dos jovens, evitando-se, desse modo, a banalização da sexualidade.
e) a nova postura dos jovens de hoje, que têm mais liberdade em suas escolhas, embora as práticas sociais, de certa forma, influenciem de forma coercitiva seus valores.
6) De acordo com o texto, é correto afirmar que:
a) a liberdade do jovem do século XXI não o exime de vivências problemáticas quanto à sua própria sexualidade.
b) os jovens modernos lidam muito melhor com sua sexualidade, pois têm iniciado sua vida sexual mais cedo.
c) a mídia tem um papel efetivo na conscientização dos jovens, pois frequentemente rechaça valores deturpados.
d) a sexualidade dos jovens é analisada, sobretudo, pela ótica dos aspectos físicos e dos valores afetivos.
e) a relação entre sexo e afetividade faz com que as questões ligadas à saúde fiquem em primeiro plano para os jovens.
7) Quanto aos sentidos que encerra, a frase "Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes" significa:
a) Os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, uma vez que não têm informações e orientações suficientes.
b) Como os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, não têm informações e orientações suficientes.
c) Os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, mas não têm informações e orientações suficientes.
d) Tanto os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, que não têm informações e orientações suficientes.
e) Os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, portanto não têm informações e orientações suficientes.
Texto para a questão 8
Um ponto importante para viver com sabedoria está em encontrar a proporção certa entre a atenção que dedicamos ao presente e a que dedicamos ao futuro, para que um não estrague o outro. Muitos vivem por demais no presente: os levianos; outros, por demais no futuro: os medrosos e cheios de cuidados. É difícil alguém manter nisso a medida justa. Aqueles que, ansiando e esperando, vivem só no futuro, olhando sempre para a frente e correndo apressados ao encontro das coisas vindouras, como se só elas trouxessem a verdadeira felicidade, e que deixam enquanto isso escoar-se o presente, despercebido, sem gozá-lo, são, apesar do seu ar grave, comparáveis àqueles burros da Itália, cujo passo é acelerado por terem pendurado, num bastão preso à sua cabeça, um molho de feno, que portanto sempre veem bem à sua frente e esperam sempre alcançar. Ludibriam-se, sacrificando toda a existência, ao viver sempre só ad interim (no intervalo) - até que um dia morrem.
Em vez, portanto, de estarmos sempre e exclusivamente entretidos com os projetos e as preocupações com o futuro, ou de entregarmo-nos à nostalgia do passado, não deveríamos nunca nos esquecer de que só o presente é real e só ele é certo; enquanto o futuro quase sempre sai diferente do que pensamos; e também o passado foi diferente do que hoje parece ter sido; e de tal forma que ambos têm menos significado do que parece.
(Arthur Schopenhauer, Aforismos para a sabedoria da vida)
8) O critério indicado pelo autor para "viver com sabedoria" consiste em:
a) dedicar ao presente menos atenção do que ao futuro.
b) dedicar atenção ao presente, não levando em conta o passado ou o futuro.
c) conseguir um equacionamento equilibrado da vida atual e da vindoura.
d) não permitir a mútua interferência de presente e futuro.
e) não permitir que o futuro interfira no presente.
Texto para a questão 9
A sociedade espera e merece a atuação conjunta dos poderes constituídos para imediata realização das necessárias alterações na legislação sobre delinqüência juvenil. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é uma das leis mais avançadas na proteção da infância e da juventude, bem como na preservação do bem-estar da família, mas o fenômeno da criminalidade é mutável, e a aplicação prática de toda lei exige aperfeiçoamentos e adaptações.
(Alexandre de Moraes, Folha de S.Paulo, 17/2/2007)
9) Os termos destacados promovem a coesão textual e estabelecem, com a oração que os antecede, relações, respectivamente, de:
a) adição, adição e oposição.
b) oposição, condição e concessão.
c) causa, tempo e condição.
d) adição, condição e finalidade.
e) adição, concessão e oposição.
10) Assinale a alternativa cuja redação obedece à norma culta.
a) A contribuição que tanto necessitamos não será feita.
b) O aluno o qual me refiro faltou hoje.
c) Esta é a música que mais gosto.
d) A criança, com cujos pais conversamos, progrediu bastante.
e) Visitamos o bairro que moramos na infância.
11) Assinale a alternativa em que o texto apresenta marca informal, ou coloquial, de linguagem.
a) "Uma pesquisa encomendada pela Fiesp mostra que os industriários consideram seus sindicatos a instituição menos confiável para mitigar os efeitos da crise".
b) "Já tinha prometido que ia largar. Eu me sentia marginalizado. Chegava aos lugares e via que só eu fumava. Agora, enquanto Deus me der vida e a cerveja for geladinha, estaremos juntos".
c) "Aqui vocês não vão encontrar só índios. Aqui também tem gente bonita".
d) "Escola pública não tem os mesmos recursos de uma escola privada para se manter. Por isso, se você trabalha ou estuda em uma escola pública, cuide dela como se fosse sua".
e) "Não há forma mais sublime de pertencer-se a um povo do que escrever em sua língua, uma vez que há uma estreita relação entre língua escrita e nacionalidade".
Texto para a questão 12
E através dos anos, por meio de outros amores, mais efetivos e longos, nenhuma sensação achou igual à daquele domingo na Rua da Lapa, quando ele tinha quinze anos.
(Machado de Assis, "Uns Braços")
12) No trecho transcrito, ocorre “zeugma”, ou seja, um termo foi suprimido por ser desnecessária a sua repetição. Que termo é esse?
a) Idade.
b) Igual.
c) Ele.
d) Sensação.
e) Amores.
13) Assinale a alternativa em que os dois provérbios apresentam ensinamentos semelhantes.
a) "Em boca fechada não entra mosca" e "Cão que ladra não morde".
b) "Quem ri por último ri melhor" e "O que os olhos não veem o coração não sente".
c) "Quem tem pressa come cru" e "Desgraça pouca é bobagem".
d) "Depois da tormenta, vem a bonança" e "Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas".
e) "Não adianta chorar sobre o leite derramado" e "Agora, Inês é morta".
Texto para a questão 14
O SENÃO DO LIVRO
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e, aliás, ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem... E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
14) Assinale a única afirmação correta sobre o texto.
a) A "grande vantagem da morte", a que faz referência o narrador, é a ausência de sensações físicas.
b) O foco narrativo centrado em um defunto é um recurso tipicamente romântico, para sensibilizar o leitor.
c) A intervenção do narrador interrompe a narrativa com uma digressão metalinguística, referente à maneira (fictícia) de composição do livro.
d) A presença constante de metalinguagem e digressões aproxima o livro do romance de tese naturalista.
e) A agressividade do narrador para com os leitores é fruto da atitude moralista que ele mantém mesmo depois da morte.
15) Assinale a única alternativa em que a palavra “porque” deve vir separada.
a) Em breve compreenderás porque tanta luta por um motivo tão simples.
b) Não compareci à reunião porque estava viajando.
c) Se o Brasil precisa do trabalho de todos, é porque precisamos de um nacionalismo produtivo.
d) Ainda não se descobriu o porquê de tantos desentendimentos.
e) Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
16) Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas das frases a seguir:
I. Era uma questão .................. resolvida.
II. Aquele aluno é um .............. exemplo para os outros.
III. ................... tocou o sinal, os alunos se retiraram.
IV.Escolheu um .................... momento para sair.
a) mau / mal / Mau / mal
b) mal / mal / Mau / mau
c) mau / mau / Mal / mal
d) mal / mau / Mal / mau
e) mau / mau / Mau / mal
Texto para as questões 17 e 18
PÁTRIA MINHA
A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio,
Assistindo dormir meu filho,
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!)
tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha! [...]
(Vinícius de Moraes)
17) Sobre o texto, assinale a alternativa correta:
a) O poema é expressão de emoções do eu lírico, ou seja, é subjetivo.
b) A preocupação com a forma se revela na métrica regular e na estrofação tradicional.
c) O poeta privilegia os aspectos públicos de sua relação com a pátria.
d) É evidente a intenção satírica do poema, paródia da "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias.
e) A visão crítica do poeta é responsável pelo tom pessimista do poema.
18) Pode-se dizer que, na expressão "tão pobrinha", o diminutivo
a) indica que a pobreza da pátria é mínima.
b) suaviza a expressão da condição material precária da pátria.
c) refere-se afetivamente à pobreza emocional da terra natal.
d) revela a aversão do poeta a certos aspectos da terra natal.
e) é afetivo, exprimindo amor e piedade pela pátria.
SAUDITAS APRENDEM A NAMORAR PELA NET
A forma mais difundida de paquera entre os sauditas são os cafés que oferecem acesso à internet. São poucos, mas estão se tornando uma ferramenta de aproximação entre os jovens. E estão se mostrando eficientes.
Com base em sua interpretação do Corão, o governo da Arábia Saudita restringiu alguns hábitos considerados "ocidentalizados" da população, principalmente dos mais jovens. Teatros, cinemas e boates foram proibidos de funcionar tanto na capital Riad quanto nas cidades pequenas do país. Na esteira do fechamento dessas casas, perde-se uma forma centenária de encontrar um namorado ou mesmo de conhecer outras pessoas.
A alternativa para quem não costuma usar os sites de namoro é escrever nome e telefone em pedaços de papel e deixá-los nos vidros dos carros para achar, com a ajuda do destino, um candidato a
cara-metade e marcar um encontro.
(Galileu, nº 131)
1) Assinale a alternativa que apresenta interpretação
pertinente ao texto.
a) Os jovens deixaram de se casar pelas novas exigências do comportamento ocidental no país.
b) A forma de paquera entre os jovens sauditas teve de se adaptar ao novo panorama sociopolítico.
c) A comunicação entre os jovens sauditas diminuiu de forma drástica com a chegada dos costumes ocidentais.
d) O governo da Arábia Saudita impôs novas leis do Corão aos jovens de seu país.
e) Graças ao acesso à internet, os jovens deixaram de visitar boates, cinemas e teatros.
Texto para as questões 2 e 3
E todo aquele retintim de ferramentas, e o marchar da forja, e o coro dos que lá em cima brocavam a rocha para lançar-lhe fogo, e a surda zoada ao longe, que vinha do cortiço, como de uma aldeia alarmada; tudo dava a ideia de uma atividade feroz, de uma luta de vingança e de ódio. Aqueles homens gotejantes de suor, bêbedos de calor, desvairados de insolação a quebrarem, a espicaçarem, a torturarem a pedra, pareciam um punhado de demônios revoltados na sua impotência contra o impassível gigante que os contemplava com desprezo, imperturbável a todos os golpes e a todos os tiros que lhe desfechavam no dorso, deixando sem um gemido que lhe abrissem as entranhas de granito. (Aluísio Azevedo, O Cortiço)
2) No trecho transcrito, predominam a modalidade
.................... e a linguagem ..................... .
a) descritiva / objetiva
b) descritiva / subjetiva
c) narrativo-descritiva / objetiva
d) descritiva / denotativa
e) narrativa / conotativa
3) Assinale a alternativa em que o trecho, extraído do texto, não apresenta linguagem conotativa.
a) "... bêbedos de calor..."
b) "... a torturarem a pedra..."
c) "... pareciam um punhado de demônios..."
d) "Aqueles homens gotejantes de suor..."
e) "... abrissem as entranhas de granito."
Texto para a questão 4
TERESINHA
O primeiro me chegou
Como quem vem do florista
Trouxe um bicho de pelúcia
Trouxe um broche de ametista
Me contou suas viagens
E as vantagens que ele tinha
Me mostrou o seu relógio
Me chamava de rainha
Me encontrou tão desarmada
Que tocou meu coração
Mas não me negava nada
E, assustada, eu disse não
O segundo me chegou
Como quem chega do bar
Trouxe um litro de aguardente
Tão amarga de tragar
Indagou o meu passado
E cheirou minha comida
Vasculhou minha gaveta
Me chamava de perdida
Me encontrou tão desarmada
Que arranhou meu coração
Mas não me entregava nada
E, assustada, eu disse não
O terceiro me chegou
Como quem chega do nada
Ele não me trouxe nada
Também nada perguntou
Mal sei como ele se chama
Mas entendo o que ele quer
Se deitou na minha cama
E me chama de mulher
Foi chegando sorrateiro
E antes que eu dissesse não
Se instalou feito um posseiro
Dentro do meu coração
(Chico Buarque)
4) Assinale a alternativa incorreta:
a) O termo “posseiro”, no texto, está empregado em sentido literal, denotativo, pois designa aquele que detém a posse legal (por casamento, subentende-se) do coração de Teresinha.
b) O poeta escolhe as palavras não só pelo significado, mas pelo som ou imagem que elas suscitam. A palavra “desamada” é sugerida quando "desarmada" é pronunciada rapidamente, no meio da canção.
c) Apesar de o autor ser homem, o texto assume perspectiva feminina, em primeira pessoa: Teresinha, uma entidade fictícia, que possui a função de enunciar o discurso.
d) Na primeira e na segunda estrofe – em que há solução desfavorável para o caso amoroso – os versos iniciais não encontram par (rima), o que sugere certo desacordo.
e) No desfecho de cada estrofe, todos os versos são rimados, coincidindo com a resolução do caso, mas, na terceira estrofe, quando ocorre, de fato, um acerto amoroso, os versos são todos rimados desde o início.
Texto para as questões de 5 a 7
OS JOVENS E OS DILEMAS DA SEXUALIDADE
Atualmente, os jovens estão iniciando a vidacsexual mais cedo. A sexualidade tem sido discutida de forma mais "aberta", nos discursos pessoais, nos meios de comunicação, na literatura e artes. Entretanto, essa aparente "liberdade sexual" não
torna as pessoas mais "livres", pois ainda há bastante repressão e preconceito sobre o assunto. Além disso, as regras de como devemos nos comportar sexualmente prevalecem em todos os discursos, o que se torna uma questão velada de repressão.
O jovem do século XXI é visto como livre, bem informado, "antenado" com os acontecimentos, mas as pesquisas mostram que, quando o assunto é sexo, há muitas dúvidas e conflitos. Desde dúvidas específicas sobre questões biológicas, como as doenças sexualmente transmissíveis, até conflitos sobre os valores e as atitudes que devem tomar em determinadas situações. Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes.
A mídia, salvo exceções, contribui para a desinformação sobre sexo e a deturpação de valores. A superbanalização de assuntos relacionados à sexualidade e das relações afetivas gera dúvidas e atitudes precipitadas. Isso pode levar muitos jovens a se relacionarem de forma conflituosa com os outros e também com a própria sexualidade.
Enfim, hoje existe uma aparente liberdade sexual. Ao mesmo tempo em que as pessoas são, em comparação a anos anteriores, mais livres para fazer escolhas no campo afetivo e sexual, ainda há muita cobrança por parte da sociedade, e essa cobrança acaba sendo internalizada; assim, as pessoas acabam assumindo comportamentos e valores adotados pela maioria.
