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São Benedito era filho de
pais africanos, trazidos para a Itália como escravos. Lá se conheceram,
tornaram-se cristãos e se casaram.
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Quando tiveram o primeiro
filho, em 1526, deram-lhe o nome de Benedito, que significa “abençoado”.
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Desde criança, aprendeu a
rezar com os pais e, sempre que era visto, estava rezando. A família do menino
Benedito era muito pobre. Eram mais três irmãos, todos trabalhando na plantação
e como pastores de ovelhas. Nos momentos
de intervalos do trabalho, lá estava Benedito rezando de novo.
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Por ser um moço muito humilde e sério,
Benedito, de cor negra, era marginalizado e muitos o humilhavam e
procuravam ridicularizá-lo.
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Certa vez passava por aquela região Frei Jerônimo,
que presenciou Benedito sendo humilhado. Percebendo a santidade daquele jovem
profetizou: “Ah! Hoje, vocês ridicularizam este pobre jovem, mas, daqui a
poucos anos, verão sua fama se espalhar por todo o mundo!”
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Sentindo o chamado de Deus e, com a bênção dos pais,
mudou-se, então, para um mosteiro dos franciscanos. Lá viviam na pobreza,
dependendo do que as pessoas lhes davam de esmolas. Andava descalço, dormia no
chão sem cobertas, seguindo São Francisco de Assis.
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No mosteiro, ele era cozinheiro, um serviço humilde. Mesmo trabalhando
muito, vivia unido a Deus, em oração. Quando tudo faltava, ele rezava e vários
milagres aconteciam.
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Um
dia em que estava faltando comida no mosteiro, Benedito, confiante em Deus, pediu a um
auxiliar que enchesse as vasilhas com águas e as cobrisse com tábuas. Eles se
retiraram e Benedito foi ao seu quarto rezar. Quando voltaram, ali ocorreu o
milagre: grandes peixes, suficientes para várias refeições, estavam nas
vasilhas.
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Sempre que podia, Benedito apanhava alguns alimentos do
convento, metia-os nas dobras da túnica e, disfarçadamente, os levava aos
necessitados. Conta-se que, numa dessas ocasiões, foi surpreendido pelo
superior do convento, que perguntou: "Que levas aí, na dobra do teu manto,
irmão Benedito?". E o santo respondeu: "Rosas, meu senhor!". São
Benedito desdobrou a túnica e, em lugar dos alimentos suspeitados, apresentou
aos olhos pasmos do superior um ramo de rosas.
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No dia de Natal, o bispo da região foi
convidado a almoçar no mosteiro. Benedito, na capela, porém, só rezava,
contemplando o nascimento de Jesus. Acabou perdendo a hora, esqueceu o almoço.
Quando alguém o encontrou em oração, foi só xingamento que ouviu, por sua
preguiça e descuido. Ele, porém, confiante em Deus, foi para a cozinha e pôs-se
a cozinhar e orar. Os outros freis, porém, olhando pela janela da cozinha,
ficaram extasiados quando viram dois seres luminosos ajudando Benedito. O
almoço saiu ná hora e foi o mais maravilhoso que comeram.
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Aos poucos, os irmãos do mosteiro e o povo da
região foram percebendo algo de extraordinário em Benedito. Fazia até fila na
porta do mosteiro de pessoas querendo ouvir seus conselhos e doentes querendo ser
curados. Benedito era leigo e
analfabeto, mesmo assim, tornou-se Superior do Convento e modelo admirável no
governo daquela casa. Ele quis até recusar tamanho cargo, por sua humildade, mas,
por sua obediência, aceitou a responsabilidade. Mesmo sem saber ler ou
escrever, Benedito conseguia dar aulas sobre todos os assuntos ligados à
Religião. Seus alunos eram mestres,
teólogos, bispos, cardeais...
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Certa
vez, distribuindo pão aos pobres, um irmão do mosteiro percebeu que a fila
ainda era grande e que restavam poucos pães, que só dariam para os que já
moravam no convento. Ele parou a distribuição e voltou para o convento. Quando
Benedito soube disso, chamou-o e mandou que voltasse a entregar os pães a quem
tinha fome. Aí algo extraordinário aconteceu de novo: o pão da cesta não se
acabava. Quanto mais ele tirava, mais aparecia e ainda sobrou um tanto para o
mosteiro. (Lembrança da multiplicação dos pães por Jesus).
· Um dia, uma senhora saía do
convento (tinha ido lá para ouvir seus ensinamentos), quando a charrete em que
estava tombou. Ela caiu sobre um bebezinho que estava em seu colo e a criança
morreu na hora, para desespero da mãe, que gritava pelo frei Benedito o tempo
todo. Ele chegou, pegou-a no colo, fez uma oração e ela retomou a vida. Na imagem tradicional,
São Benedito está carregando essa criança, e não o Menino Jesus, como muitos
acreditam.
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Muitos
foram os sinais realizados por Deus sob
a intercessão de São Benedito, em vida e após a sua morte.
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Aos 65 anos, ficou gravemente doente e
faleceu em 1589. Seu corpo, porém, até
hoje, está plenamente preservado e exposto em uma igreja da Itália.
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A
devoção a São Benedito veio para o Brasil com os portugueses, mas aqui se
espalhou por toda a parte, sobretudo
entre os negros e escravos. Ele é até considerado o Santo Protetor dos Negros.
· São Benedito: exemplo de fé inabalável em Deus; exemplo
de oração e humildade; exemplo que precisamos seguir.