terça-feira, 10 de junho de 2014

Curso de Hipertexto - Síntese dos Módulos 1, 2 e 3







Conheça animações antinazistas feitas por Disney durante a 2ª Guerra Mundial


         Walt Disney desejava defender os Estados Unidos. Tentou na 1ª Guerra, mas era menor de idade e só conseguiu um posto de piloto de ambulância da Cruz Vermelha depois que o conflito acabou, em 1918. Quando a 2ª Guerra chegou, em 1939, ele já era um artista conhecido e renomado - Branca de Neve e os Sete Anões, seu primeiro longa-metragem de animação, é de 1937. Usou seu talento na produção de filmes de treinamento e propaganda. Zé Carioca, o personagem brasileiro criado por ele também, é um filho do esforço de guerra e da política de boa vizinhança americanos. Entre 1942 e 1945, Disney produziu mais de 68 horas de animação de caráter patriótico. A importância do animador para as Forças Armadas dos EUA pode ser medida de forma simbólica. A senha para a maior operação americana na 2ª Guerra, o Dia D, foi Mickey Mouse.
      A participação de Disney no esforço de guerra incluía a produção de filmes de treinamento militar, de propaganda e educação para o público americano - e de libelos antinazistas. Mas não só isso. Seus desenhistas criaram mais de mil insígnias usadas por divisões das Forças Armadas. As ações dos estúdios Disney "foram uma das principais bombas que os exércitos aliados lançaram contra seus inimigos", afirma Clotilde Perez, professora da Escola de Comunicação e Artes da USP. Disney, claro, não estava sozinho. Muitos outros diretores e atores de Hollywood se engajaram na luta contra os países do Eixo depois de Pearl Harbor. Mas era difícil concorrer em popularidade - e em volume de produção - com o pai de Mickey Mouse.
    O envolvimento entre Disney e o governo começou antes da entrada dos EUA na guerra. Em busca de novos mercados - mas principalmente de aliados estáveis no continente -, o presidente Franklin Roosevelt criou a chamada "política da boa vizinhança". O responsável pelo programa era o milionário Nelson Rockefeller, que alertara o presidente sobre a influência nazista na América Latina. Em agosto de 1941, Disney estava ao lado do enfant terrible Orson Welles em terras brasileiras. Welles havia acabado de lançar Cidadão Kane. Por aqui, filmou jangadeiros, investiu num roteiro sobre um garoto e seu touro, tentou um documentário chamado É Tudo Verdade... E a verdade é que nada deu certo. Ao contrário de Disney. No Rio de Janeiro, inspirado pela natureza e, dizem, pelas piadas de papagaio, criou Zé Carioca - o tipinho folgado, de guarda-chuva e gravata-borboleta, que atazanaria o Pato Donald em Alô, Amigos, de 1943.
     A partir de 1942, com os EUA no front, Disney engajou-se de vez. Seus estúdios foram transformados em alojamentos e centenas de militares passaram a residir ali. Marinha, Aeronáutica e Exército requisitavam a todo momento a presença do artista para colaborar com as ações de combate. Inspirados pelos oficiais, os personagens de Disney também foram para as trincheiras. Pato Donald estrelou um filme em que mostrava aos cidadãos americanos a importância de pagar em dia os impostos. Era o dinheiro do contribuinte que financiava as atividades bélicas além-mar. Nos aviões, navios, hospitais e ambulâncias, a turma do Mickey desfilava tentando elevar a autoestima da nação. Em um dos curtas metragens, Out of the Frying Pan into the Firing Line, (Saindo da Frigideira para a Linha de Tiro), Minnie, de saia azul, avental, sapatos de salto alto vermelhos e laçarote na cabeça, está preparando ovos com bacon. Na parede, uma foto de Mickey, de farda, transcende otimismo (é a única imagem em toda a história do rato em uniforme militar). Ela está prestes a despejar gordura sobre a ração de Pluto quando o locutor de rádio interrompe a ação com um alerta às donas de casa: quem desperdiça o resto da gordura da cozinha está favorecendo os exércitos inimigos. E não é por elevar o colesterol das tropas nacionais. Minnie deve saber que a mesma gordura serve também para fazer munição. O locutor explica que se deve depositar o óleo usado em uma vasilha e congelá-lo. Quando o pote estiver cheio, um açougue identificado por um selo do governo trocará a gordura por dinheiro.
     Nos meses seguintes as produções se sucederam. Em Victory Through Air Power (Vitória por Meio do Poder Aéreo), de 1943, a propaganda sutil dá lugar a um manual de como vencer o Japão por meio de bombardeios. Baseado no livro do major Alexander P. Seversky, o filme mistura desenhos e imagens para mostrar como a aviação transforma o poderio bélico e o rumo das guerras. Os traços típicos das superproduções Disney prestam-se a detalhar como é a melhor forma de bombardear países inimigos. O filme retrata a expansão das tropas de Hitler pela Europa e o ataque da Marinha japonesa à base de Pearl Harbor. Seversky ensina estratégias de de ataque, mostra mapas e projetos para bombardear indústrias bélicas do Eixo. Ele evidencia o caminho da vitória: investir em bombardeios aéreos em solo japonês. Ninguém sabia ainda que, em agosto de 1945, o país da Disneylândia lançaria bombas atômicas sobre Hiroshima e Nagasaki.
     O ponto alto das animações de propaganda de Disney são os filmes contra o nazismo. Num deles, Der Führer's Face (A Face do Führer), de 1943, Donald é funcionário de uma fábrica de munições na Alemanha e é ameaçado de morte a qualquer sinal de cansaço - e devidamente vestido de nazista, como você viu na abertura desta reportagem. Em The Hitler's Children - Education for Death (As Crianças de Hitler - Educação para a Morte), o pequeno Hans é acompanhado desde o nascimento até se tornar um nazista fanático quando jovem. Numa das sequências que parodia a lenda da Bela Adormecida (que o próprio Disney lançaria só em 1959), Hitler é um príncipe medieval que salva a donzela Alemanha da bruxa Democracia. Ao longo do filme, a Bíblia se transforma em Mein Kampf e o crucifixo cristão dá lugar à suástica - mais direto, impossível.

(Fonte: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/conheca-animacoes-antinazistas-feitas-pela-disney-2a-guerra-679616.shtml - Laís Duarte | 15/03/2012 - 15h08)

Para assistir "A Face do Führer", acesse: https://www.youtube.com/watch?v=dlK8yfOdweg

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Há chances de desempate - crônica de minha aluna Ana Clara Barone, do Caro Objetivo

                É quase inacreditável ver os brasileiros tão desanimados com a Copa do Mundo. O que todos nós esperávamos era uma multidão show de bola, pronta para vestir a camisa e torcer para o Brasil, mas estamos mais no zero a zero do que nunca.
                Nosso país está realmente muito mudado. Fossem outros tempos, estaríamos com a bola toda, esperançosos com uma copa no País do Futebol, mas, com tantas dificuldades em áreas como saúde e educação, estamos querendo mesmo é passar a bola e tirar nosso time de campo.
                A única esperança do brasileiro é que pelo menos o Brasil não pise na bola, pois ainda há maneiras de virar o jogo e não levar um cartão vermelho em casa. Apesar de pouca expectativa, o único vermelho que não negamos é o do nosso sangue,  que não esconde nossa paixão pelo futebol.


(Fonte:  Ana Clara de Carvalho Barone - Caro Objetivo)