(www.faac.unesp.br/ baseado nos estudos de Ana Cláudia Bertolozzi Maia)
5) No texto, fala-se em "aparente liberdade sexual", que deve ser entendida como:
a) a maneira incisiva e proibitiva como a sociedade hoje, muito mais que em anos passados, tem agido no que diz respeito à sexualidade dos jovens.
b) a banalização da sexualidade, que faz com que os grupos sociais, nos dias de hoje, deixem de se importar com questões dessa natureza.
c) o total descaso da sociedade em relação à vida sexual dos jovens, apesar dos perigos a que eles estão expostos, como as doenças sexualmente transmissíveis.
d) a liberação sexual que incomoda a sociedade e faz com que se cobre muito mais dos jovens, evitando-se, desse modo, a banalização da sexualidade.
e) a nova postura dos jovens de hoje, que têm mais liberdade em suas escolhas, embora as práticas sociais, de certa forma, influenciem de forma coercitiva seus valores.
6) De acordo com o texto, é correto afirmar que:
a) a liberdade do jovem do século XXI não o exime de vivências problemáticas quanto à sua própria sexualidade.
b) os jovens modernos lidam muito melhor com sua sexualidade, pois têm iniciado sua vida sexual mais cedo.
c) a mídia tem um papel efetivo na conscientização dos jovens, pois frequentemente rechaça valores deturpados.
d) a sexualidade dos jovens é analisada, sobretudo, pela ótica dos aspectos físicos e dos valores afetivos.
e) a relação entre sexo e afetividade faz com que as questões ligadas à saúde fiquem em primeiro plano para os jovens.
7) Quanto aos sentidos que encerra, a frase "Apesar de iniciarem a vida sexual mais cedo, os jovens não têm informações e orientações suficientes" significa:
a) Os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, uma vez que não têm informações e orientações suficientes.
b) Como os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, não têm informações e orientações suficientes.
c) Os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, mas não têm informações e orientações suficientes.
d) Tanto os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, que não têm informações e orientações suficientes.
e) Os jovens iniciam a vida sexual mais cedo, portanto não têm informações e orientações suficientes.
Texto para a questão 8
Um ponto importante para viver com sabedoria está em encontrar a proporção certa entre a atenção que dedicamos ao presente e a que dedicamos ao futuro, para que um não estrague o outro. Muitos vivem por demais no presente: os levianos; outros, por demais no futuro: os medrosos e cheios de cuidados. É difícil alguém manter nisso a medida justa. Aqueles que, ansiando e esperando, vivem só no futuro, olhando sempre para a frente e correndo apressados ao encontro das coisas vindouras, como se só elas trouxessem a verdadeira felicidade, e que deixam enquanto isso escoar-se o presente, despercebido, sem gozá-lo, são, apesar do seu ar grave, comparáveis àqueles burros da Itália, cujo passo é acelerado por terem pendurado, num bastão preso à sua cabeça, um molho de feno, que portanto sempre veem bem à sua frente e esperam sempre alcançar. Ludibriam-se, sacrificando toda a existência, ao viver sempre só ad interim (no intervalo) - até que um dia morrem.
Em vez, portanto, de estarmos sempre e exclusivamente entretidos com os projetos e as preocupações com o futuro, ou de entregarmo-nos à nostalgia do passado, não deveríamos nunca nos esquecer de que só o presente é real e só ele é certo; enquanto o futuro quase sempre sai diferente do que pensamos; e também o passado foi diferente do que hoje parece ter sido; e de tal forma que ambos têm menos significado do que parece.
(Arthur Schopenhauer, Aforismos para a sabedoria da vida)
8) O critério indicado pelo autor para "viver com sabedoria" consiste em:
a) dedicar ao presente menos atenção do que ao futuro.
b) dedicar atenção ao presente, não levando em conta o passado ou o futuro.
c) conseguir um equacionamento equilibrado da vida atual e da vindoura.
d) não permitir a mútua interferência de presente e futuro.
e) não permitir que o futuro interfira no presente.
Texto para a questão 9
A sociedade espera e merece a atuação conjunta dos poderes constituídos para imediata realização das necessárias alterações na legislação sobre delinqüência juvenil. O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) é uma das leis mais avançadas na proteção da infância e da juventude, bem como na preservação do bem-estar da família, mas o fenômeno da criminalidade é mutável, e a aplicação prática de toda lei exige aperfeiçoamentos e adaptações.
(Alexandre de Moraes, Folha de S.Paulo, 17/2/2007)
9) Os termos destacados promovem a coesão textual e estabelecem, com a oração que os antecede, relações, respectivamente, de:
a) adição, adição e oposição.
b) oposição, condição e concessão.
c) causa, tempo e condição.
d) adição, condição e finalidade.
e) adição, concessão e oposição.
10) Assinale a alternativa cuja redação obedece à norma culta.
a) A contribuição que tanto necessitamos não será feita.
b) O aluno o qual me refiro faltou hoje.
c) Esta é a música que mais gosto.
d) A criança, com cujos pais conversamos, progrediu bastante.
e) Visitamos o bairro que moramos na infância.
11) Assinale a alternativa em que o texto apresenta marca informal, ou coloquial, de linguagem.
a) "Uma pesquisa encomendada pela Fiesp mostra que os industriários consideram seus sindicatos a instituição menos confiável para mitigar os efeitos da crise".
b) "Já tinha prometido que ia largar. Eu me sentia marginalizado. Chegava aos lugares e via que só eu fumava. Agora, enquanto Deus me der vida e a cerveja for geladinha, estaremos juntos".
c) "Aqui vocês não vão encontrar só índios. Aqui também tem gente bonita".
d) "Escola pública não tem os mesmos recursos de uma escola privada para se manter. Por isso, se você trabalha ou estuda em uma escola pública, cuide dela como se fosse sua".
e) "Não há forma mais sublime de pertencer-se a um povo do que escrever em sua língua, uma vez que há uma estreita relação entre língua escrita e nacionalidade".
Texto para a questão 12
E através dos anos, por meio de outros amores, mais efetivos e longos, nenhuma sensação achou igual à daquele domingo na Rua da Lapa, quando ele tinha quinze anos.
(Machado de Assis, "Uns Braços")
12) No trecho transcrito, ocorre “zeugma”, ou seja, um termo foi suprimido por ser desnecessária a sua repetição. Que termo é esse?
a) Idade.
b) Igual.
c) Ele.
d) Sensação.
e) Amores.
13) Assinale a alternativa em que os dois provérbios apresentam ensinamentos semelhantes.
a) "Em boca fechada não entra mosca" e "Cão que ladra não morde".
b) "Quem ri por último ri melhor" e "O que os olhos não veem o coração não sente".
c) "Quem tem pressa come cru" e "Desgraça pouca é bobagem".
d) "Depois da tormenta, vem a bonança" e "Em rio que tem piranha, jacaré nada de costas".
e) "Não adianta chorar sobre o leite derramado" e "Agora, Inês é morta".
Texto para a questão 14
O SENÃO DO LIVRO
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me canse; eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns magros capítulos para esse mundo é tarefa que distrai um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e, aliás, ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham, ameaçam o céu, escorregam e caem... E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também não deixa olhos para chorar... Heis de cair.
(Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas)
14) Assinale a única afirmação correta sobre o texto.
a) A "grande vantagem da morte", a que faz referência o narrador, é a ausência de sensações físicas.
b) O foco narrativo centrado em um defunto é um recurso tipicamente romântico, para sensibilizar o leitor.
c) A intervenção do narrador interrompe a narrativa com uma digressão metalinguística, referente à maneira (fictícia) de composição do livro.
d) A presença constante de metalinguagem e digressões aproxima o livro do romance de tese naturalista.
e) A agressividade do narrador para com os leitores é fruto da atitude moralista que ele mantém mesmo depois da morte.
15) Assinale a única alternativa em que a palavra “porque” deve vir separada.
a) Em breve compreenderás porque tanta luta por um motivo tão simples.
b) Não compareci à reunião porque estava viajando.
c) Se o Brasil precisa do trabalho de todos, é porque precisamos de um nacionalismo produtivo.
d) Ainda não se descobriu o porquê de tantos desentendimentos.
e) Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
16) Assinale a alternativa que completa, corretamente, as lacunas das frases a seguir:
I. Era uma questão .................. resolvida.
II. Aquele aluno é um .............. exemplo para os outros.
III. ................... tocou o sinal, os alunos se retiraram.
IV.Escolheu um .................... momento para sair.
a) mau / mal / Mau / mal
b) mal / mal / Mau / mau
c) mau / mau / Mal / mal
d) mal / mau / Mal / mau
e) mau / mau / Mau / mal
Texto para as questões 17 e 18
PÁTRIA MINHA
A minha pátria é como se não fosse, é íntima
Doçura e vontade de chorar; uma criança dormindo
É minha pátria. Por isso, no exílio,
Assistindo dormir meu filho,
Choro de saudades de minha pátria.
Se me perguntarem o que é a minha pátria, direi:
Não sei. De fato, não sei
Como, por que e quando a minha pátria
Mas sei que a minha pátria é a luz, o sal e a água
Que elaboram e liquefazem a minha mágoa
Em longas lágrimas amargas.
Vontade de beijar os olhos de minha pátria
De niná-la, de passar-lhe a mão pelos cabelos...
Vontade de mudar as cores do vestido (auriverde!)
tão feias
De minha pátria, de minha pátria sem sapatos
E sem meias, pátria minha
Tão pobrinha! [...]
(Vinícius de Moraes)
17) Sobre o texto, assinale a alternativa correta:
a) O poema é expressão de emoções do eu lírico, ou seja, é subjetivo.
b) A preocupação com a forma se revela na métrica regular e na estrofação tradicional.
c) O poeta privilegia os aspectos públicos de sua relação com a pátria.
d) É evidente a intenção satírica do poema, paródia da "Canção do Exílio", de Gonçalves Dias.
e) A visão crítica do poeta é responsável pelo tom pessimista do poema.
18) Pode-se dizer que, na expressão "tão pobrinha", o diminutivo
a) indica que a pobreza da pátria é mínima.
b) suaviza a expressão da condição material precária da pátria.
c) refere-se afetivamente à pobreza emocional da terra natal.
d) revela a aversão do poeta a certos aspectos da terra natal.
e) é afetivo, exprimindo amor e piedade pela pátria.
Interferência do Estado na vida dos cidadãos
A vida em sociedade exige que sejam definidos com clareza os limites entre a liberdade de cada indivíduo e o poder do Estado. Contudo, alguns casos de intervenção estatal na esfera privada podem sugerir a ocorrência de um cerceamento da liberdade individual. Com base nos textos abaixo, escreva um texto dissertativo, expondo seu ponto de vista sobre a interferência do Estado na vida dos cidadãos.
[Atos regulatórios por parte do governo] maculam a essência do indivíduo. Considero uma agressão abster uma pessoa de seu livre-arbítrio, de sua capacidade de decisão, de sua individualidade, seja no que diz respeito ao uso de medicamentos, ao fumo ou ao consumo de comidas gordurosas. Essa decisão pertence à subjetividade, à alma de cada um. Quando o Estado se apodera do monopólio da virtude, inicia um flerte inadmissível com o autoritarismo, danoso para qualquer sociedade. O Estado deve zelar para que as leis obedeçam a critérios de universalidade e não desrespeitem os direitos individuais. A legislação deve embasar-se no conceito de ético, no que é universalmente aceito como bem ou mal.
(Denis Lerrer Rosenfield, filósofo e escritor)
Por razões filosóficas, condeno qualquer relação paternalista entre o Estado e o cidadão. É como se tornasse obrigatório, por exemplo, escovar os dentes. Não faz sentido. É preciso que o sujeito se convença de que aquele comportamento é melhor para ele (...) O Estado tem de cuidar de coisas mais importantes, como o combate à violência. Isso ele não consegue fazer de maneira eficiente.
(Celso Bastos, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Constitucional)
O que ocorre é que em toda parte o Estado deixa de regular a economia e transfere sua força de repressão para a vida particular, psíquica e comportamental. O próprio Estado parece desmilinguir-se, mas só nas aparências: ele apenas muda de lugar, infiltra-se na capilaridade social. (...) Não é que o Estado esteja em crise e por consequência a sociedade se torne mais livre; ao contrário, a sociedade se totalitariza.
(Otavio Frias Filho, “Cortina de Fumaça”, Folha de S. Paulo)
[Atos regulatórios por parte do governo] maculam a essência do indivíduo. Considero uma agressão abster uma pessoa de seu livre-arbítrio, de sua capacidade de decisão, de sua individualidade, seja no que diz respeito ao uso de medicamentos, ao fumo ou ao consumo de comidas gordurosas. Essa decisão pertence à subjetividade, à alma de cada um. Quando o Estado se apodera do monopólio da virtude, inicia um flerte inadmissível com o autoritarismo, danoso para qualquer sociedade. O Estado deve zelar para que as leis obedeçam a critérios de universalidade e não desrespeitem os direitos individuais. A legislação deve embasar-se no conceito de ético, no que é universalmente aceito como bem ou mal.
(Denis Lerrer Rosenfield, filósofo e escritor)
Por razões filosóficas, condeno qualquer relação paternalista entre o Estado e o cidadão. É como se tornasse obrigatório, por exemplo, escovar os dentes. Não faz sentido. É preciso que o sujeito se convença de que aquele comportamento é melhor para ele (...) O Estado tem de cuidar de coisas mais importantes, como o combate à violência. Isso ele não consegue fazer de maneira eficiente.
(Celso Bastos, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Constitucional)
O que ocorre é que em toda parte o Estado deixa de regular a economia e transfere sua força de repressão para a vida particular, psíquica e comportamental. O próprio Estado parece desmilinguir-se, mas só nas aparências: ele apenas muda de lugar, infiltra-se na capilaridade social. (...) Não é que o Estado esteja em crise e por consequência a sociedade se torne mais livre; ao contrário, a sociedade se totalitariza.
(Otavio Frias Filho, “Cortina de Fumaça”, Folha de S. Paulo)
Consumo de álcool entre adolescentes
Redija uma dissertação, expondo seu ponto de vista sobre as causas e consequências do consumo de álcool entre adolescentes.
Jovem começa a beber cada vez mais cedo, mostram pesquisas
Se a adolescência é uma fase preocupante, a constatação atual de muitos estudos sobre o consumo de álcool a transformou em grave problema de saúde pública.
A idade de início do consumo cai a cada levantamento. Dados do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) apontam que 42% das crianças entre 10 e 12 anos já experimentaram álcool.
Pesquisa recente do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) sobre consumo de drogas em populações de risco revelou que o uso começou aos sete, oito ou nove anos.
O consumo, muitas vezes, começa em casa. Aos pais que pensam ser melhor para as crianças beberem sob supervisão, o correto é criança não beber. Quanto mais precoce o contato com álcool, maior a possibilidade de o relacionamento com a bebida evoluir a um padrão nocivo, e maior o risco de dependência e desenvolvimento de doença crônica. Aumenta ainda o risco de tabagismo, que reduz em média dez anos na expectativa de vida, e a chance de consumo de outras drogas.
Apesar das leis que proíbem venda a menores, adolescentes conseguem comprar bebidas com facilidade. Estudos em duas cidades paulistas de características diferentes, Diadema e Paulínia, tiveram resultados semelhantes em relação à probabilidade de um adolescente de 15 anos (aparentando a idade real) conseguir comprar bebida alcoólica em estabelecimentos comerciais. Cerca de 90% dos jovens conseguiram fazê-lo. Na maioria das vezes, não se solicitou nenhum documento.
Uma lei só será respeitada se bem fiscalizada e se a sociedade cobrar o cumprimento, como ocorreu com a política contra o tabagismo, que em 15 anos foi reduzido à metade no Brasil.
