quinta-feira, 29 de maio de 2014
domingo, 4 de maio de 2014
Um Ato de Transformação (redação nota 10 de meu aluno Pedro Gama, do CARO Objetivo)
A conquista da democracia no Brasil envolve uma contínua
luta que pode ser associada à história do voto. Instaurado de forma censitária
em 1824, o direito ao voto enfrentou a manipulação coronelista durante a
República Velha, a ditadura de Vargas e a ditadura militar, sendo apenas
concretizado de forma universal com a Constituição Federal de 1988. Trata-se de
uma conquista essencial na construção da representatividade.
O voto, portanto, tem como objetivo legitimar a
organização política como estrutura de defesa social. Assim, ao igualar o
potencial de escolha de todos os cidadãos, esse direito preserva a
possibilidade de que a população se torne responsável por sua própria condução
de forma soberana e coletiva, partindo do compromisso individual.
Entretanto, tal soberania nem sempre acompanha o ato de
votar. As questões de manipulação através de troca de favores, o fraco estímulo
ao debate político nas instituições educativas, o predomínio social por uma
elite poderosa e os inúmeros casos de corrupção acabam por tornar o brasileiro
apático e descrente nas lutas democráticas, vistas, assim, como algo exterior e
indesejado pelo indivíduo.
Por outro lado, essa situação muitas vezes é mantida em
seu estado de inércia como instrumento que possibilite a continuidade da
dominação e do direcionamento das forças sociais para interesses particulares.
Tal afirmação é comprovada pelo baixo índice de representatividade na
administração pública direta das minorias sociais, como negros, mulheres, índios, trabalhadores rurais
e homossexuais.
Torna-se, pois, perceptível a importância da conquista do
voto como instrumento de organização social na garantia da convivência como
meio fortalecedor. Rosseau já defendia,
no século XVIII, a necessidade da formulação de um contrato social entre os
indivíduos para que a supremacia de todos fosse conquistada. E, nesse contexto,
o estímulo educativo ao debate, o auxílio às organizações das minorias e o
combate à privatização dos interesses públicos e democráticos são primordiais
na consolidação da democracia.
(Fonte: Pedro Gama - Caro Objetivo)
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