Há esperanças? Sim, as estatísticas sugerem que a maioria dos jovens não evoluirá para padrões problemáticos de consumo de álcool. Mas grande parcela poderia estar mais bem protegida se houvesse medidas de prevenção seletiva (como a detecção precoce) e universal (bloqueio de propaganda).
HAMER PALHARES, médico psiquiatra
Jovem começa a beber cada vez mais cedo, mostram pesquisas
Se a adolescência é uma fase preocupante, a constatação atual de muitos estudos sobre o consumo de álcool a transformou em grave problema de saúde pública.
A idade de início do consumo cai a cada levantamento. Dados do Cebrid (Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas) apontam que 42% das crianças entre 10 e 12 anos já experimentaram álcool.
Pesquisa recente do Cratod (Centro de Referência de Álcool, Tabaco e Outras Drogas) sobre consumo de drogas em populações de risco revelou que o uso começou aos sete, oito ou nove anos.
O consumo, muitas vezes, começa em casa. Aos pais que pensam ser melhor para as crianças beberem sob supervisão, o correto é criança não beber. Quanto mais precoce o contato com álcool, maior a possibilidade de o relacionamento com a bebida evoluir a um padrão nocivo, e maior o risco de dependência e desenvolvimento de doença crônica. Aumenta ainda o risco de tabagismo, que reduz em média dez anos na expectativa de vida, e a chance de consumo de outras drogas.
Apesar das leis que proíbem venda a menores, adolescentes conseguem comprar bebidas com facilidade. Estudos em duas cidades paulistas de características diferentes, Diadema e Paulínia, tiveram resultados semelhantes em relação à probabilidade de um adolescente de 15 anos (aparentando a idade real) conseguir comprar bebida alcoólica em estabelecimentos comerciais. Cerca de 90% dos jovens conseguiram fazê-lo. Na maioria das vezes, não se solicitou nenhum documento.
Uma lei só será respeitada se bem fiscalizada e se a sociedade cobrar o cumprimento, como ocorreu com a política contra o tabagismo, que em 15 anos foi reduzido à metade no Brasil.
Há esperanças? Sim, as estatísticas sugerem que a maioria dos jovens não evoluirá para padrões problemáticos de consumo de álcool. Mas grande parcela poderia estar mais bem protegida se houvesse medidas de prevenção seletiva (como a detecção precoce) e universal (bloqueio de propaganda).
HAMER PALHARES, médico psiquiatra
Tecnologia e Privacidade
Redija uma dissertação em prosa, fazendo uma análise crítica da relação entre tecnologia e privacidade.
Vivemos a era da exposição e do compartilhamento. Público e privado começam a se confundir. A ideia de privacidade vai mudar ou desaparecer.
O trecho acima tem 140 caracteres exatos. É uma mensagem curta que tenta encapsular uma ideia com ple xa. Não é fácil esse tipo de síntese, mas dezenas de milhões de pessoas o praticam diariamente. No mundo todo são disparados 2,4 trilhões de SMS por mês, e neles cabem 140 toques ou pouco mais. Também é comum enviar e-mails, deixar recados no Orkut, falar com as pessoas pelo MSN, tagarelar no celular, receber chamados em qualquer parte, a qualquer hora. Estamos conectados. Superconectados, na verdade, de várias formas. Há 1,57 bilhão de pessoas que usam a internet e 3,3 bilhões com celulares – e as duas redes estão-se fundindo. Há uma nova sintaxe em construção, a das mensagens. Práticas da internet migraram para o mundo do celular e coisas do mundo do celular invadiram a rede de computadores. A difusão de informação digital iniciada pela web em 1995 está-se aprofundando e traz com ela mudanças radicais de costumes. As pessoas não param de falar e não querem parar de receber. Elas querem se exibir e querem ver. Tudo.
Outro aspecto [do Twitter] que provoca controvérsia é a invasão da privacidade. As conversas que se travam no serviço são públicas. Basta registrar-se como seguidor de alguém (não é preciso autorização) para acompanhar as conversas. Mas qualquer pessoa
pode ler a página de alguém no Twitter sem ter uma conta. Coisas pessoais acabam tornadas públicas, de maneira talvez ingênua. “Aqueles que não entendem suas vidas públicas on-line estarão um dia à mercê daqueles que entendem e sabem como cavar aquelas maravilhosas histórias que as pessoas estão deixando na internet”, diz [John] Grohol [psicólogo norte-americano]. Essa é uma questão que não tem o mesmo valor para diferentes gerações. É possível que os adolescentes e jovens de hoje se arrependam de seus perfis abertos no Twitter e no Orkut. Mas é possível, também, que eles construam uma nova relação com suas personas digitais, uma relação muito mais aberta e permissiva do que a geração anterior seria capaz de admitir. A nova ideia de privacidade em construção convive com o exibicionismo e o voyeurismo da rede.
(Época, 16/3/09) - Fragmento extraído de proposta de Redação da Unesp - julho 2009
O direito à privacidade, concebido como uma tríade de direitos – direito de não ser monitorado, direito de não ser registrado e direito de não ser reconhecido (direito de não ter registros pessoais publicados) – transcende, pois, nas sociedades informacionais, os limites de mero direito de interesse privado para se tornar um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
(Túlio Vianna. Transparência pública, opacidade privada. p.116)
Sim, podemos ser rastreados e nossa privacidade pode, até certo ponto, ser invadida, mas nada de pânico. A boa notícia é que através dessa rastreabilidade, física e de costumes, podemos ser beneficiados por muitos serviços, sejam operacionais, sejam relativos a nossa segurança. Muito em breve, você estará entrando em um Shopping Center e imediatamente receberá um torpedo de sua loja favorita informando que está em promoção de 50% de desconto. Ou então estará num show e receberá um torpedo de um amigo avisando que também está nesse mesmo show. Ou então seu carro quebrará em uma rodovia e, poucos minutos depois, um guincho virá atendê-lo, sem você ter chamado. É possível até mesmo você ser informado de que seu estoque de cerveja na despensa atingiu um nível preocupantemente baixo...
(www.educacaonanet.com.br)
Vivemos a era da exposição e do compartilhamento. Público e privado começam a se confundir. A ideia de privacidade vai mudar ou desaparecer.
O trecho acima tem 140 caracteres exatos. É uma mensagem curta que tenta encapsular uma ideia com ple xa. Não é fácil esse tipo de síntese, mas dezenas de milhões de pessoas o praticam diariamente. No mundo todo são disparados 2,4 trilhões de SMS por mês, e neles cabem 140 toques ou pouco mais. Também é comum enviar e-mails, deixar recados no Orkut, falar com as pessoas pelo MSN, tagarelar no celular, receber chamados em qualquer parte, a qualquer hora. Estamos conectados. Superconectados, na verdade, de várias formas. Há 1,57 bilhão de pessoas que usam a internet e 3,3 bilhões com celulares – e as duas redes estão-se fundindo. Há uma nova sintaxe em construção, a das mensagens. Práticas da internet migraram para o mundo do celular e coisas do mundo do celular invadiram a rede de computadores. A difusão de informação digital iniciada pela web em 1995 está-se aprofundando e traz com ela mudanças radicais de costumes. As pessoas não param de falar e não querem parar de receber. Elas querem se exibir e querem ver. Tudo.
Outro aspecto [do Twitter] que provoca controvérsia é a invasão da privacidade. As conversas que se travam no serviço são públicas. Basta registrar-se como seguidor de alguém (não é preciso autorização) para acompanhar as conversas. Mas qualquer pessoa
pode ler a página de alguém no Twitter sem ter uma conta. Coisas pessoais acabam tornadas públicas, de maneira talvez ingênua. “Aqueles que não entendem suas vidas públicas on-line estarão um dia à mercê daqueles que entendem e sabem como cavar aquelas maravilhosas histórias que as pessoas estão deixando na internet”, diz [John] Grohol [psicólogo norte-americano]. Essa é uma questão que não tem o mesmo valor para diferentes gerações. É possível que os adolescentes e jovens de hoje se arrependam de seus perfis abertos no Twitter e no Orkut. Mas é possível, também, que eles construam uma nova relação com suas personas digitais, uma relação muito mais aberta e permissiva do que a geração anterior seria capaz de admitir. A nova ideia de privacidade em construção convive com o exibicionismo e o voyeurismo da rede.
(Época, 16/3/09) - Fragmento extraído de proposta de Redação da Unesp - julho 2009
O direito à privacidade, concebido como uma tríade de direitos – direito de não ser monitorado, direito de não ser registrado e direito de não ser reconhecido (direito de não ter registros pessoais publicados) – transcende, pois, nas sociedades informacionais, os limites de mero direito de interesse privado para se tornar um dos fundamentos do Estado Democrático de Direito.
(Túlio Vianna. Transparência pública, opacidade privada. p.116)
Sim, podemos ser rastreados e nossa privacidade pode, até certo ponto, ser invadida, mas nada de pânico. A boa notícia é que através dessa rastreabilidade, física e de costumes, podemos ser beneficiados por muitos serviços, sejam operacionais, sejam relativos a nossa segurança. Muito em breve, você estará entrando em um Shopping Center e imediatamente receberá um torpedo de sua loja favorita informando que está em promoção de 50% de desconto. Ou então estará num show e receberá um torpedo de um amigo avisando que também está nesse mesmo show. Ou então seu carro quebrará em uma rodovia e, poucos minutos depois, um guincho virá atendê-lo, sem você ter chamado. É possível até mesmo você ser informado de que seu estoque de cerveja na despensa atingiu um nível preocupantemente baixo...
(www.educacaonanet.com.br)
Os valores da juventude do novo milênio
Tomando como base o texto abaixo, redija uma dissertação em prosa sobre o tema: Os valores da juventude do novo milênio.
Tempo de protesto
Dezembro de 2010. Um jovem de 26 anos coloca fogo no próprio corpo, na Tunísia, dando início a protestos. Em janeiro, cai o ditador Ben Ali, no poder há 23 anos. Nos últimos dois meses, protestos reuniram milhares de jovens em países como Reino Unido, França, Grécia, Itália, Turquia e Venezuela.
Enquanto o movimento estudantil ressurge mundo afora, no Brasil, ele segue tímido: não reúne quantidade expressiva e sofre descrédito por conta do assédio ou da ligação com partidos políticos. Há menos de um mês, em Brasília, apenas 80 jovens foram ao Congresso Nacional reclamar do aumento de 62% no salário de parlamentares.
Em São Paulo, o Folhateen acompanhou manifestantes nos dias 13 e 20, em passeatas contra a nova tarifa do ônibus (R$ 3). Os protestos foram organizados pelo Movimento Passe Livre. No dia 20, segundo o primeiro-tenente da Polícia Militar André Zandonadi, 3.000 pessoas estavam na Paulista. Durante os atos, participantes reclamavam da baixa adesão e da presença ostensiva das bandeiras de partidos políticos, apesar de o MPL declarar ser apartidário.
Para Ricardo Caldas, cientista político da Universidade de Brasília, quando os movimentos sociais são usados como ferramenta política, suas causas se enfraquecem. "Hoje, a juventude é menos politizada, menos mobilizada e vai menos às ruas."
Para Christina Andrews, cientista social da Universidade Federal de São Paulo, é próprio da juventude lutar por igualdade. "A motivação é a mesma há 30 anos."
"É importante que os jovens saiam às ruas", diz Caldas. "Isso mantém o senso crítico da sociedade e aponta novas lideranças políticas."
(Folhateen)
Tempo de protesto
Dezembro de 2010. Um jovem de 26 anos coloca fogo no próprio corpo, na Tunísia, dando início a protestos. Em janeiro, cai o ditador Ben Ali, no poder há 23 anos. Nos últimos dois meses, protestos reuniram milhares de jovens em países como Reino Unido, França, Grécia, Itália, Turquia e Venezuela.
Enquanto o movimento estudantil ressurge mundo afora, no Brasil, ele segue tímido: não reúne quantidade expressiva e sofre descrédito por conta do assédio ou da ligação com partidos políticos. Há menos de um mês, em Brasília, apenas 80 jovens foram ao Congresso Nacional reclamar do aumento de 62% no salário de parlamentares.
Em São Paulo, o Folhateen acompanhou manifestantes nos dias 13 e 20, em passeatas contra a nova tarifa do ônibus (R$ 3). Os protestos foram organizados pelo Movimento Passe Livre. No dia 20, segundo o primeiro-tenente da Polícia Militar André Zandonadi, 3.000 pessoas estavam na Paulista. Durante os atos, participantes reclamavam da baixa adesão e da presença ostensiva das bandeiras de partidos políticos, apesar de o MPL declarar ser apartidário.
Para Ricardo Caldas, cientista político da Universidade de Brasília, quando os movimentos sociais são usados como ferramenta política, suas causas se enfraquecem. "Hoje, a juventude é menos politizada, menos mobilizada e vai menos às ruas."
Para Christina Andrews, cientista social da Universidade Federal de São Paulo, é próprio da juventude lutar por igualdade. "A motivação é a mesma há 30 anos."
"É importante que os jovens saiam às ruas", diz Caldas. "Isso mantém o senso crítico da sociedade e aponta novas lideranças políticas."
(Folhateen)
domingo, 4 de dezembro de 2011
2º Simulado 2011
Texto para os testes 1 a 7
JÁ OUVIU FALAR DA GERAÇÃO Z?
Os nativos digitais, aqueles que nasceram a partir dos anos 1990 e não concebem o mundo sem celular nem internet, são estimados em 1,6 bilhão de pessoas, número que cresce a cada dia. Numa pesquisa mostrada por Katherine Savitt durante o último Web 2.0 Summit, em San Francisco, Califórnia, em novembro, 71% das pessoas dessa faixa etária reportaram uso simultâneo de celular com internet e/ou televisão. E 69% disseram manter três ou mais janelas ativas do navegador durante uma sessão de internet.
Por conta das tarefas múltiplas, os jovens e ultrajovens são às vezes tachados de DDA, ou seja, portadores de Distúrbio de Déficit de Atenção. Mas será
que trocar mensagens tipo SMS, enquanto assistem a programas na TV, não é algo como conversar no sofá? Desde os anos 60, sabe-se que o sistema nervoso se modifica quando o organismo é exposto a muitos estímulos. Neuroplasticidade é o nome que se dá à capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões a cada momento. Será que o cérebro da Geração Z não evolui de maneira diferente da dos mais velhos? Será que essa geração não tem uma capacidade sem precedentes de coletar e processar informações?
Outro fato marcante da Geração Z é um novo conceito do que seja fraude. Baixar músicas sem pagar, por exemplo, essa geração não considera fraude, mas sim, algo normalíssimo, até porque há muitos sites que oferecem músicas grátis. Os jovens acham que não é da sua conta verificar se esses sites fazem isso legal ou ilegalmente. A Geração Z compra filmes e softwares piratas sem peso na consciência, mesmo que seus educadores desestimulem a prática. Burlar jogos ou até ajudar a derrubar servidores de empresas com as quais se irritam, como ocorreu recentemente no caso do WikiLeaks, pode dar prestígio ao fraudador, que pode ser visto como pessoa mais esperta ou inteligente do que a média.
Uma das teorias em voga é que a "gameficação" é um grande mercado para a Geração Z, pois há expectativa dos jovens de que a vida deveria seguir o espírito dos videogames. Com isso, as empresas precisariam "gameficar" produtos e serviços. Mesmo criando produtos atraentes, é bom ter em mente que dificilmente algo será tão engajador a ponto de concentrar 100% da atenção de um membro da Geração Z.
Assistir a filmes ou programas sob demanda, na hora e no equipamento que quiser, é normal. Nada de ficar acordado até mais tarde ou mudar outro compromisso só para ver TV com hora marcada. Nem mesmo perder tempo programando gravação, coisa que seus pais fariam ou gostariam de fazer. Até porque essa geração parece muito mais afeita a criar e compartilhar seus textos, fotos e vídeos na internet do que todas as gerações precedentes. 93% dos jovens internautas fazem isso, diz a pesquisa.
Além de criar e publicar, há o espírito curador. O
hábito de sair navegando e selecionar o que se vê, lê ou ouve. Validam o que gostam comentando ou compartilhando o conteúdo de terceiros, profissionais ou amadores. Essa é a forma normal de expressão nas redes sociais.
Seguindo a pesquisa mostrada no Web 2.0 Summit, 62% dos membros dessa geração disseram ter 250 ou mais amigos em redes sociais. Aparentemente menos afeitos à propaganda, 73% dizem que a melhor maneira de descobrir novos produtos é por meio de amigos. Também buscam contato direto com empresas e marcas pela internet e põem com facilidade a boca no trombone, fazendo reclamações públicas iradas. Por outro lado, podem se transformar em marqueteiros apaixonados por produtos, se estes forem inspiradores para eles. A Geração Z, por conta do seu comportamento, parece ter grande potencial de influenciar as gerações anteriores.
(Márion Strecker, Folha de S. Paulo, 13/01/2011)
1) Assinale a alternativa em que todas as palavras aparecem em sentido literal.
a) "Também buscam contato direto com empresas e marcas pela internet e põem com facilidade a boca no trombone."
b) "E 69% disseram manter três ou mais janelas ativas do navegador durante uma sessão da internet."
c) "Neuroplasticidade é o nome que se dá à capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões."
d) "A Geração Z compra filmes e softwares piratas sem peso na consciência, mesmo que seus educadores desestimulem a prática."
e) "Burlar jogos ou até ajudar a derrubar servidores de empresas com as quais se irritam."
2) Pode-se afirmar que a Geração Z
a) não respeita as leis.
b) não tem capacidade de coletar e processar informações.
c) é portadora de Distúrbio de Déficit de Atenção.
d) relativiza um preceito ético recomendado por educadores.
e) só se concentra totalmente diante de games ou
produtos "gameficados".
3) Assinale a alternativa em que a autora se utiliza de um coloquialismo – um elemento linguístico próprio da linguagem falada e estranho à escrita.
a) "Numa pesquisa mostrada por Katherine Savitt durante o último Web 2.0 Summit, em San Francisco, Califórnia, em novembro, 71% das pessoas dessa faixa etária reportaram uso simultâneo de celular com internet e/ou televisão."
b) "Por conta das tarefas múltiplas, os jovens e ultrajovens são às vezes tachados de DDA, ou seja, portadores de Distúrbio de Déficit de Atenção."
c) "Mas será que trocar mensagens tipo SMS enquanto assistem a programas na TV não é algo como conversar no sofá?"
d) " ... se esses sites fazem isso legal ou ilegalmente."
e) "A Geração Z compra filmes e softwares piratas sem peso na consciência, mesmo que seus educadores desestimulem a prática."
21
4) Considere as seguintes proposições:
I. O fato de os jovens e os ultrajovens serem vistos, às vezes, como portadores do Distúrbio de Déficit de Atenção não deixa de ser um pré-julgamento, que não leva em conta que é próprio também de outras gerações dedicar-se a "tarefas múltiplas".
II. O artigo é muito crítico em relação aos jovens e aos ultrajovens, deprecia a Geração Z, que, devido às múltiplas atividades, teria recuado intelectualmente em relação às anteriores.
III.A forma de expressão, predominante nas redes sociais, coloca em segundo plano a capacidade crítica. Há aceitação passiva do conteúdo proposto, sem o exercício da discriminação.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
5) Associando o texto a informações que você tem sobre eventos da atualidade, você entende da referência ao WikiLeaks que a Geração Z
a) derrubou esse site.
b) deu prestígio aos que o fraudaram.
c) derrubou sites de empresas que promoveram represálias contra esse site.
d) irritou-se com a divulgação de documentos secretos norte-americanos, feita por esse site.
e) burlou os jogos desenvolvidos por esse site.
6) Considere as seguintes afirmações:
I. Pode-se entender que as gerações anteriores à Geração Z eram muito tímidas, porque não mostravam suas fotos e textos a não ser para os familiares.
II. A grande diferença de comportamento entre a Geração Z e as gerações anteriores é resultado do progresso tecnológico e ético, que se acelerou nos últimos tempos.
III.A opinião que emana das redes sociais deve ser um dado importante para os estrategistas de propaganda e marketing.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
7) Embora novas tecnologias e redes sociais apareçam com frequência em reportagens que envolvem acusações de violação de privacidade, pirataria, cyberbullying e facilitação de outras práticas abomináveis, elas foram importantes, em várias manifestações políticas, como a que recentemente colocou em convulsão a população
contra a longa ditadura
a) de Cuba.
b) da Coreia do Norte.
c) do Egito.
d) da Venezuela.
e) da Inglaterra.
Texto para os testes 8, 9 e 10
CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem
mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
(Carlos Drummond de Andrade)
8) Ao reelaborar, poeticamente, sua cidade de origem em "Confidência do Itabirano", Carlos Drummond de Andrade expressa sua identidade com Itabira. Em qual palavra se pode melhor visualizar essa identificação?
a) Porosidade.
b) Trabalho.
c) Fotografia.
d) Ferro.
e) Herança.
9) O poema, como o próprio título diz, evidencia uma confidência, ou seja, a revelação de um segredo, de algo íntimo. Pode-se ler que a confidência do poeta é o fato de ele ainda carregar Itabira consigo, ainda "pertencer" a ela. Qual o verso que melhor expressa essa confidência?
a) "Principalmente nasci em Itabira."
b) "De Itabira trouxe prendas diversas que ora te
ofereço."
c) "Tive ouro, tive gado, tive fazendas."
d) "Itabira é apenas uma fotografia na parede."
e) "Mas como dói!"
10) Na poesia de Drummond, é comum observar a emergência de um sentimento, que pode expressar uma tentativa de ruptura com suas origens, mas sempre marcado pela não realização total desse movimento. Em linguagem poética, isso se revela quase sempre pelo uso de antíteses ou paradoxos. Assinale a alternativa em que aparece uma contradição.
a) "Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro."
b) "A vontade de amar que me paralisa o trabalho."
c) "este couro de anta, estendido no sofá da sala de
visitas."
d) "Noventa por cento de ferro nas calçadas."
e) "E o hábito de sofrer, que tanto me diverte."
(Unifesp-2011) Texto para os testes 11 e 12
A palavra bullying ainda é pouco conhecida do grande público brasileiro. De origem inglesa e ainda sem tradução no Brasil, é utilizada para qualificar comportamentos violentos no âmbito escolar, tanto de meninos quanto de meninas. Dentre esses comportamentos podemos destacar as agressões, os assédios e as ações desrespeitosas, todos realizados de maneira recorrente e intencional por parte dos agressores. É fundamental explicitar que as atitudes tomadas por um ou mais agressores contra um ou alguns estudantes, geralmente, não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Isso significa dizer que, de forma quase "natural", os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. E isso, invariavelmente, produz, alimenta e até perpetua muita
dor e sofrimento nos vitimados.
(Ana Beatriz Barbosa Silva. Bullying: mentes perigosas
nas escolas, 2010. Adaptado.)
11) Segundo o texto,
a) embora a palavra “bullying” ainda não seja muito familiar em nosso país, com o tempo ela se tornará quase natural para nós.
b) os comportamentos violentos de garotos e garotas, em contexto escolar, têm recebido a denominação inglesa de “bullying”.
c) mesmo ignorado pela maior parte das pessoas, o termo “bullying” designa um fenômeno que está sendo encarado com crescente naturalidade.
d) a falta de uma tradução para a palavra inglesa “bullying” provoca dificuldades para qualificar comportamentos violentos na escola.
e) somente metade das manifestações violentas, na escola, qualificadas como “bullying”, apresenta motivações justificáveis.
12) De acordo com o texto,
a) os estudantes mais fortes usam de sua prepotência e do constrangimento e intimidação dos mais frágeis, com o objetivo de se divertirem.
b) as ações violentas, praticadas no ambiente escolar, são invariavelmente frequentes, involuntárias e motivadas por sofrimentos dos agressores.
c) o sofrimento proveniente das manifestações violentas na escola pode demandar tratamentos dispendiosos, porém eficientes.
d) em geral, as agressões sofridas pelos alunos não são gratuitas e possuem causas cada vez mais claramente identificáveis.
e) a humilhação e o medo a que são submetidas as vítimas do “bullying” são consequências naturais da sociedade contemporânea.
(Unifesp-2011) Texto para o teste 13
O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia. Ana, 13 anos, já era perseguida na escola – e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar "amigos" em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o acesso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são "nojenta, nerd e lésbica". Outros textos dizem: "Você deveria parar de falar com aquela piranha" e "A emo já mudou a sua cabeça, hein? Vá pro inferno". Ana, é claro, fica arrasada. "Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam."
(Beatriz Santomauro. Nova Escola, junho/julho 2010.
Adaptado.)
13) Conforme o texto,
a) o desenvolvimento da tecnologia extinguirá o problema do “cyberbullying” entre os jovens.
b) apenas os jovens que não frequentam a escola são perseguidos implacavelmente pela internet.
c) Ana é vítima do “cyberbullying” porque tem gostos e interesses que seu grupo social não aprecia.
d) os qualificativos, enviados pelas colegas de sala a amigos comuns, levaram Ana a usar preto e pintar o cabelo.
e) a restrição do acesso ao MSN e o uso mais limitado do Orkut eliminam, significativamente, problemas de “cyberbullying”.
Texto para o teste 14
Testes
Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era tentador: "O que Freud diria de você". Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: "Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento". Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca.
Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: "Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento".
(M. Medeiros, Doidas e santas. Porto Alegre, 2008,
adaptado)
14) Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma reação irônica no trecho:
a) "Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver".
b) "Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos".
c) "Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet".
d) "Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte".
e) "Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise".
Texto para os testes 15 e 16
A livraria do Google - o Google ebookstore pode demarcar a revolução da leitura em suportes
Digitais
No ar desde dezembro, o Google Ebookstore [http://books.google.com/ebooks] promete revolucionar o mercado de livros digitais ao oferecer, inicialmente, mais de 3 milhões de títulos nos mais diferentes formatos e para os mais diversos suportes.
Embora livrarias digitais não sejam propriamente uma novidade na internet, haja vista a Amazon e a Barnes & Nobles, por exemplo – que lançaram respectivamente os e readers Kindle e Nook – o Google parte do princípio da universalidade dos formatos de livros disponíveis para download, sendo possível baixá-los e lê-los em quaisquer livros eletrônicos, tablets, smartphones ou computadores. Além disso, o serviço também se vale do acervo de milhões de livros já escaneados pelo Google Books, cuja disputa com as editoras pelos direitos autorais das obras reproduzidas deu o que falar.
(Revista Língua Portuguesa, fevereiro de 2011)
32 33
15) A partir do texto apresentado, assinale a alternativa correta.
a) O Google Ebookstore revolucionou o mercado de livros digitais, por ser a primeira livraria digital.
b) A livraria do Google já disponibilizou mais de 3 milhões de títulos na internet.
c) A Amazon e a Barnes & Nobles revolucionaram a leitura em suportes digitais.
d) A inovação do Google Ebookstore é a oferta de acesso a livros, em diversos formatos e suportes.
e) A reprodução de obras pela Google Books foi feita com o apoio das editoras.
16) O trecho "Embora livrarias digitais não sejam propriamente uma novidade na internet..." pode ser substituído, sem prejuízo de sentido e mantendo-se a norma culta, por:
a) Mesmo que livrarias digitais não sejam propriamente
uma novidade na internet...
b) Porque livrarias digitais não são propriamente uma novidade na internet...
c) Não obstante as livrarias digitais não sejam mais uma novidade na internet...
d) Já que livrarias digitais não serão propriamente uma novidade na internet...
e) A não ser que livrarias digitais possam ser propriamente uma novidade na internet...
Texto para o testes 17 e 18
Que coreanos comam cachorros é um fato antropológico que não deveria causar maior surpresa nem revolta. Franceses deliciam-se com cavalos e rãs, chineses devoram tudo o que se mexe – aí inclusos escorpiões e gafanhotos – e boa parte das coisas que não se mexem também. Os papuas da Nova Guiné, até algumas décadas atrás, fartavam-se no consumo ritual dos miolos de familiares mortos. Só pararam porque o hábito estava lhes passando o kuru, uma doença neurológica grave.
Nosso consolidadíssimo costume de comer vacas configura, aos olhos dos hinduístas, nada menos do que deicídio.
A não ser que estejamos prontos a definir e impor um universal alimentar, é preciso tolerar as práticas culinárias alheias, por mais exóticas ou repugnantes que nos pareçam.
(Hélio Schwartsman, Folha de S. Paulo, 14/11/2009)
17) No texto, Schwartsman critica
a) a diversidade culinária mundial.
b) os chineses, por serem amplamente onívoros.
c) os que criticam práticas culinárias heterodoxas.
d) a tradição judaico-cristã ocidental.
e) a culinária coreana, em especial.
18) “Deicídio” significa o ato de
a) matar um deus.
b) homenagear um ancestral.
c) matar-se por amor divino.
d) confessar-se ateu.
e) imaginar-se vegetariano.
(Unesp) Texto para os testes 19 e 20
Troquei a máquina de escrever pelo computador há 21 anos, o que provavelmente já me salvou a vida algumas vezes, mas não pense que minhas relações com ele são uma maravilha. A cada aperfeiçoamento no funcionamento da caranguejola, tenho um motivo para sobressalto, até me acostumar com a novidade e passar a dominá-la também. Uma delas é um novo e infernal corretor automático de texto.
Ao perceber que as teclas estão sendo acionadas para formar determinada palavra, o corretor, ligeiro que nem raposa, antecipa-se e termina de escrevê-la por mim. Não sei se, com isso, está apenas querendo se exibir ou se acha que errarei na grafia e oferecese para completá-la. Até aí tudo bem. Só que, ao fazer isso, ele se atrapalha com os acentos, escreve o que não é para escrever e me obriga a teclar retrocessos e humilhá-lo com uma correção mecânica, o que faço com sádico prazer.
Se quero me referir, por exemplo, ao grande sambista do Estácio Alcebíades Barcellos, co-autor de "Agora é Cinza", inventor do surdo e mais conhecido como Bide, ele intromete um cretiníssimo circunflexo e transforma Bide em Bidê. O arquiteto francês Le Corbusier torna-se Lê Corbusier. (...)
(Ruy Castro, Folha de S. Paulo, 16/11/2009)
19)Segundo Ruy Castro, seu computador
a) faz correções de modo completamente aleatório.
b) não tem no programa as regras de acentuação.
c) parece "adivinhar" as palavras que Ruy vai escrever.
d) foi programado por uma pessoa exibicionista.
e) é sádico, muitas vezes, como um escritor.
20) O sentido de “caranguejola”, no texto, é:
a) crustáceo artrópode com carapaça.
b) espécie de realejo movido à manivela.
c) instrumento musical improvisado.
d) estrutura instável sem sustentação confiável.
e) placa-mãe com apenas um giga de memória.
JÁ OUVIU FALAR DA GERAÇÃO Z?
Os nativos digitais, aqueles que nasceram a partir dos anos 1990 e não concebem o mundo sem celular nem internet, são estimados em 1,6 bilhão de pessoas, número que cresce a cada dia. Numa pesquisa mostrada por Katherine Savitt durante o último Web 2.0 Summit, em San Francisco, Califórnia, em novembro, 71% das pessoas dessa faixa etária reportaram uso simultâneo de celular com internet e/ou televisão. E 69% disseram manter três ou mais janelas ativas do navegador durante uma sessão de internet.
Por conta das tarefas múltiplas, os jovens e ultrajovens são às vezes tachados de DDA, ou seja, portadores de Distúrbio de Déficit de Atenção. Mas será
que trocar mensagens tipo SMS, enquanto assistem a programas na TV, não é algo como conversar no sofá? Desde os anos 60, sabe-se que o sistema nervoso se modifica quando o organismo é exposto a muitos estímulos. Neuroplasticidade é o nome que se dá à capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões a cada momento. Será que o cérebro da Geração Z não evolui de maneira diferente da dos mais velhos? Será que essa geração não tem uma capacidade sem precedentes de coletar e processar informações?
Outro fato marcante da Geração Z é um novo conceito do que seja fraude. Baixar músicas sem pagar, por exemplo, essa geração não considera fraude, mas sim, algo normalíssimo, até porque há muitos sites que oferecem músicas grátis. Os jovens acham que não é da sua conta verificar se esses sites fazem isso legal ou ilegalmente. A Geração Z compra filmes e softwares piratas sem peso na consciência, mesmo que seus educadores desestimulem a prática. Burlar jogos ou até ajudar a derrubar servidores de empresas com as quais se irritam, como ocorreu recentemente no caso do WikiLeaks, pode dar prestígio ao fraudador, que pode ser visto como pessoa mais esperta ou inteligente do que a média.
Uma das teorias em voga é que a "gameficação" é um grande mercado para a Geração Z, pois há expectativa dos jovens de que a vida deveria seguir o espírito dos videogames. Com isso, as empresas precisariam "gameficar" produtos e serviços. Mesmo criando produtos atraentes, é bom ter em mente que dificilmente algo será tão engajador a ponto de concentrar 100% da atenção de um membro da Geração Z.
Assistir a filmes ou programas sob demanda, na hora e no equipamento que quiser, é normal. Nada de ficar acordado até mais tarde ou mudar outro compromisso só para ver TV com hora marcada. Nem mesmo perder tempo programando gravação, coisa que seus pais fariam ou gostariam de fazer. Até porque essa geração parece muito mais afeita a criar e compartilhar seus textos, fotos e vídeos na internet do que todas as gerações precedentes. 93% dos jovens internautas fazem isso, diz a pesquisa.
Além de criar e publicar, há o espírito curador. O
hábito de sair navegando e selecionar o que se vê, lê ou ouve. Validam o que gostam comentando ou compartilhando o conteúdo de terceiros, profissionais ou amadores. Essa é a forma normal de expressão nas redes sociais.
Seguindo a pesquisa mostrada no Web 2.0 Summit, 62% dos membros dessa geração disseram ter 250 ou mais amigos em redes sociais. Aparentemente menos afeitos à propaganda, 73% dizem que a melhor maneira de descobrir novos produtos é por meio de amigos. Também buscam contato direto com empresas e marcas pela internet e põem com facilidade a boca no trombone, fazendo reclamações públicas iradas. Por outro lado, podem se transformar em marqueteiros apaixonados por produtos, se estes forem inspiradores para eles. A Geração Z, por conta do seu comportamento, parece ter grande potencial de influenciar as gerações anteriores.
(Márion Strecker, Folha de S. Paulo, 13/01/2011)
1) Assinale a alternativa em que todas as palavras aparecem em sentido literal.
a) "Também buscam contato direto com empresas e marcas pela internet e põem com facilidade a boca no trombone."
b) "E 69% disseram manter três ou mais janelas ativas do navegador durante uma sessão da internet."
c) "Neuroplasticidade é o nome que se dá à capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões."
d) "A Geração Z compra filmes e softwares piratas sem peso na consciência, mesmo que seus educadores desestimulem a prática."
e) "Burlar jogos ou até ajudar a derrubar servidores de empresas com as quais se irritam."
2) Pode-se afirmar que a Geração Z
a) não respeita as leis.
b) não tem capacidade de coletar e processar informações.
c) é portadora de Distúrbio de Déficit de Atenção.
d) relativiza um preceito ético recomendado por educadores.
e) só se concentra totalmente diante de games ou
produtos "gameficados".
3) Assinale a alternativa em que a autora se utiliza de um coloquialismo – um elemento linguístico próprio da linguagem falada e estranho à escrita.
a) "Numa pesquisa mostrada por Katherine Savitt durante o último Web 2.0 Summit, em San Francisco, Califórnia, em novembro, 71% das pessoas dessa faixa etária reportaram uso simultâneo de celular com internet e/ou televisão."
b) "Por conta das tarefas múltiplas, os jovens e ultrajovens são às vezes tachados de DDA, ou seja, portadores de Distúrbio de Déficit de Atenção."
c) "Mas será que trocar mensagens tipo SMS enquanto assistem a programas na TV não é algo como conversar no sofá?"
d) " ... se esses sites fazem isso legal ou ilegalmente."
e) "A Geração Z compra filmes e softwares piratas sem peso na consciência, mesmo que seus educadores desestimulem a prática."
21
4) Considere as seguintes proposições:
I. O fato de os jovens e os ultrajovens serem vistos, às vezes, como portadores do Distúrbio de Déficit de Atenção não deixa de ser um pré-julgamento, que não leva em conta que é próprio também de outras gerações dedicar-se a "tarefas múltiplas".
II. O artigo é muito crítico em relação aos jovens e aos ultrajovens, deprecia a Geração Z, que, devido às múltiplas atividades, teria recuado intelectualmente em relação às anteriores.
III.A forma de expressão, predominante nas redes sociais, coloca em segundo plano a capacidade crítica. Há aceitação passiva do conteúdo proposto, sem o exercício da discriminação.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e III, apenas.
e) II e III, apenas.
5) Associando o texto a informações que você tem sobre eventos da atualidade, você entende da referência ao WikiLeaks que a Geração Z
a) derrubou esse site.
b) deu prestígio aos que o fraudaram.
c) derrubou sites de empresas que promoveram represálias contra esse site.
d) irritou-se com a divulgação de documentos secretos norte-americanos, feita por esse site.
e) burlou os jogos desenvolvidos por esse site.
6) Considere as seguintes afirmações:
I. Pode-se entender que as gerações anteriores à Geração Z eram muito tímidas, porque não mostravam suas fotos e textos a não ser para os familiares.
II. A grande diferença de comportamento entre a Geração Z e as gerações anteriores é resultado do progresso tecnológico e ético, que se acelerou nos últimos tempos.
III.A opinião que emana das redes sociais deve ser um dado importante para os estrategistas de propaganda e marketing.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) II, apenas.
c) III, apenas.
d) I e II, apenas.
e) II e III, apenas.
7) Embora novas tecnologias e redes sociais apareçam com frequência em reportagens que envolvem acusações de violação de privacidade, pirataria, cyberbullying e facilitação de outras práticas abomináveis, elas foram importantes, em várias manifestações políticas, como a que recentemente colocou em convulsão a população
contra a longa ditadura
a) de Cuba.
b) da Coreia do Norte.
c) do Egito.
d) da Venezuela.
e) da Inglaterra.
Texto para os testes 8, 9 e 10
CONFIDÊNCIA DO ITABIRANO
Alguns anos vivi em Itabira.
Principalmente nasci em Itabira.
Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.
Noventa por cento de ferro nas calçadas.
Oitenta por cento de ferro nas almas.
E esse alheamento do que na vida é porosidade e
comunicação.
A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,
vem de Itabira, de suas noites brancas, sem
mulheres e sem horizontes.
E o hábito de sofrer, que tanto me diverte,
é doce herança itabirana.
De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:
este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;
esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;
este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas;
este orgulho, esta cabeça baixa...
Tive ouro, tive gado, tive fazendas.
Hoje sou funcionário público.
Itabira é apenas uma fotografia na parede.
Mas como dói!
(Carlos Drummond de Andrade)
8) Ao reelaborar, poeticamente, sua cidade de origem em "Confidência do Itabirano", Carlos Drummond de Andrade expressa sua identidade com Itabira. Em qual palavra se pode melhor visualizar essa identificação?
a) Porosidade.
b) Trabalho.
c) Fotografia.
d) Ferro.
e) Herança.
9) O poema, como o próprio título diz, evidencia uma confidência, ou seja, a revelação de um segredo, de algo íntimo. Pode-se ler que a confidência do poeta é o fato de ele ainda carregar Itabira consigo, ainda "pertencer" a ela. Qual o verso que melhor expressa essa confidência?
a) "Principalmente nasci em Itabira."
b) "De Itabira trouxe prendas diversas que ora te
ofereço."
c) "Tive ouro, tive gado, tive fazendas."
d) "Itabira é apenas uma fotografia na parede."
e) "Mas como dói!"
10) Na poesia de Drummond, é comum observar a emergência de um sentimento, que pode expressar uma tentativa de ruptura com suas origens, mas sempre marcado pela não realização total desse movimento. Em linguagem poética, isso se revela quase sempre pelo uso de antíteses ou paradoxos. Assinale a alternativa em que aparece uma contradição.
a) "Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro."
b) "A vontade de amar que me paralisa o trabalho."
c) "este couro de anta, estendido no sofá da sala de
visitas."
d) "Noventa por cento de ferro nas calçadas."
e) "E o hábito de sofrer, que tanto me diverte."
(Unifesp-2011) Texto para os testes 11 e 12
A palavra bullying ainda é pouco conhecida do grande público brasileiro. De origem inglesa e ainda sem tradução no Brasil, é utilizada para qualificar comportamentos violentos no âmbito escolar, tanto de meninos quanto de meninas. Dentre esses comportamentos podemos destacar as agressões, os assédios e as ações desrespeitosas, todos realizados de maneira recorrente e intencional por parte dos agressores. É fundamental explicitar que as atitudes tomadas por um ou mais agressores contra um ou alguns estudantes, geralmente, não apresentam motivações específicas ou justificáveis. Isso significa dizer que, de forma quase "natural", os mais fortes utilizam os mais frágeis como meros objetos de diversão, prazer e poder, com o intuito de maltratar, intimidar, humilhar e amedrontar suas vítimas. E isso, invariavelmente, produz, alimenta e até perpetua muita
dor e sofrimento nos vitimados.
(Ana Beatriz Barbosa Silva. Bullying: mentes perigosas
nas escolas, 2010. Adaptado.)
11) Segundo o texto,
a) embora a palavra “bullying” ainda não seja muito familiar em nosso país, com o tempo ela se tornará quase natural para nós.
b) os comportamentos violentos de garotos e garotas, em contexto escolar, têm recebido a denominação inglesa de “bullying”.
c) mesmo ignorado pela maior parte das pessoas, o termo “bullying” designa um fenômeno que está sendo encarado com crescente naturalidade.
d) a falta de uma tradução para a palavra inglesa “bullying” provoca dificuldades para qualificar comportamentos violentos na escola.
e) somente metade das manifestações violentas, na escola, qualificadas como “bullying”, apresenta motivações justificáveis.
12) De acordo com o texto,
a) os estudantes mais fortes usam de sua prepotência e do constrangimento e intimidação dos mais frágeis, com o objetivo de se divertirem.
b) as ações violentas, praticadas no ambiente escolar, são invariavelmente frequentes, involuntárias e motivadas por sofrimentos dos agressores.
c) o sofrimento proveniente das manifestações violentas na escola pode demandar tratamentos dispendiosos, porém eficientes.
d) em geral, as agressões sofridas pelos alunos não são gratuitas e possuem causas cada vez mais claramente identificáveis.
e) a humilhação e o medo a que são submetidas as vítimas do “bullying” são consequências naturais da sociedade contemporânea.
(Unifesp-2011) Texto para o teste 13
O cyberbullying é um problema crescente justamente porque os jovens usam cada vez mais a tecnologia. Ana, 13 anos, já era perseguida na escola – e passou a ser acuada, prisioneira de seus agressores via internet. Hoje, vive com medo e deixou de adicionar "amigos" em seu perfil no Orkut. Além disso, restringiu o acesso ao MSN. Mesmo assim, o tormento continua. As meninas de sua sala enviam mensagens depreciativas, com apelidos maldosos e recados humilhantes, para amigos comuns. Os qualificativos mais leves são "nojenta, nerd e lésbica". Outros textos dizem: "Você deveria parar de falar com aquela piranha" e "A emo já mudou a sua cabeça, hein? Vá pro inferno". Ana, é claro, fica arrasada. "Uso preto, ouço rock e pinto o cabelo. Curto coisas diferentes e falo de outros assuntos. Por isso, não me aceitam."
(Beatriz Santomauro. Nova Escola, junho/julho 2010.
Adaptado.)
13) Conforme o texto,
a) o desenvolvimento da tecnologia extinguirá o problema do “cyberbullying” entre os jovens.
b) apenas os jovens que não frequentam a escola são perseguidos implacavelmente pela internet.
c) Ana é vítima do “cyberbullying” porque tem gostos e interesses que seu grupo social não aprecia.
d) os qualificativos, enviados pelas colegas de sala a amigos comuns, levaram Ana a usar preto e pintar o cabelo.
e) a restrição do acesso ao MSN e o uso mais limitado do Orkut eliminam, significativamente, problemas de “cyberbullying”.
Texto para o teste 14
Testes
Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet. O nome do teste era tentador: "O que Freud diria de você". Uau. Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte: "Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento". Perfeito! Foi exatamente o que aconteceu comigo. Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise, e ele acertou na mosca.
Estava com tempo sobrando, e curiosidade é algo que não me falta, então resolvi voltar ao teste e responder tudo diferente do que havia respondido antes. Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver com minha personalidade. E fui conferir o resultado, que dizia o seguinte: "Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os 12 anos, depois disso você buscou conhecimento intelectual para seu amadurecimento".
(M. Medeiros, Doidas e santas. Porto Alegre, 2008,
adaptado)
14) Quanto às influências que a internet pode exercer sobre os usuários, a autora expressa uma reação irônica no trecho:
a) "Marquei umas alternativas esdrúxulas, que nada tinham a ver".
b) "Os acontecimentos da sua infância a marcaram até os doze anos".
c) "Dia desses resolvi fazer um teste proposto por um site da internet".
d) "Respondi a todas as perguntas e o resultado foi o seguinte".
e) "Fiquei radiante: eu havia realizado uma consulta paranormal com o pai da psicanálise".
Texto para os testes 15 e 16
A livraria do Google - o Google ebookstore pode demarcar a revolução da leitura em suportes
Digitais
No ar desde dezembro, o Google Ebookstore [http://books.google.com/ebooks] promete revolucionar o mercado de livros digitais ao oferecer, inicialmente, mais de 3 milhões de títulos nos mais diferentes formatos e para os mais diversos suportes.
Embora livrarias digitais não sejam propriamente uma novidade na internet, haja vista a Amazon e a Barnes & Nobles, por exemplo – que lançaram respectivamente os e readers Kindle e Nook – o Google parte do princípio da universalidade dos formatos de livros disponíveis para download, sendo possível baixá-los e lê-los em quaisquer livros eletrônicos, tablets, smartphones ou computadores. Além disso, o serviço também se vale do acervo de milhões de livros já escaneados pelo Google Books, cuja disputa com as editoras pelos direitos autorais das obras reproduzidas deu o que falar.
(Revista Língua Portuguesa, fevereiro de 2011)
32 33
15) A partir do texto apresentado, assinale a alternativa correta.
a) O Google Ebookstore revolucionou o mercado de livros digitais, por ser a primeira livraria digital.
b) A livraria do Google já disponibilizou mais de 3 milhões de títulos na internet.
c) A Amazon e a Barnes & Nobles revolucionaram a leitura em suportes digitais.
d) A inovação do Google Ebookstore é a oferta de acesso a livros, em diversos formatos e suportes.
e) A reprodução de obras pela Google Books foi feita com o apoio das editoras.
16) O trecho "Embora livrarias digitais não sejam propriamente uma novidade na internet..." pode ser substituído, sem prejuízo de sentido e mantendo-se a norma culta, por:
a) Mesmo que livrarias digitais não sejam propriamente
uma novidade na internet...
b) Porque livrarias digitais não são propriamente uma novidade na internet...
c) Não obstante as livrarias digitais não sejam mais uma novidade na internet...
d) Já que livrarias digitais não serão propriamente uma novidade na internet...
e) A não ser que livrarias digitais possam ser propriamente uma novidade na internet...
Texto para o testes 17 e 18
Que coreanos comam cachorros é um fato antropológico que não deveria causar maior surpresa nem revolta. Franceses deliciam-se com cavalos e rãs, chineses devoram tudo o que se mexe – aí inclusos escorpiões e gafanhotos – e boa parte das coisas que não se mexem também. Os papuas da Nova Guiné, até algumas décadas atrás, fartavam-se no consumo ritual dos miolos de familiares mortos. Só pararam porque o hábito estava lhes passando o kuru, uma doença neurológica grave.
Nosso consolidadíssimo costume de comer vacas configura, aos olhos dos hinduístas, nada menos do que deicídio.
A não ser que estejamos prontos a definir e impor um universal alimentar, é preciso tolerar as práticas culinárias alheias, por mais exóticas ou repugnantes que nos pareçam.
(Hélio Schwartsman, Folha de S. Paulo, 14/11/2009)
17) No texto, Schwartsman critica
a) a diversidade culinária mundial.
b) os chineses, por serem amplamente onívoros.
c) os que criticam práticas culinárias heterodoxas.
d) a tradição judaico-cristã ocidental.
e) a culinária coreana, em especial.
18) “Deicídio” significa o ato de
a) matar um deus.
b) homenagear um ancestral.
c) matar-se por amor divino.
d) confessar-se ateu.
e) imaginar-se vegetariano.
(Unesp) Texto para os testes 19 e 20
Troquei a máquina de escrever pelo computador há 21 anos, o que provavelmente já me salvou a vida algumas vezes, mas não pense que minhas relações com ele são uma maravilha. A cada aperfeiçoamento no funcionamento da caranguejola, tenho um motivo para sobressalto, até me acostumar com a novidade e passar a dominá-la também. Uma delas é um novo e infernal corretor automático de texto.
Ao perceber que as teclas estão sendo acionadas para formar determinada palavra, o corretor, ligeiro que nem raposa, antecipa-se e termina de escrevê-la por mim. Não sei se, com isso, está apenas querendo se exibir ou se acha que errarei na grafia e oferecese para completá-la. Até aí tudo bem. Só que, ao fazer isso, ele se atrapalha com os acentos, escreve o que não é para escrever e me obriga a teclar retrocessos e humilhá-lo com uma correção mecânica, o que faço com sádico prazer.
Se quero me referir, por exemplo, ao grande sambista do Estácio Alcebíades Barcellos, co-autor de "Agora é Cinza", inventor do surdo e mais conhecido como Bide, ele intromete um cretiníssimo circunflexo e transforma Bide em Bidê. O arquiteto francês Le Corbusier torna-se Lê Corbusier. (...)
(Ruy Castro, Folha de S. Paulo, 16/11/2009)
19)Segundo Ruy Castro, seu computador
a) faz correções de modo completamente aleatório.
b) não tem no programa as regras de acentuação.
c) parece "adivinhar" as palavras que Ruy vai escrever.
d) foi programado por uma pessoa exibicionista.
e) é sádico, muitas vezes, como um escritor.
20) O sentido de “caranguejola”, no texto, é:
a) crustáceo artrópode com carapaça.
b) espécie de realejo movido à manivela.
c) instrumento musical improvisado.
d) estrutura instável sem sustentação confiável.
e) placa-mãe com apenas um giga de memória.
1º Simulado 2011
Leia o texto atentamente para responder aos testes 1 a 6: A guerra suja
Na esquina em frente ao grande condomínio nas colinas de Perdizes, brotou um barzinho. Um desses do novo estilo, mais mauricinho, só noturno, com pizza, cerveja, sinuca, música e telões de futebol. Fica no 1.o andar de um sobrado. Os fumantes e seus amigos passaram a ocupar as escadas e a calçada, copos nas mãos, conversando naquele tom exclamativo próprio dos frequentadores de botecos, pontuado por palavrinhas chulas. Nos dias de jogos, escapavam pelas janelas gritos de "Timããão!", "Pooorco!", "Tricolooor!".
Sabe como é torcedor de futebol durante os jogos. Sabe como é torcedor de futebol quando seu time faz gol. Sabe como é torcedor de futebol quando qualquer adversário toma gol. Sabe como é torcedor.
O barulho passou a incomodar as pessoas do condomínio. Uma comissão foi até a outra esquina tentar uma convivência pacífica. O dono do bar, rapaz simpático, disse que sim, ia segurar a onda do pessoal, na boa. Não segurou, nem se sabe se tentou.
Os moradores foram à prefeitura checar alvará, finalidade, habite-se, dispositivo antirruídos _ nada conseguiram além do habitual "vamos estar verificando". Foram ao Psiu, que não faz psiu para ninguém. Então resolveram partir para a guerra.
Na primeira reunião para decidir as táticas da guerra houve sugestões radicais:
_ Vamos botar o lixo daqui na porta deles. São 300 apartamentos. Se a metade botar o lixo lá, são 300, 400 quilos.
_ Não pode! Não é civilizado!
_E por acaso é civilizado o que eles fazem? Vamos dar o troco! É poluição sonora pra cá, poluição ambiental pra lá.
Os radicais gostaram, os racionais nem tanto:
_ A prefeitura vai enquadrar, vai multar a gente.
Desistiram do lixão. (...) Aí nasceu a idéia da guerra suja: Quantos cachorros temos aqui no condomínio? Uns cinquenta? Por baixo. Vamos levar todos eles no colo até a calçada de lá e estimular os bichinhos a fazer as necessidades na porta deles. Número 1 e número 2. Os caras chegam no fim da tarde, vão encontrar lá as lembrancinhas. Aprovado.
Quando começou a guerra, quem mais gostou foram as crianças, até se ofereciam para "passear" com os cães mais de uma vez. O resultado foi satisfatório. Da esplanada da piscina esperaram a chegada dos inimigos, divertiram-se com a agitação e a indignação dos donos e dos empregados, deram risadas com o banho de sabão na calçada e as caras de nojo.
No dia seguinte, a adesão canina foi maior. A charmosa do 21.o, cuja cachorrinha recusou a mudança de lugar, fez questão de atravessar a rua para depositar na porta do boteco o conteúdo do saquinho ecológico e veio de lá sorrindo com a travessura. O cheirinho do lugar passou a estimular cães de outros prédios e solidários vira-latas de carroceiros.
No terceiro dia da guerra suja, os empregados do barzinho se recusaram a fazer a faxina, alegando que aquilo não fazia parte do contrato de trabalho. Naquela noite, o bar não pôde abrir. O dono pediu armistício e uma comissão para negociar a paz.
Dias depois o bar reabriu com sistema antirruído e proibição de fregueses na calçada. Os cachorrinhos voltaram alegres aos seus lugares preferidos.
(Ivan Ângelo. Veja São Paulo, 03 de fevereiro de 2010)
1 - Leia atentamente as afirmações seguintes:
I. O título "A guerra suja" sugere uma clara referência à expressão "jogo sujo", sinônimo de trapaça.
II. A estratégia empregada pelos condôminos não pode ser considerada um ato ardiloso, um dos sentidos figurados de "jogo sujo".
III. No contexto, a expressão "guerra suja" não é empregada com valor denotativo.
Está correto o que se afirma:
a) apenas em I.
b) apenas em III.
c) apenas em I e II.
d) apenas em II e III.
e) em I, II e III.
2 - Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações
a respeito do segundo parágrafo do texto.
( ) O narrador instaura uma conversa direta com o leitor.
( ) A repetição de "Sabe como é torcedor" reforça as ideias negativas sobre os torcedores de futebol.
( ) Fica subentendido, pelos "gritos de 'Timããão!', 'Pooorco!', 'Tricolooor!'", indicados no parágrafo anterior, que o que se sabe é que o torcedor é alguém efusivo.
( ) A frase final "Sabe como é torcedor" ressalta que, independentemente da circunstância, um torcedor apresenta sempre o mesmo comportamento.
Assinale a alternativa que apresenta a correta sequência de V ou F assinalada.
a) F -V -V - F
b) V -F - F -V
c) V - F -V -F
d) F - F - F -V
e) V -V -V - V
3 - Assinale a única alternativa em que não se verifica marca de linguagem coloquial nem imprecisão vocabular.
a) "pontuado por palavrinhas chulas"
b)"[o dono do bar] ia segurar a onda do pessoal"
c) "vamos estar verificando"
d) "Vamos dar o troco"
e) "Vamos levar todos eles no colo até a calçada de lá"
4 - Assinale a única alternativa cuja oração admita transposição para a voz passiva.
a) "Na esquina em frente ao grande condomínio nas colinas de Perdizes, brotou um barzinho."
b) "O barulho passou a incomodar as pessoas do condomínio."
c) "Na primeira reunião (...) houve sugestões radicais"
d) "Aí nasceu a ideia da guerra suja"
e) "Os moradores foram à prefeitura"
5 -Assinale a alternativa cujo termo destacado apresente a mesma classificação morfológica e função sintática de "alegres" no período "Os cachorrinhos voltaram alegres aos seus lugares preferidos."
a) O aluno fez uma leitura rápida do resumo do livro.
b) O diretor agiu certo ao falar com os pais do aluno.
c) O ônibus alugado para a excursão chegou atrasado à escola.
d) Os professores contaminados com a gripe H1N1 foram afastados.
e) Bastantes pessoas foram à Feira de Ciências do colégio.
6 - Assinale a alternativa cuja mudança proposta não possibilita alterar a concordância verbal original.
a. "houve sugestões radicais": substituição do verbo "haver" pelo verbo "existir".
b. "Uma comissão foi até a outra esquina": acréscimo da expressão "de moradores" no sujeito.
c. "Se a metade botar o lixo lá": acréscimo da expressão "dos condôminos" no sujeito.
d. "Os fumantes e seus amigos passaram a ocupar as escadas e a calçada": posposição do sujeito.
e. "No dia seguinte, a adesão canina foi maior": pluralização do termo "adesão".
7 - (ITA) Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
a) Estes são os candidatos de que lhe falei.
b) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
c) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
d) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
e) Muito é a procura; pouca é a oferta.
8- (Uberlândia) Em qual destas frases o artigo definido está empregado erradamente?
a) A velha Roma está sendo modernizada.
b) A “Paraíba” é uma bela fragata.
c) Não reconheço agora a Lisboa de meu tempo.
d) O gato escaldado tem medo de água fria.
e) O Havre é um porto de muito movimento.
9- (CEETSP) Determine o único emprego errado do pronome pessoal:
a) Com nós todos já ocorreu isso.
b) Sobre ele e eu pesam sérias acusações.
c) Ajudemo-la que ela não se sente bem.
d) Tua a feres, mas não o fazes impunemente.
e) Põe-nos aqui, foi daqui que tiraste os livros.
10- Analisando os pronomes propostos, assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: “Disse a ________ que sem ________ ela não sabe viver.”
a) mim – ti
b) ti – eu
c) eu – ti
d) mim – tu
e) tu – mim
Para responder aos testes 11 e 12, leia o texto a seguir: Abrindo a janela
No voo da TAM para Londres, vi "As Garotas do Calendário", filme britânico que conta a história de um grupo de senhoras, beirando os 70 anos, que decidem posar nuas para um calendário, com o objetivo de arrecadar fundos para o hospital da pequena comunidade em que vivem. A horas tantas, uma das senhoras, talvez a de mais idade, está tomando o café da manhã com o marido, ainda mais velho. Ele empurra o jornal que está lendo para ela e diz: "Você está nua nesse jornal". Silêncio de segundos, e ele retorna: "Passe-me o bacon, por favor".
A sabedoria convencional diria que se trata de um retrato acabado, em poucos segundos, do inglês típico, inoxidável fleumático* mesmo ante uma situação bastante insólita. Eu tenho, no entanto, o mau hábito de questionar a sabedoria convencional. Pergunto-me: é o inglês típico ou apenas o estereótipo do inglês típico? Afinal, a ciência ensina que nenhuma pessoa é igual à outra. Logo, não é científico pressupor que todos os ingleses sejam iguais na fleuma - ou em qualquer outra característica.
[...] Desde criancinha - e aí é literal, não apenas força de expressão - tenho incontrolável curiosidade por saber como são as pessoas, os fatos e os locais que acabam indo parar nos jornais, na TV ou na rádio - e, agora, na internet. Foi o momento em que, apesar dos meus tenros 13 anos, passei a ler o jornal inteiro, não apenas esporte e quadrinhos, como até então. Devorava obcecadamente tudo. Mas não consegui dar à carreira jornalística a direção infantilmente pretendida, a de descobrir o mundo. [...] Os 36 anos seguintes só serviram para uma coisa: descobrir que, cada vez que descobria alguma coisa sobre algum país ou assunto, descobria também que apareciam "ene" coisas/assuntos que eu precisaria descobrir mais tarde.
Consola-me saber, neste 1.o de setembro que marca o 70.o aniversário do início da Segunda Guerra Mundial (1939/45), que não estou sozinho nessa busca sem fim. O jornal The Guardian puxa para a capa a controvérsia, na Europa, sobre quem são os culpados pela guerra, se apenas a Alemanha de Hitler ou também a União Soviética de Stálin, que fez um pacto com Hitler. O presidente russo Dimitri Medvedev, apesar de pós-comunista, sai em defesa de Stálin, chegando a dizer que, "no fim das contas, [Stálin] salvou a Europa".
Se há essa polêmica em torno de um assunto encerrado há 64 anos e sobre o qual se escreveram todos os livros possíveis, imagine então como é complicado - e polêmico - escrever sobre temas contemporâneos. Não importa. Nessa viagem, vale menos obter todas as respostas (porque não as há) e mais ter a chance de fazer todas as perguntas.
(Clóvis Rossi, "Abrindo a janela", Folha de S. Paulo, 01/09/2009 -adaptado)
* fleumático: que tem frieza de ânimo; impassível
11 - Nos dois primeiros parágrafos do texto, o autor relata uma passagem do filme a que assistiu em uma viagem de avião. A referência ao filme tem por objetivo:
a)mostrar como os ingleses são impassíveis, mesmo diante de situações inusitadas.
b) exemplificar sua curiosidade em relação às pessoas e situações que se tornam notícia em jornais.
c) comprovar que desde pequeno é curioso por conhecer o mundo à sua volta.
d) expor o seu costume de questionar idéias divulgadas como verdades absolutas.
e) lembrar o quanto cada assunto novo que descobre gera mais assuntos a se verificar.
12 - Assim como no título do artigo "Abrindo a janela" , o autor do texto também se utiliza da metáfora no trecho:
a) "a história de um grupo de senhoras, beirando os 70 anos".
b) "se trata de um retrato acabado, em poucos segundos, do inglês típico".
c) "Devorava obcecadamente tudo."
d) "a direção infantilmente pretendida, a de descobrir o mundo".
e.)"Nessa viagem, vale menos obter todas as respostas".
Texto para a questão 13:
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(Gonçalves Dias)
13 - (UNIFESP) Os versos da "Canção do exílio" são construídos nos moldes da redondilha maior, com predominância dos acentos de intensidade nas terceiras e sétimas sílabas métricas. Um verso que não segue esse padrão de tonicidade é:
a) Minha terra tem palmeiras.
b) As aves, que aqui gorjeiam.
c) Nosso céu tem mais estrelas.
d) Em cismar, sozinho, à noite.
e) Onde canta o Sabiá.
Para responder aos testes 14 e 15, leia o trecho de O cortiço, de Aluísio Azevedo.
Jerônimo bebeu um bom trago de parati, mudou de roupa e deitou-se na cama de Rita.
_ Vem pra cá... disse, um pouco rouco.
_ Espera! espera! O café está quase pronto!
E ela só foi ter com ele, levando-lhe a chávena fumegante da perfumosa bebida que tinha sido a mensageira dos seus amores (....) Depois, atirou fora a saia e, só de camisa, lançou-se contra o seu amado, num frenesi de desejo doído.
Jerônimo, ao senti-la inteira nos seus braços; ao sentir na sua pele a carne quente daquela brasileira; ao sentir inundar-se o rosto e as espáduas, num eflúvio de baunilha e cumaru, a onda negra e fria da cabeleira da mulata; ao sentir esmagarem-se no seu largo e peludo colo de cavouqueiro os dois globos túmidos e macios, e nas suas coxas as coxas dela; sua alma derreteu-se, fervendo e borbulhando como um metal ao fogo, e saiu-lhe pela boca, pelos olhos, por todos os poros do corpo, escandescente, em brasa queimando-lhe as próprias carnes e arrancando-lhe gemidos surdos, soluços irreprimíveis, que lhe sacudiam os membros, fibra por fibra, numa agonia extrema (...)
14 - (UNIFESP-adaptado) Pode-se afirmar que o enlace amoroso entre Jerônimo e Rita, próprio à visão naturalista, consiste
a) na condenação do sexo e conseqüente reafirmação dos preceitos morais rígidos.
b) na apresentação dos instintos contidos, sem exploração da plena sexualidade.
c) na apresentação do amor idealizado e revestido de certo erotismo.
d) na descrição do ser humano sob a ótica do erótico e animalesco.
e) na concepção de sexo como prática humana nobre sublime.
15 - (UNIFESP-adaptado) O enlace amoroso, seja na perspectiva de Rita, seja na de Jerônimo,
a) é sublimado, o que lhe confere caráter grotesco na obra.
b) é desejado com intensidade e lhes aguça os ânimos.
c) reproduz certo incômodo pelo tom de ritual que impõe.
d) representa-lhes o pecado e a degradação como pessoa.
e) é de sensualidade suave, pela não explicitação do ato.
Leia o texto seguinte para responder aos testes 16 e 17.
A mamadeira errada
Certo colunista algo pitoresco e esvoaçante escreveu noutro dia a seguinte frase em sua falação semanal, em que mistura religião, sexo, filosofia, sobretudo sexo, assunto com que muito se preocupa: "Acho que mesmo sua mãe deve ter lamentado tê-lo dado de mamar." Ele se enganou com a mamadeira. Deveria ter escrito ______________ .
(Josué Machado, "Dito e escrito". Revista Língua Portuguesa, ano 4, 51, janeiro de 2010)
16)I. A lacuna poderia ser completada com "ter dado ele".
II. O erro presente em "tê-lo dado" decorre tanto da regência quanto da concordância verbal.
III. O verbo "dar", no contexto, exige como complemento um objeto indireto.
Está correto o que se afirma em:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) I e II.
e) II e III.
17 - O autor do texto avalia negativa e até pejorativamente o colunista. Isso só não ocorre em:
a) "colunista algo pitoresco".
b) "colunista algo (...) esvoaçante".
c)"em sua falação semanal".
d.)"em que mistura religião, sexo, filosofia".
e) "sobretudo sexo, assunto com que muito se preocupa".
18 – (Fuvest-95) "Palmeiras perde jogo e cabeça na Argentina" (O Estado de S.Paulo) A alternativa em que o efeito expressivo decorre do mesmo expediente sintático e semântico observado acima é:
a) Foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor.
b) Maria Luísa disse que era nervosa e mulher.
c) (...) como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido.
d) "O rato! o rato!" exclamou a moça sufocada e afastando-se.
e) Peço-lhe desculpar-me e que não mencione mais esse fato.
19 - Os parágrafos das dissertações abaixo estão fora de ordem. Organize-os numa sequência lógica e coerente: basta escrever, no início de cada parágrafo, o número correspondente à ordem correta.
Quem não lê não escreve
( ) Os estudantes sabem manipular com habilidade os microcomputadores em casa e, de forma crescente, também nas escolas, públicas e privadas. "Navegam" com fluidez na Internet, mas não são capazes de interpretar um texto de Machado de Assis; são verdadeiros ases das artes marciais dos jogos eletrônicos virtuais, mas não conseguem redigir um texto com princípio, meio e fim, estilo, forma e linguagem; "conversam" com colegas de outros continentes, por modem, mas atentam contra o idioma com seu pobre vocabulário.
( ) Nossos jovens têm acesso a todos os canais da era da informação, mas não têm informação. As escolas brasileiras não possuem bibliotecas. As raras existentes são incompletas e, o que é pior, pouco frequentadas. Em casa, a leitura de livros não é estimulada. Nada contra a informática, a multimídia e a realidade virtual. É inadmissível, porém, a ausência de formação intelectual e a alienação diante da realidade tangível.
( ) Para reverter esse quadro, não basta oferecer aos alunos os imprescindíveis livros didáticos. É preciso oferecer-lhes incentivo e meios de lerem os principais autores nacionais e estrangeiros, da literatura de ficção e não-ficção, jornais, revistas e obras científicas e humanísticas. Bill Gates, o multimilionário gênio da informática, sem qualquer constrangimento afirmou: "Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros." Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever — inclusive a sua própria história.
( ) É alarmante o fato de que apenas 1% dos alunos brasileiros da 3ª série do ensino médio (ou seja, os que se preparam para ingressar na universidade) tenha domínio adequado do idioma português. O resultado, expresso em pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), deve servir de alerta para os responsáveis pela gestão do ensino, os professores e os pais de alunos.
( ) Observa-se no país uma perigosa desvalorização da cultura básica, da erudição e do conhecimento. Já sem cultura básica, nossos jovens não são estimulados à leitura de jornais e revistas, que também se constituem em fonte imprescindível de informação e formação.
(Adaptado do texto de Wander Soares, vice-presidente da Abrelivros e diretor adjunto da CBL)
20 - Excesso de informação acaba sendo armadilha
( ) A abundância de informações produzidas nos últimos 30 anos, a facilidade de acessá-las graças à Internet e a voracidade do homem em querer saber sempre mais – potencializada pela competição profissional – estão deixando executivos, médicos, analistas financeiros e profissionais de tecnologia literalmente doentes.
( ) A reação do corpo à enxurrada de dados no mundo moderno tem boa explicação. Mais unidades de informações foram produzidas de 1970 para cá do que ao longo dos últimos 5.000 anos. O cérebro humano foi preparado para absorver um número limitado de informação por unidade de tempo. Mas o mercado de trabalho cada vez mais competitivo fez o homem desrespeitar os limites, indo além do que consegue dar conta, afirmam especialistas em psicoterapia.
( ) “Informação não é mais sinônimo de resolução de problemas. Muitas vezes, vira até a causa deles. O excesso de notícias pode ser tão ruim quanto a ignorância, dificultando a tomada de decisões e levando à paralisia”, analisa o psicólogo britânico David Lewis. Para entender o raciocínio de Lewis, basta lembrar que uma das técnicas mais usadas por advogados de acusação para atrapalhar o trabalho da defesa é justamente responder a um pedido de informação entupindo os adversários com papéis inúteis misturados à peça relevante.
( ) Para não ficar atolado no mar de informações, o principal é selecionar com critério as informações que serão absorvidas, diferenciando o dado interessante daquele que é relevante para o trabalho. Para descartar o que não é útil, é preciso ter capacidade de análise aguçada, uma das primeiras coisas que ficam comprometidas quando alguém sofre de sobrecarga. Sem a triagem inicial, a tarefa de processar a informação para transformá-la em conhecimento vira um suplício.
( ) Dificuldade de concentração, ansiedade, cansaço ao acordar e incapacidade de tomar decisões simples, como escolher um filme ou que prato comer. Quem anda sentindo parte desses sintomas talvez seja o caso de pensar duas vezes antes de comprar mais um livro ou assinar a revista recém-lançada.
(Folha Equilíbrio - adaptado)
Na esquina em frente ao grande condomínio nas colinas de Perdizes, brotou um barzinho. Um desses do novo estilo, mais mauricinho, só noturno, com pizza, cerveja, sinuca, música e telões de futebol. Fica no 1.o andar de um sobrado. Os fumantes e seus amigos passaram a ocupar as escadas e a calçada, copos nas mãos, conversando naquele tom exclamativo próprio dos frequentadores de botecos, pontuado por palavrinhas chulas. Nos dias de jogos, escapavam pelas janelas gritos de "Timããão!", "Pooorco!", "Tricolooor!".
Sabe como é torcedor de futebol durante os jogos. Sabe como é torcedor de futebol quando seu time faz gol. Sabe como é torcedor de futebol quando qualquer adversário toma gol. Sabe como é torcedor.
O barulho passou a incomodar as pessoas do condomínio. Uma comissão foi até a outra esquina tentar uma convivência pacífica. O dono do bar, rapaz simpático, disse que sim, ia segurar a onda do pessoal, na boa. Não segurou, nem se sabe se tentou.
Os moradores foram à prefeitura checar alvará, finalidade, habite-se, dispositivo antirruídos _ nada conseguiram além do habitual "vamos estar verificando". Foram ao Psiu, que não faz psiu para ninguém. Então resolveram partir para a guerra.
Na primeira reunião para decidir as táticas da guerra houve sugestões radicais:
_ Vamos botar o lixo daqui na porta deles. São 300 apartamentos. Se a metade botar o lixo lá, são 300, 400 quilos.
_ Não pode! Não é civilizado!
_E por acaso é civilizado o que eles fazem? Vamos dar o troco! É poluição sonora pra cá, poluição ambiental pra lá.
Os radicais gostaram, os racionais nem tanto:
_ A prefeitura vai enquadrar, vai multar a gente.
Desistiram do lixão. (...) Aí nasceu a idéia da guerra suja: Quantos cachorros temos aqui no condomínio? Uns cinquenta? Por baixo. Vamos levar todos eles no colo até a calçada de lá e estimular os bichinhos a fazer as necessidades na porta deles. Número 1 e número 2. Os caras chegam no fim da tarde, vão encontrar lá as lembrancinhas. Aprovado.
Quando começou a guerra, quem mais gostou foram as crianças, até se ofereciam para "passear" com os cães mais de uma vez. O resultado foi satisfatório. Da esplanada da piscina esperaram a chegada dos inimigos, divertiram-se com a agitação e a indignação dos donos e dos empregados, deram risadas com o banho de sabão na calçada e as caras de nojo.
No dia seguinte, a adesão canina foi maior. A charmosa do 21.o, cuja cachorrinha recusou a mudança de lugar, fez questão de atravessar a rua para depositar na porta do boteco o conteúdo do saquinho ecológico e veio de lá sorrindo com a travessura. O cheirinho do lugar passou a estimular cães de outros prédios e solidários vira-latas de carroceiros.
No terceiro dia da guerra suja, os empregados do barzinho se recusaram a fazer a faxina, alegando que aquilo não fazia parte do contrato de trabalho. Naquela noite, o bar não pôde abrir. O dono pediu armistício e uma comissão para negociar a paz.
Dias depois o bar reabriu com sistema antirruído e proibição de fregueses na calçada. Os cachorrinhos voltaram alegres aos seus lugares preferidos.
(Ivan Ângelo. Veja São Paulo, 03 de fevereiro de 2010)
1 - Leia atentamente as afirmações seguintes:
I. O título "A guerra suja" sugere uma clara referência à expressão "jogo sujo", sinônimo de trapaça.
II. A estratégia empregada pelos condôminos não pode ser considerada um ato ardiloso, um dos sentidos figurados de "jogo sujo".
III. No contexto, a expressão "guerra suja" não é empregada com valor denotativo.
Está correto o que se afirma:
a) apenas em I.
b) apenas em III.
c) apenas em I e II.
d) apenas em II e III.
e) em I, II e III.
2 - Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações
a respeito do segundo parágrafo do texto.
( ) O narrador instaura uma conversa direta com o leitor.
( ) A repetição de "Sabe como é torcedor" reforça as ideias negativas sobre os torcedores de futebol.
( ) Fica subentendido, pelos "gritos de 'Timããão!', 'Pooorco!', 'Tricolooor!'", indicados no parágrafo anterior, que o que se sabe é que o torcedor é alguém efusivo.
( ) A frase final "Sabe como é torcedor" ressalta que, independentemente da circunstância, um torcedor apresenta sempre o mesmo comportamento.
Assinale a alternativa que apresenta a correta sequência de V ou F assinalada.
a) F -V -V - F
b) V -F - F -V
c) V - F -V -F
d) F - F - F -V
e) V -V -V - V
3 - Assinale a única alternativa em que não se verifica marca de linguagem coloquial nem imprecisão vocabular.
a) "pontuado por palavrinhas chulas"
b)"[o dono do bar] ia segurar a onda do pessoal"
c) "vamos estar verificando"
d) "Vamos dar o troco"
e) "Vamos levar todos eles no colo até a calçada de lá"
4 - Assinale a única alternativa cuja oração admita transposição para a voz passiva.
a) "Na esquina em frente ao grande condomínio nas colinas de Perdizes, brotou um barzinho."
b) "O barulho passou a incomodar as pessoas do condomínio."
c) "Na primeira reunião (...) houve sugestões radicais"
d) "Aí nasceu a ideia da guerra suja"
e) "Os moradores foram à prefeitura"
5 -Assinale a alternativa cujo termo destacado apresente a mesma classificação morfológica e função sintática de "alegres" no período "Os cachorrinhos voltaram alegres aos seus lugares preferidos."
a) O aluno fez uma leitura rápida do resumo do livro.
b) O diretor agiu certo ao falar com os pais do aluno.
c) O ônibus alugado para a excursão chegou atrasado à escola.
d) Os professores contaminados com a gripe H1N1 foram afastados.
e) Bastantes pessoas foram à Feira de Ciências do colégio.
6 - Assinale a alternativa cuja mudança proposta não possibilita alterar a concordância verbal original.
a. "houve sugestões radicais": substituição do verbo "haver" pelo verbo "existir".
b. "Uma comissão foi até a outra esquina": acréscimo da expressão "de moradores" no sujeito.
c. "Se a metade botar o lixo lá": acréscimo da expressão "dos condôminos" no sujeito.
d. "Os fumantes e seus amigos passaram a ocupar as escadas e a calçada": posposição do sujeito.
e. "No dia seguinte, a adesão canina foi maior": pluralização do termo "adesão".
7 - (ITA) Determine o caso em que o artigo tem valor qualificativo:
a) Estes são os candidatos de que lhe falei.
b) Procure-o, ele é o médico! Ninguém o supera.
c) Certeza e exatidão, estas qualidades não as tenho.
d) Os problemas que o afligem não me deixam descuidado.
e) Muito é a procura; pouca é a oferta.
8- (Uberlândia) Em qual destas frases o artigo definido está empregado erradamente?
a) A velha Roma está sendo modernizada.
b) A “Paraíba” é uma bela fragata.
c) Não reconheço agora a Lisboa de meu tempo.
d) O gato escaldado tem medo de água fria.
e) O Havre é um porto de muito movimento.
9- (CEETSP) Determine o único emprego errado do pronome pessoal:
a) Com nós todos já ocorreu isso.
b) Sobre ele e eu pesam sérias acusações.
c) Ajudemo-la que ela não se sente bem.
d) Tua a feres, mas não o fazes impunemente.
e) Põe-nos aqui, foi daqui que tiraste os livros.
10- Analisando os pronomes propostos, assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: “Disse a ________ que sem ________ ela não sabe viver.”
a) mim – ti
b) ti – eu
c) eu – ti
d) mim – tu
e) tu – mim
Para responder aos testes 11 e 12, leia o texto a seguir: Abrindo a janela
No voo da TAM para Londres, vi "As Garotas do Calendário", filme britânico que conta a história de um grupo de senhoras, beirando os 70 anos, que decidem posar nuas para um calendário, com o objetivo de arrecadar fundos para o hospital da pequena comunidade em que vivem. A horas tantas, uma das senhoras, talvez a de mais idade, está tomando o café da manhã com o marido, ainda mais velho. Ele empurra o jornal que está lendo para ela e diz: "Você está nua nesse jornal". Silêncio de segundos, e ele retorna: "Passe-me o bacon, por favor".
A sabedoria convencional diria que se trata de um retrato acabado, em poucos segundos, do inglês típico, inoxidável fleumático* mesmo ante uma situação bastante insólita. Eu tenho, no entanto, o mau hábito de questionar a sabedoria convencional. Pergunto-me: é o inglês típico ou apenas o estereótipo do inglês típico? Afinal, a ciência ensina que nenhuma pessoa é igual à outra. Logo, não é científico pressupor que todos os ingleses sejam iguais na fleuma - ou em qualquer outra característica.
[...] Desde criancinha - e aí é literal, não apenas força de expressão - tenho incontrolável curiosidade por saber como são as pessoas, os fatos e os locais que acabam indo parar nos jornais, na TV ou na rádio - e, agora, na internet. Foi o momento em que, apesar dos meus tenros 13 anos, passei a ler o jornal inteiro, não apenas esporte e quadrinhos, como até então. Devorava obcecadamente tudo. Mas não consegui dar à carreira jornalística a direção infantilmente pretendida, a de descobrir o mundo. [...] Os 36 anos seguintes só serviram para uma coisa: descobrir que, cada vez que descobria alguma coisa sobre algum país ou assunto, descobria também que apareciam "ene" coisas/assuntos que eu precisaria descobrir mais tarde.
Consola-me saber, neste 1.o de setembro que marca o 70.o aniversário do início da Segunda Guerra Mundial (1939/45), que não estou sozinho nessa busca sem fim. O jornal The Guardian puxa para a capa a controvérsia, na Europa, sobre quem são os culpados pela guerra, se apenas a Alemanha de Hitler ou também a União Soviética de Stálin, que fez um pacto com Hitler. O presidente russo Dimitri Medvedev, apesar de pós-comunista, sai em defesa de Stálin, chegando a dizer que, "no fim das contas, [Stálin] salvou a Europa".
Se há essa polêmica em torno de um assunto encerrado há 64 anos e sobre o qual se escreveram todos os livros possíveis, imagine então como é complicado - e polêmico - escrever sobre temas contemporâneos. Não importa. Nessa viagem, vale menos obter todas as respostas (porque não as há) e mais ter a chance de fazer todas as perguntas.
(Clóvis Rossi, "Abrindo a janela", Folha de S. Paulo, 01/09/2009 -adaptado)
* fleumático: que tem frieza de ânimo; impassível
11 - Nos dois primeiros parágrafos do texto, o autor relata uma passagem do filme a que assistiu em uma viagem de avião. A referência ao filme tem por objetivo:
a)mostrar como os ingleses são impassíveis, mesmo diante de situações inusitadas.
b) exemplificar sua curiosidade em relação às pessoas e situações que se tornam notícia em jornais.
c) comprovar que desde pequeno é curioso por conhecer o mundo à sua volta.
d) expor o seu costume de questionar idéias divulgadas como verdades absolutas.
e) lembrar o quanto cada assunto novo que descobre gera mais assuntos a se verificar.
12 - Assim como no título do artigo "Abrindo a janela" , o autor do texto também se utiliza da metáfora no trecho:
a) "a história de um grupo de senhoras, beirando os 70 anos".
b) "se trata de um retrato acabado, em poucos segundos, do inglês típico".
c) "Devorava obcecadamente tudo."
d) "a direção infantilmente pretendida, a de descobrir o mundo".
e.)"Nessa viagem, vale menos obter todas as respostas".
Texto para a questão 13:
Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
(Gonçalves Dias)
13 - (UNIFESP) Os versos da "Canção do exílio" são construídos nos moldes da redondilha maior, com predominância dos acentos de intensidade nas terceiras e sétimas sílabas métricas. Um verso que não segue esse padrão de tonicidade é:
a) Minha terra tem palmeiras.
b) As aves, que aqui gorjeiam.
c) Nosso céu tem mais estrelas.
d) Em cismar, sozinho, à noite.
e) Onde canta o Sabiá.
Para responder aos testes 14 e 15, leia o trecho de O cortiço, de Aluísio Azevedo.
Jerônimo bebeu um bom trago de parati, mudou de roupa e deitou-se na cama de Rita.
_ Vem pra cá... disse, um pouco rouco.
_ Espera! espera! O café está quase pronto!
E ela só foi ter com ele, levando-lhe a chávena fumegante da perfumosa bebida que tinha sido a mensageira dos seus amores (....) Depois, atirou fora a saia e, só de camisa, lançou-se contra o seu amado, num frenesi de desejo doído.
Jerônimo, ao senti-la inteira nos seus braços; ao sentir na sua pele a carne quente daquela brasileira; ao sentir inundar-se o rosto e as espáduas, num eflúvio de baunilha e cumaru, a onda negra e fria da cabeleira da mulata; ao sentir esmagarem-se no seu largo e peludo colo de cavouqueiro os dois globos túmidos e macios, e nas suas coxas as coxas dela; sua alma derreteu-se, fervendo e borbulhando como um metal ao fogo, e saiu-lhe pela boca, pelos olhos, por todos os poros do corpo, escandescente, em brasa queimando-lhe as próprias carnes e arrancando-lhe gemidos surdos, soluços irreprimíveis, que lhe sacudiam os membros, fibra por fibra, numa agonia extrema (...)
14 - (UNIFESP-adaptado) Pode-se afirmar que o enlace amoroso entre Jerônimo e Rita, próprio à visão naturalista, consiste
a) na condenação do sexo e conseqüente reafirmação dos preceitos morais rígidos.
b) na apresentação dos instintos contidos, sem exploração da plena sexualidade.
c) na apresentação do amor idealizado e revestido de certo erotismo.
d) na descrição do ser humano sob a ótica do erótico e animalesco.
e) na concepção de sexo como prática humana nobre sublime.
15 - (UNIFESP-adaptado) O enlace amoroso, seja na perspectiva de Rita, seja na de Jerônimo,
a) é sublimado, o que lhe confere caráter grotesco na obra.
b) é desejado com intensidade e lhes aguça os ânimos.
c) reproduz certo incômodo pelo tom de ritual que impõe.
d) representa-lhes o pecado e a degradação como pessoa.
e) é de sensualidade suave, pela não explicitação do ato.
Leia o texto seguinte para responder aos testes 16 e 17.
A mamadeira errada
Certo colunista algo pitoresco e esvoaçante escreveu noutro dia a seguinte frase em sua falação semanal, em que mistura religião, sexo, filosofia, sobretudo sexo, assunto com que muito se preocupa: "Acho que mesmo sua mãe deve ter lamentado tê-lo dado de mamar." Ele se enganou com a mamadeira. Deveria ter escrito ______________ .
(Josué Machado, "Dito e escrito". Revista Língua Portuguesa, ano 4, 51, janeiro de 2010)
16)I. A lacuna poderia ser completada com "ter dado ele".
II. O erro presente em "tê-lo dado" decorre tanto da regência quanto da concordância verbal.
III. O verbo "dar", no contexto, exige como complemento um objeto indireto.
Está correto o que se afirma em:
a) apenas I.
b) apenas II.
c) apenas III.
d) I e II.
e) II e III.
17 - O autor do texto avalia negativa e até pejorativamente o colunista. Isso só não ocorre em:
a) "colunista algo pitoresco".
b) "colunista algo (...) esvoaçante".
c)"em sua falação semanal".
d.)"em que mistura religião, sexo, filosofia".
e) "sobretudo sexo, assunto com que muito se preocupa".
18 – (Fuvest-95) "Palmeiras perde jogo e cabeça na Argentina" (O Estado de S.Paulo) A alternativa em que o efeito expressivo decorre do mesmo expediente sintático e semântico observado acima é:
a) Foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor.
b) Maria Luísa disse que era nervosa e mulher.
c) (...) como quem se retira tarde do espetáculo. Tarde e aborrecido.
d) "O rato! o rato!" exclamou a moça sufocada e afastando-se.
e) Peço-lhe desculpar-me e que não mencione mais esse fato.
19 - Os parágrafos das dissertações abaixo estão fora de ordem. Organize-os numa sequência lógica e coerente: basta escrever, no início de cada parágrafo, o número correspondente à ordem correta.
Quem não lê não escreve
( ) Os estudantes sabem manipular com habilidade os microcomputadores em casa e, de forma crescente, também nas escolas, públicas e privadas. "Navegam" com fluidez na Internet, mas não são capazes de interpretar um texto de Machado de Assis; são verdadeiros ases das artes marciais dos jogos eletrônicos virtuais, mas não conseguem redigir um texto com princípio, meio e fim, estilo, forma e linguagem; "conversam" com colegas de outros continentes, por modem, mas atentam contra o idioma com seu pobre vocabulário.
( ) Nossos jovens têm acesso a todos os canais da era da informação, mas não têm informação. As escolas brasileiras não possuem bibliotecas. As raras existentes são incompletas e, o que é pior, pouco frequentadas. Em casa, a leitura de livros não é estimulada. Nada contra a informática, a multimídia e a realidade virtual. É inadmissível, porém, a ausência de formação intelectual e a alienação diante da realidade tangível.
( ) Para reverter esse quadro, não basta oferecer aos alunos os imprescindíveis livros didáticos. É preciso oferecer-lhes incentivo e meios de lerem os principais autores nacionais e estrangeiros, da literatura de ficção e não-ficção, jornais, revistas e obras científicas e humanísticas. Bill Gates, o multimilionário gênio da informática, sem qualquer constrangimento afirmou: "Meus filhos terão computadores, sim, mas antes terão livros." Sem livros, sem leitura, os nossos filhos serão incapazes de escrever — inclusive a sua própria história.
( ) É alarmante o fato de que apenas 1% dos alunos brasileiros da 3ª série do ensino médio (ou seja, os que se preparam para ingressar na universidade) tenha domínio adequado do idioma português. O resultado, expresso em pesquisa do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), deve servir de alerta para os responsáveis pela gestão do ensino, os professores e os pais de alunos.
( ) Observa-se no país uma perigosa desvalorização da cultura básica, da erudição e do conhecimento. Já sem cultura básica, nossos jovens não são estimulados à leitura de jornais e revistas, que também se constituem em fonte imprescindível de informação e formação.
(Adaptado do texto de Wander Soares, vice-presidente da Abrelivros e diretor adjunto da CBL)
20 - Excesso de informação acaba sendo armadilha
( ) A abundância de informações produzidas nos últimos 30 anos, a facilidade de acessá-las graças à Internet e a voracidade do homem em querer saber sempre mais – potencializada pela competição profissional – estão deixando executivos, médicos, analistas financeiros e profissionais de tecnologia literalmente doentes.
( ) A reação do corpo à enxurrada de dados no mundo moderno tem boa explicação. Mais unidades de informações foram produzidas de 1970 para cá do que ao longo dos últimos 5.000 anos. O cérebro humano foi preparado para absorver um número limitado de informação por unidade de tempo. Mas o mercado de trabalho cada vez mais competitivo fez o homem desrespeitar os limites, indo além do que consegue dar conta, afirmam especialistas em psicoterapia.
( ) “Informação não é mais sinônimo de resolução de problemas. Muitas vezes, vira até a causa deles. O excesso de notícias pode ser tão ruim quanto a ignorância, dificultando a tomada de decisões e levando à paralisia”, analisa o psicólogo britânico David Lewis. Para entender o raciocínio de Lewis, basta lembrar que uma das técnicas mais usadas por advogados de acusação para atrapalhar o trabalho da defesa é justamente responder a um pedido de informação entupindo os adversários com papéis inúteis misturados à peça relevante.
( ) Para não ficar atolado no mar de informações, o principal é selecionar com critério as informações que serão absorvidas, diferenciando o dado interessante daquele que é relevante para o trabalho. Para descartar o que não é útil, é preciso ter capacidade de análise aguçada, uma das primeiras coisas que ficam comprometidas quando alguém sofre de sobrecarga. Sem a triagem inicial, a tarefa de processar a informação para transformá-la em conhecimento vira um suplício.
( ) Dificuldade de concentração, ansiedade, cansaço ao acordar e incapacidade de tomar decisões simples, como escolher um filme ou que prato comer. Quem anda sentindo parte desses sintomas talvez seja o caso de pensar duas vezes antes de comprar mais um livro ou assinar a revista recém-lançada.
(Folha Equilíbrio - adaptado)
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